Rio - Por unanimidade, o Conselho Superior do Ministério Público decidiu manter, agora há pouco, o afastamento provisório por 60 dias do ex-procurador-geral Claudio Lopes denunciado ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça por envolvimento no esquema de corrupção montado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Mas Lopes continuará recebendo o salário de pouco mais de R$ 30 mil.
O pedido partiu da Corregedoria do órgão que foi atendido pelo procurador-geral em exercício Ricardo Ribeiro Martins e agora chancelado pelo Conselho. Lopes estava na 3ª Procuradoria de Justiça que atua junto à 6ª Câmara Criminal e era membro do Conselho Superior do Ministério Público.
Lopes foi denunciado pelo Ministério Público por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e quebra de sigilo funcional. Como o blog antecipou, semana passada, é a primeira vez que um procurador que ocupou o mais alto cargo administrativo do órgão é denunciado por crimes à Justiça. Além de Lopes, Ricardo Ribeiro Martins denunciou ainda o ex-governador Sérgio Cabral, Wilson Carlos, ex-secretário de Governo, e Sérgio de Castro Oliveira, o Serjão.
O desembargador Reinaldo Pinto Alberto Filho já determinou a notificação dos acusados para apresentar defesa em 15 dias. Só depois, Filho irá apreciar os pedidos de prisão preventiva e perda do exercício da função contra Lopes, a quebra do sigilo bancário e fiscal, inclusive, o da mulher de Lopes, Ana Beatriz, e o sequestro de bens e valores até R$ 7,2 milhões, dinheiro que teria servido à quadrilha. Lopes pediu que no caso de decretação da prisão haja substituição por outras medidas, uma delas é o uso da tornozeleira eletrônica.