Publicado 28/02/2022 07:00
Presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiróz é uma das principais vozes fora da área ambientalista a defender o processo de desplastificação. Em entrevista ao O DIA, ele fala dos efeitos da lei do fim da distribuição de sacolas descartáveis e faz um balanço sobre como o setor reagiu à greve dos caminhoneiros de 2018 e à pandemia, bem como impactos no presente: "os supermercados criaram a figura do gerente de segurança, para verificar se os carrinhos são higienizados e os protocolos cumpridos", diz sobre medidas adotadas para continuar de portas abertas e enfrentar a pandemia.
Qual foi o baque mais complicado para o setor de supermercado: greve de caminhoneiros ou pandemia?
A pandemia. Perdemos 20% de colaboradores – por afastar grupos de risco e qualquer pessoa com sintoma. Outro desafio foi não aglomerar as lojas. Implementamos o primeiro protocolo de segurança do Brasil com a Vigilância Sanitária municipal do RJ. Na greve dos caminhoneiros, faltaram, sobretudo, hortifrutigranjeiros. Já a pandemia trouxe um desafio humano, logístico e de vendas. Transformamos o supermercado num lugar seguro.
A pandemia. Perdemos 20% de colaboradores – por afastar grupos de risco e qualquer pessoa com sintoma. Outro desafio foi não aglomerar as lojas. Implementamos o primeiro protocolo de segurança do Brasil com a Vigilância Sanitária municipal do RJ. Na greve dos caminhoneiros, faltaram, sobretudo, hortifrutigranjeiros. Já a pandemia trouxe um desafio humano, logístico e de vendas. Transformamos o supermercado num lugar seguro.
O que fica de aprendizado nesse período que estamos reabrindo?
É preciso melhorar a logística dos processos e a experiência de compras do consumidor. Na pandemia, a gente deixava os produtos já fatiados, para a pessoa perder menos tempo na loja. O cliente quer comprar por aplicativo; hoje, vemos caixas autônomas, para ele mesmo registrar a mercadoria e ir embora. Os supermercados criaram a figura do gerente de segurança, para verificar se os carrinhos são higienizados e os protocolos, cumpridos.
É preciso melhorar a logística dos processos e a experiência de compras do consumidor. Na pandemia, a gente deixava os produtos já fatiados, para a pessoa perder menos tempo na loja. O cliente quer comprar por aplicativo; hoje, vemos caixas autônomas, para ele mesmo registrar a mercadoria e ir embora. Os supermercados criaram a figura do gerente de segurança, para verificar se os carrinhos são higienizados e os protocolos, cumpridos.
Como foi a gestação do Rio Innovation Week? O que o senhor quer com esse evento?
A ideia é que todos se desnvolvam em um só lugar. Em 2018, fui para Nova York, visitar a maior feira de varejo do mundo. Vi que conteúdo, tecnologia e inovação podiam fazer a diferença. Na pandemia, percebemos que faltava um grande evento no RJ, mas precisávamos de tecnologia. A Rio Innovation Week vem para isso, abraçando 19 segmentos e mais de 500 palestrantes, 19 palcos e a novidade: 1200 startups.
A ideia é que todos se desnvolvam em um só lugar. Em 2018, fui para Nova York, visitar a maior feira de varejo do mundo. Vi que conteúdo, tecnologia e inovação podiam fazer a diferença. Na pandemia, percebemos que faltava um grande evento no RJ, mas precisávamos de tecnologia. A Rio Innovation Week vem para isso, abraçando 19 segmentos e mais de 500 palestrantes, 19 palcos e a novidade: 1200 startups.
E os planos para o futuro do Rio Innovation Week?
Em janeiro, tivemos a edição de novembro de 2021, postergada pela pandemia. A de 2022 já está confirmada para novembro – será um evento maior, com mais de 19 nichos. Tornou-se ainda mais pop do que imaginamos, caiu no coração do Rio. Como bom músico, já estou negociando com o pessoal de streaming, como Spotify e Deezer para ver a tecnologia desenvolvida. Será um evento anual.
Em janeiro, tivemos a edição de novembro de 2021, postergada pela pandemia. A de 2022 já está confirmada para novembro – será um evento maior, com mais de 19 nichos. Tornou-se ainda mais pop do que imaginamos, caiu no coração do Rio. Como bom músico, já estou negociando com o pessoal de streaming, como Spotify e Deezer para ver a tecnologia desenvolvida. Será um evento anual.
Há municípios querendo reverter a lei das sacolas plásticas. Como a Asserj tem respondido a isso?
Não comprem sacolas plásticas, adotem sacola retornável. E não caiam na falsa retórica de que elas serão gratuitas – o preço iria para os produtos. O Rio lidera a desplastificação, com a proibição dos canudos e a lei das sacolas: a circulação das descartáveis caiu 50%, e elas passaram a ser 51% biodegradáveis. Em dois anos e meio, retiramos mais de 5 bilhões de sacolas da natureza no estado. O próximo passo é adotar sacolas 100% biodegradáveis e reduzir o plástico.
Não comprem sacolas plásticas, adotem sacola retornável. E não caiam na falsa retórica de que elas serão gratuitas – o preço iria para os produtos. O Rio lidera a desplastificação, com a proibição dos canudos e a lei das sacolas: a circulação das descartáveis caiu 50%, e elas passaram a ser 51% biodegradáveis. Em dois anos e meio, retiramos mais de 5 bilhões de sacolas da natureza no estado. O próximo passo é adotar sacolas 100% biodegradáveis e reduzir o plástico.
Depois de adiada em 2020, a Super Rio Expo Food está chegando, acontece no mês que vem. Como será esta edição?
Em 2020, foi um prejuízo: a feira já estava toda montada. Dois anos depois, ela volta forte – é o maior evento B2B do estado e segunda maior feira de supermercados da América Latina. Estamos confiantes com o nosso tripé – conteúdo, relacionamento e negócios.
Em 2020, foi um prejuízo: a feira já estava toda montada. Dois anos depois, ela volta forte – é o maior evento B2B do estado e segunda maior feira de supermercados da América Latina. Estamos confiantes com o nosso tripé – conteúdo, relacionamento e negócios.
O setor de supermercados é afetado diretamente pela perda de poder de compra. Como a área pode estimular o desenvolvimento do estado?
Não somos uma ilha, fazemos parte de um ecossistema e precisamos falar de desenvolvimento econômico. O interior do RJ deve ser fomentado por indústrias para depender menos da capital – temos que atrair investidores. A vacinação já coloca a economia de volta ao eixo. A crise energética, por exemplo, não pode vir de jeito nenhum.
Não somos uma ilha, fazemos parte de um ecossistema e precisamos falar de desenvolvimento econômico. O interior do RJ deve ser fomentado por indústrias para depender menos da capital – temos que atrair investidores. A vacinação já coloca a economia de volta ao eixo. A crise energética, por exemplo, não pode vir de jeito nenhum.
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