Publicado 19/02/2023 13:00
Vice-presidente da Mocidade Independente, Luiz Cláudio Ribeiro (PSD) fez uma declaração de amor à escola de Padre Miguel em seu projeto para incluir a bateria no patrimônio cultural do estado. A justificativa saúda Tia Chica e Mestre André e as conexões com o território e a espiritualidade.
Leia abaixo o texto completo:
"A presente proposição tem como objetivo declarar a bateria do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel como patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
A escola de samba é um instrumento que permite a perpetuação do legado ancestral e preservação de valores identitários que afloraram e se consolidaram em determinadas regiões do Rio de Janeiro, valores esses que são produto de contextos sociológicos singulares, dadas as especificidades da formação e desenvolvimento de cada bairro, mas que se relacionam entre si.
A sonoridade ímpar da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel eterniza o axé do terreiro de Tia Chica, mãe de santo do bairro onde a escola foi fundada, responsável por conceder a benção a cada ritmista antes de qualquer ensaio ou desfile. Foi Tia Chica que escolheu as cores verde e branca do pavilhão da Estrela Guia.
Mestre André, ícone da escola que revolucionou o quesito bateria, era filho de santo e ogã no terreiro de Tia Chica. A pedido da matriarca, ele criou um batuque para saudar Oxóssi, o padroeiro da escola. Foi baseado no ritmo do agueré que ele incorporou a batida à caixa de guerra da escola, característica que a diferencia das demais agremiações.
Portanto, são valores intangíveis como esse, que reverenciam as conexões com nosso território e espiritualidade, que tornam a bateria Não Existe Mais Quente uma síntese da riqueza cultural do estado do Rio de Janeiro, demonstrando a presença de diversos atores sociais nessa construção simbólica que transcende os limites de Padre Miguel e da Sapucaí.
Diante do exposto, solicito o apoio dos meus nobres colegas para a aprovação desta proposta".
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