Publicado 10/06/2024 05:00
Dudu Reina, presidente da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu, começou sua vida pública como subsecretário de Obras e de Governon antes dese candidatar a vereador do município, em 2020. Segundo o parlamentar, os poderes Legislativo e Executivo andam lado a lado. "Sabemos das necessidades do município e sempre trabalhamos para atender às demandas do Executivo com responsabilidade e sabendo do nosso papel de agente fiscalizador". Em entrevista à coluna, Reina falou também sobre educação, saúde e mudanças climáticas.
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SIDNEY: Qual a maior contribuição da Câmara de Vereadores para o município de Nova Iguaçu?
DUDU REINA: Nova Iguaçu ganha bastante quando o Executivo e o Legislativo andam lado a lado com o objetivo de proporcionar o melhor para a cidade. Nesses anos como vereador e presidente da Câmara, nosso diálogo com o prefeito Rogerio Lisboa foi o mais proveitoso possível. Sabemos das necessidades do município e sempre trabalhamos para atender às demandas do Executivo com responsabilidade e sabendo do nosso papel de agente fiscalizador. Um dos principais exemplos desse entrosamento foram as autorizações que o Legislativo deu ao Executivo para que ele buscasse investimento junto à Caixa para projetos de infraestrutura no município. Foram R$ 514 milhões nos últimos cinco anos, que resultaram em obras que melhoraram a vida dos iguaçuanos. Destaco o alargamento do Rio Botas e a construção dos viadutos dos Imigrantes e de Austin e o início do de Comendador Soares, a duplicação do Dom Adriano Hipólito e a reforma do Padre João Musch. Além disso, 34 bairros foram beneficiados com obras de drenagem e pavimentação, beneficiando mais de 30 mil famílias.
Melhorar a segurança pública é um desafio que precisa ser enfrentado em toda a Baixada. Qual a maior necessidade no seu município?
Ao longo dos últimos anos, o prefeito Rogerio Lisboa vem trabalhando muito para que o município melhore os índices de segurança. Conseguimos instalar três bases do Segurança Presente, nos bairros do Centro, Austin e Miguel Couto, com 76 policiais atuando no patrulhamento diário das ruas. Há também o Proeis (Programa Estadual de Integração de Segurança), convênio firmado entre a Prefeitura e a Polícia Militar, que começou com 100 policiais, em 2020, e hoje está com 150, que patrulham a cidade com 30 viaturas e 20 motos. Sem falar das Patrulhas Maria da Penha e Patrulha Escolar. A Prefeitura é responsável pelo pagamento dos policiais e locação dos veículos. Também começa a atuar no município, agora em junho, a primeira turma da Guarda Municipal, com 31 pessoas, que, até o fim de 2024, chegará a um efetivo de 100 guardas. Apesar de todas essas medidas, ainda há problemas nas áreas mais afastadas, fora dos centros comerciais dos bairros. Temos um pleito antigo com o Governo do Estado para que o município tenha o seu próprio batalhão da PM. Somos o quarto município em população no estado e o único deles que não tem um batalhão da PM para chamar de seu. Outra ação nessa área foi a pavimentação de ruas que antes estavam abandonadas garantindo maior segurança na circulação da população.
Nova Iguaçu conta com um único hospital de emergência e o recém inaugurado Hospital Iguassú Maternidade Mariana Bulhões. A estrutura suporta a frequência de pacientes de outras cidades?
Definitivamente, não. Hoje, tanto o Hospital da Posse quanto o Hospital Iguassú Maternidade Mariana Bulhões recebem cerca de 40% de pacientes de outros municípios. Para você ter ideia, na Posse, as enfermarias têm seis leitos quando deveriam ter quatro. Mas jamais negaremos atendimentos. Vamos adequando e seguindo em frente. O prefeito Rogerio Lisboa está com projeto de construção de um outro hospital em Cabuçu, mas mesmo assim não será suficiente. Hospital de emergência público só tem aqui em Nova Iguaçu e em Duque de Caxias. Toda a demanda vem para esses dois municípios. As cidades precisam aproveitar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e se inscrever para receber verbas para a construção de suas unidades de saúde de emergência. Não é justo uma pessoa que precisa de atendimento urgente ter que percorrer 20, 30 km para receber atendimento.
O município tem investido muito na capacitação de professores e também na melhoria da infraestrutura das escolas, mesmo assim há necessidade de concursos públicos para professores e monitores. Há previsão para isso?
A prefeitura realizou o concurso para a educação em abril. Já no segundo semestre deste ano, a rede municipal vai receber mais 1.338 professores. Neste concurso, houve também o chamamento para os monitores. Hoje, são cerca de 1.600 crianças com algum tipo de necessidade, seja com deficiência ou com transtorno do espectro autista para 420 monitores. A partir de agosto, teremos mais 500 profissionais atuando nas escolas. Outra novidade é que estamos estudando a dupla regência. Ou seja, todas as escolas terão dois professores para as turmas de primeiro segmento.
Quando se assiste a tragédia no Rio Grande do Sul muita gente começa a se perguntar sobre as condições das cidades fluminenses enfrentarem problemas semelhantes. O alagamento do rio Botas, por exemplo, é um problema. Como resolver isso?
Esse é um problema que nos preocupa desde o início da gestão. Quando fui subsecretário de Infraestrutura no primeiro mandato do Rogerio, acompanhei de perto as obras que fizemos no Botas. Retiramos cerca de 400 famílias que moravam às margens do rio. Demos apartamentos em dois empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida para 335 famílias e ressarcimos outras 61. Aumentamos a calha passando de 7 metros para 14 metros aumentando sua vazão. Durante algum tempo, ficamos sem grandes enchentes, mas as mudanças climáticas e a intensidade das chuvas nos últimos anos vêm aumentando. É imprescindível que o Governo Federal contemple o projeto Iguaçu no PAC. Não temos saída para o mar. O Botas deságua no Rio Iguaçu, em Belford Roxo. Os dois se juntam ao Rio Sarapuí, em Caxias, até chegar à Baía de Guanabara. Não adianta a gente intervir no município sem que os outros rios da Baixada não tenham intervenções.
A gestão atual entregou dois viadutos novos e criou agora a faixa seletiva para os ônibus na Via Light. Qual o próximo passo para melhorar a mobilidade da população?
Nova Iguaçu, assim como outras grandes cidades, foi crescendo sem nenhum planejamento viário. Depois de muito tempo paralisado pelo Governo do Estado, assumimos a obra do viaduto de Comendador Soares e tivemos um imbróglio judicial para poder retomar as intervenções. Hoje esse problema está superado e a ideia é entregar este viaduto para a população até o fim do ano. Também vamos duplicar o viaduto Dom Adriano Hipólito, que deve melhorar bastante a circulação de carros, assim como terminar a duplicação da Via Light no trecho de Nova Iguaçu.
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