Como vice-governador, Thiago Pampolha voltará ao comando da Secretaria de Ambiente e SustentabilidadeDivulgação
Publicado 31/12/2022 09:00 | Atualizado 01/01/2023 11:08
Após cumprir três mandatos como deputado estadual, aos 35 anos, Thiago Pampolha (União Brasil) se tornará o novo vice-governador do Rio de Janeiro amanhã, ao tomar posse. No novo governo, ele retorna ao cargo de secretário de Ambiente e Sustentabilidade, posição que ocupou ao lado de Cláudio Castro até abril de 2022. Em entrevista a O DIA, ele conta os bastidores de sua entrada na chapa vitoriosa nas eleições, além de revelar planos para seu retorno à Seas: "A atuação nas ações climáticas será tonificada. Vamos nos conectar com outros países e fundos para trazer verbas estrangeiras e potencializar o que já temos", adianta.
O DIA: O que a sua entrada na chapa como vice-governador acrescentou à candidatura?
Pampolha: A campanha teve dois movimentos super necessários: o primeiro vice, Washington Reis (MDB), cumpriu um papel estratégico fundamental de coalizão política na Baixada. Quando substituí o Washington, trouxe o frescor de alguém jovem, que não tem grandes problemas atrelados ao nome. Sem contar a bagagem da Zona Oeste. Naquele momento, o governador oscilava na capital, principalmente nas Zonas Norte e Oeste, então foi agregado um eleitorado muito amplo e necessário.
Como foi a construção da sua entrada na chapa?
Não foi fácil. Acordava e dormia com uma notícia diferente a cada dia, até o anúncio final. Na verdade, foi uma construção iniciada lá atrás: o governador me pediu para me filiar ao União Brasil, e dessa forma, resolver um problema político. O partido, fundado no decorrer do governo, não se sentia contemplado — e havia o risco de indicar outra pessoa. Por outro lado, já se sabia da possibilidade de o Washington Reis não se viabilizar, então eu poderia ser uma opção de vice. Quando efetivamente foi necessário buscar um novo companheiro de chapa, outros políticos entraram à minha frente, mas não houve consenso. Então o governador sugeriu o meu nome, que acabou aceito após muita conversa.
Como a sua experiência como deputado deve influenciar a sua atuação como vice-governador?
A experiência do Legislativo dá muita bagagem a qualquer político. Afinal, para aprovar suas leis, você tem que articular, negociar, tratar no coletivo. Aos 22 anos, fui o deputado mais novo do Rio, e passei por três legislaturas. Isso me ajuda na relação com os deputados. Embora haja um secretário de Governo para fazer a ponte entre o Executivo e as bancadas, posso agregar, pois tenho o respeito da maioria dos parlamentares, inclusive da oposição. E isso traz mais governabilidade.
Ser vice-governador fará diferença na sua atuação na Seas?
Como secretário, temos limites em relação à questão orçamentária: muitas vezes acreditamos num investimento, e não conseguimos viabilizá-lo. Hoje é diferente. Na condição de vice-governador, faço os dois papéis: como secretário, fazendo projetos e botando para funcionar; e como vice, com a autonomia que o governador me deu, posso garantir que não vão faltar recursos. Eu antes estava na Seas em uma composição política, que envolvia deputados com influência. Agora, terei mais condições para poder desempenhar meu trabalho.
Quais são os planos para a nova fase à frente da secretaria?
Primeiramente, dar continuidade a programas estratégicos. Temos um pacto com outros países para ampliar em 10% a nossa cobertura florestal, pelo Florestas do Amanhã. Vamos manter o Limpa Rio, que mitiga os problemas das mudanças climáticas por meio do desassoreamento e limpeza dos rios. O ICMS Ecológico, que estimula ações como restauração ambiental e proteção de nascentes, foi concedido a todas as 92 cidades, pela primeira vez, na minha gestão. Criamos uma estratégia de orientação para ajudar a resolver gargalos. Também simplificamos o sistema de licenças ambientais. As de baixo impacto, que poderiam levar até um ano, agora podem sair em dois dias. Sem deixar de cuidar, ganhamos tempo, o que fortalece um ambiente de negócios mais favorável. A novidade é que a atuação nas ações climáticas será tonificada, com uma subsecretaria para atuar na mitigação e adaptação às mudanças. Vamos nos conectar com outros países e fundos para trazer verbas estrangeiras e potencializar o que já temos.
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