De fato, sardinha na brasa acompanhada de refresco, seja lá qual o sabor, é coisa de extraterrestreARTE KIKO
Publicado 09/11/2024 00:00
De tanto ver, ouvir dizer e saber de quedas de idosos, levei o assunto ao encontro deste sábado, meio chuvoso, enquanto passávamos umas sardinhas na brasa, mora? Eu, tadinho, só no refresco de pitangas, colhidas no quintal. É que ando algemado a uma dieta horrorosa e obrigatória. Os amigos, claro, desfilando seus copos com cerveja. Coisa para me deixar com a água (?) na boca.
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De fato, sardinha na brasa acompanhada de refresco, seja lá qual o sabor, é coisa de extraterrestre. Concordam? Pois, foi nesse clima que levantei o assunto que vem derrubando muita gente por aí. A ideia surgiu depois da queda do amigo Ronaldo. Ao levantar da cama, após o sono dos justos, não esperou a cuca se ajustar direito ao novo nível e, ao ficar de pé, o mundo rodou e o camarada caiu. Notem que, com a idade, fica ainda mais fácil cair da própria altura Euzinho já passei pela experiência por três vezes. Como se, ao atravessar a fronteira temporal que separa os adultos dos longevos, a gravidade mudasse de endereço. E, com ela, o equilíbrio.
Sabemos que quedas podem ser muito complicadas, em alguns casos, fatais. Sabemos mais. Curiosamente, o lar, onde mais nos sentimos seguros, é o principal local de risco. Por que? Por distração. Só isso.
Meu plano contra essa distração perigosa e dolorida é suavizar o tombo. A ideia é forrar o chão que pisamos com uma espessa camada de borracha, ou outro produto, que absorva o impacto. Além disso, equipar as laterais por onde passamos com corrimão. Tudo para preservar o bem-estar da família e dos amigos e vizinhos que gorjeiam, cantam, comem e bebem por aqui, longe dos olhos perigosos das patroas da oposição.
Caramba, usei da palavra por muito tempo. Pelo menos, tempo suficiente para que meus amigos ouvintes acabassem com as 28 sardinhas que estavam sobre as brasas.
Portanto, resolvi desenhar o plano e enviar pelo ZAP para cada um dos integrantes do Conselho e alheios. Assim, pelo menos, garanto a próxima rodada do peixinho.
Mas é fato, as quedas são tão recorrentes, que volta e meia viram notícia de jornal. E ninguém, ninguém está livre delas. Vejam o caso do presidente Lula, que escorregou na banheira palaciana do Alvorada, caiu, cortou a nuca e ganhou edemas. E, se ninguém está livre de cair, os idosos estão praticamente obrigados.
Fico pensando no Papai Noel, descendo por chaminés. Mas, acho que nesse caso, o bom velhinho já goza de muita proteção. Afinal, nem mesmo a roupa fica suja de fuligem. Não temos notícia de que levou alguma queda nos últimos 300 anos. E ele anda voando pelo céu, puxado pelas renas, confortavelmente instalado na sua poltrona. Nem paraquedas tem para casos de emergência.
Inspirado nos Alpes, pensei até num teleférico para a caverna, que sairia da porteira até a varanda, com uma parada no coreto, no meio do caminho.
E ainda colocaria uma placa na entrada; nesse lugar, quedas, amigos, somente do dólar!
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