Guilherme Schleder, secretário municipal de EsportesNatacha Marion
Publicado 12/06/2023 09:00
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Com experiência como chefe da Casa Civil, Guilherme Schleder foi reconvocado por Eduardo Paes em seu terceiro mandato — desta vez, para assumir a Secretaria de Esportes. Com a missão de resgatar o legado olímpico e recuperar os equipamentos públicos, ele saiu dos escritórios e rodou a cidade. No ano passado, deixou a pasta para se candidatar a deputado estadual, e acabou voltando ao cargo depois de eleito. Em entrevista a O DIA, Schleder fala do trabalho de sua gestão e conta a lição que aprendeu durante a aventura eleitoral. "Na política, ter voz significa ter votos: retornar após uma eleição bem sucedida me coloca em posição melhor para apoiar o prefeito".
O DIA: Qual é o atual quadro dos equipamentos da secretaria?
Guilherme: No início, havia 10 Vilas Olímpicas paradas. Hoje, as 27 estão funcionando, em um trabalho permanente de manutenção. Elas ajudam pacientes da Saúde a se manterem ativos, são espaços de Educação Física para alunos da rede municipal — em horários exclusivos —, e servem até como espaço de qualificação profissional. Também somos responsáveis pelo Parque Radical de Deodoro, que recebe atividades esportivas nos dias úteis e, aos fins de semana, vira uma "praia" para a população. Já o Velódromo começa a receber o Museu Olímpico em breve. Nesta semana, anunciaremos o vencedor da licitação das obras.
Qual é a importância de um programa como o Time Rio?
Esse programa beneficia 60 atletas, divididos igualmente entre homens e mulheres — olímpicos e paralímpicos —, com uma bolsa de R$ 8 mil até as Olímpiadas. Este é programa de implementação simples, com regras claras definidas pelo COB e pelo Comitê Paralímpico. E que já deu resultados: nesta semana, a Rosângela Santos conquistou ouro na Itália nos 100m rasos. Antes, ela precisava dividir os treinos com o trabalho como motorista.
Como os esportes podem potencializar a economia carioca?
Realizamos um estudo dos eventos atrativos para a cidade e identificamos quase 40 ainda para este ano. O investimento público é de aproximadamente R$ 10 milhões, com uma contribuição maior da iniciativa privada. Enquanto isso, o retorno estimado é de R$ 600 milhões, considerando gastos com hospedagem, comércio e outros setores. E tem ainda a exposição, que fortalece a marca do Rio.
Como a pasta pretende atrair eventos de grande porte pro Rio?
Nossa abordagem consiste em apoiar os eventos em seus primeiros anos e depois atrair patrocinadores para garantir sua continuidade. Um exemplo dessa estratégia é a Maratona do Rio, que recebeu apoio inicial e agora é autossuficiente. O mesmo ocorre com a competição de ciclismo L'étape, que caminha para a autossustentabilidade após o apoio da prefeitura em 2022. Queremos tornar grandes eventos esportivos parte do calendário carioca. Além disso, estamos entusiasmados com a possibilidade de o Brasil sediar a Copa do Mundo feminina de 2027, na qual nos inscrevemos em parceria com a CBF. Queremos ver a final no Maracanã.
Como a pasta tem trabalhado questões de inclusão?
Pelo lado da inclusão social, temos cerca de 50 mil pessoas atendidas em quase mil unidades do programa Rio em Forma, que vai de aulas de ginástica a artes marciais. Mas também trabalhamos a inclusão pelo viés das pessoas com deficiência: em 17 das Vilas Olímpicas, há atividades adaptadas. O esporte é muito benéfico, por exemplo, para autistas: o gasto de energia proporciona tranquilidade e reduz a agressividade. Vale lembrar que as atividades físicas também trazem qualidade de vida. Já foi notada uma redução nas filas de Clínicas da Família próximas a equipamentos esportivos.
Como foi a sua decisão de sair dos bastidores e ser candidato?
Na gestão anterior, quando estive na Casa Civil, eu ficava 12, até 15 horas no escritório. Mas quando assumi a secretaria, tive a oportunidade de percorrer toda a cidade, conversar com muita gente e ver os resultados. Essa experiência me despertou o desejo de entrar na política. Quando mencionei a ideia pela primeira vez ao Eduardo Paes, ele ficou surpreso. Nesse campo, é sabido que ter voz é ter votos, então, voltar à pasta após uma eleição bem sucedida, me coloca em posição melhor para apoiar o prefeito.
*Colaborou o estagiário Gustavo Braz
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