Francisco DornellesTânia Rêgo/Agência Brasil
Por PAULO CAPPELLI
Publicado 23/04/2018 03:00

Rio - O Informe entrevista hoje um político conhecido por ser um dos mais experientes e habilidosos do país: o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, presidente estadual do PP, ministro nas gestões dos ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, ex-senador e ex-deputado federal.

O DIA: Depois de namorar o PP, Eduardo Paes acabou deixando o MDB, mas escolhendo o DEM. O recuo de Paes chateou o senhor?

Dornelles: De modo algum. O problema do Eduardo é que ele é vascaíno e, por isso, deixou para decidir aos 45 do segundo tempo. Ele namorou vários partidos, mas tinha que tomar a decisão e verificar qual o partido que reuniria melhores condições para ele disputar o governo.

O PP apoiará Paes para o Palácio Guanabara?

Eduardo ainda não disse que é candidato. Ele primeiro tem que ser candidato, para que nós possamos examinar a candidatura.

Mas o senhor mesmo afirmou que ele escolheu o DEM tendo em vista o governo. No meio político, é notório que esse é o desejo dele, caso consiga derrubar a inelegibilidade imposta pelo TRE...

Ele tem que dizer que é candidato publicamente para você (jornalista). Enquanto ele não disser para você que é candidato, nós ficamos em uma posição de expectativa.

No 'Deles & Delas', da Band, o senhor afirmou que a política de Segurança do governo estadual estava errada. Por quê?

Estava baseada no confronto. Concentrava-se 95% no combate às drogas, sem cuidar da propriedade e da vida das pessoas. Para você ver, tinha mais policiais na UPP da Rocinha do que na força pública de Santa Catarina. E não tinha policial nas ruas de Ipanema, de Copacabana, na Tijuca, nos bairros. Só se pode ir para o confronto depois de ter feito uma avaliação completa, de o setor de inteligência ter atuado.

A seu ver, foi a intervenção federal que melhorou essa questão?

A intervenção ajudou a melhorar. Mas acho que a polícia já estava indo nessa linha. Mesmo a equipe antiga da polícia. A presença da Polícia Civil nesse serviço de inteligência é fundamental.

Mas por quanto tempo persistiu esse erro na política de Segurança?

Ela estava errada quando o Pezão assumiu o governo. E mesmo durante os primeiros sete, oito, nove meses, ela estava toda voltada para uma política de confronto. E depois, com o tempo, a própria polícia verificou que isso estava errado.

Qual o principal acerto do governo Pezão?

Ter conseguido fazer um enorme acordo financeiro com o governo federal, que realmente vai permitir pagar todo o funcionalismo e rolar a dívida do estado por mais seis anos. Vamos priorizar em 2018 investimentos em distribuição de água e rede de esgoto na Baixada.

Qual o principal erro do governo Pezão?

Vice-governador não fala em erro.

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