Publicado 25/11/2023 00:00
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Com as temperaturas despencando no Rio, os amigos foram voltando aos encontros, aqui na caverna do Principado da Água Santa. Matutino e vespertino. Salgadinhos, refrescos, cervejas, sempre os velhos hábitos e costumes. Assuntos? Nunca faltaram. Sobre a mudança louca do clima, em primeiro lugar. Entre uma empadinha, sem gorduras, é claro, e os bolinhos de batatalhau preparados na air fryer do Fred, os papos são longos, interrompidos vez por outra pelos cantos dos pássaros que aqui gorjeiam. A falta de energia elétrica, que tem assolado o Rio, também anda na parada de sucesso das conversas. Sobre a Argentina e Oriente Médio, somente uns poucos comentários.
E, enquanto o inverno não chega, ainda teremos o Natal, o Réveillon, o Carnaval, as matrículas e material das escolas das crianças, o IPTU, o IPVA, o Imposto de Renda, as prestações dos aparelhos de ar-condicionado e das geladeiras novas. Ah, seguro do carro, da casa, da ajuda de custo de tratamento dentário das sogras, taxa do lixo, e a prestação daquela casa de veraneio - sonho de consumo da classe média - na Região dos Lagos. Caramba, esqueci o pagamento do caseiro. Feliz ano novo, meus caros.
Vejam como temos assuntos para debater nos fóruns daqui, na Água Santa. Debater? Ou programar os pagamentos dos boletos? Quase me esqueço das "caixinhas" que surgem para vocês e eu participarmos e, às vezes, fingir que esquecemos. Ontem, quase noitinha, estava em companhia de um amigo dos bons tempos (e dos maus tempos, também). Fui até o apartamento onde mora, na Tijuca. Voltamos de um encontro social em Copacabana. Quando o Uber parou para o desembarque dele, Ubirajara sugeriu: Vamos subir até meu apartamento. Quero te mostrar algo.
Lá fomos. Impecável, tudo arrumadinho e limpo. Ele é um viúvo, colega de muitos e muitos anos de jornal, bacharel em Direito, apreciador das coisas boas. Ô Luar, chega aqui na área de serviço. Ih, o que terá por ali? Céus, entre equipamentos de tratar das roupas, bebedouros e recipientes de alimentação para pássaros, vi algo que realmente me surpreendeu: um pé de abacates, plantado em recipiente enorme.E o amigo não mora na cobertura, diga-se, mas num apartamento entre dois outros andares da construção! Levei o caso inusitado para o conselho que, em reunião extraordinária, emergencial e regada a mais cervejas, decidiu exigir que a vítima, no caso, o filhote de abacateiro, seja retirado do apartamento e replantado na caverna, onde tem terra, terreno e céu aberto pra ele se desenvolver.
E, assim, resolve-se três problemas: os direitos do abacateiro, os riscos de uma árvore desse porte para a habitação coletiva e, de quebra, ainda ajudará na redução ao dos efeitos climáticos dessa região de Água Santa, também afetada por El Niño, La Niña e, agora, por esse El Bastardo, que chegou pelo Sul do continente.
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