Publicado 10/08/2022 19:40 | Atualizado 11/08/2022 09:25
"Chiquita bacana lá da Martinica, se veste com a casca da banana nanica"... Quem diria que o refrão da tradicional marchinha de carnaval se tornaria uma realidade?
Essa é a aposta da marca brasileira masculina Urbô que utiliza a fibra desta fruta que é associada ao Brasil pela voz de Carmem Miranda que eternizou "Yes, nós temos bananas". Graças a ela, apesar de sermos o quarto produtor da fruta, no imaginário internacional, o Brasil é conhecido como a República das Bananas.
Esse exemplo deveria ser seguido em larga escala no caminho para a moda sustentável. É que produzimos mais de sete milhões de toneladas por ano. E o pseudocaule da bananeira, que é jogado fora, resulta numa fibra resistente e que dá vida e caimento ao tecido ecológico. Apesar de negligenciarmos essa potencialidade, desde o século 13 há registros dessa fibra em teares nas Filipinas e Índia. No Japão e no Nepal, era muito comum a criação de tapetes, cordas à base do material.
“Reduzir o impacto ambiental sempre esteve no centro de nossa atenção. Para que isso se tornasse realidade fomos atrás de parceiros que, de fato, pudessem nos ofertar matérias-primas de qualidade e consciência ambiental”, destaca um dos criadores da Urbô, Matheus Menezes.
“Reduzir o impacto ambiental sempre esteve no centro de nossa atenção. Para que isso se tornasse realidade fomos atrás de parceiros que, de fato, pudessem nos ofertar matérias-primas de qualidade e consciência ambiental”, destaca um dos criadores da Urbô, Matheus Menezes.
Um dos maiores especialistas em inovação na moda no Brasil, o professor da Universidade Estácio de Sá e da Fundação Getúlio Vargas, ressalta que o reaproveitamento de muito material descartado poderia ajudar numa moda mais sustentável.
"Ao invés de irem impactar os lixões e aterros sanitários, poderiam ser reprocessados e usados em substituição a outros tecidos bem mais impactantes ao ambiente. No entanto, faltam mais parcerias entre as empresas e instituições de pesquisa no desenvolvimento de novos materiais" - explica Silvio Duarte.
Vestindo Café
Essa bebida, mundialmente aclamada, produz, em média um milhão de toneladas de borra por ano. Isso equivale a 32 mil carretas cheias de um resíduo que pode ser reaproveitado de diversas formas. Agora, ela está sendo transformada no que chamam de malha coffee aplicada na confecção de camisetas.
“Essa malha é feita a partir da borra de café recolhida das grandes redes de cafeteria. Esse resíduo passa por um processo de secagem, depois é transformado em um concentrado que, com a adição de polímeros, cria fios pelo processo de extrusão. O resultado é um tecido mais resistente, bactericida, anti-odor, com proteção UV e secagem rápida. Além disso, colabora para o direcionamento correto dos resíduos gerados pela indústria”, revela Menezes.
Camiseta de maconha: não é para fumar!
Na fase de liberação em vários países para o uso medicamental e da flexibilização do recreativo, a cannabis também vem, há algum tempo, sendo aplicada na confecção de tênis, bonés e roupas. A marca brasileira também está trabalhando essa fibra em suas coleções.
“Para a produção do tecido de cânhamo, as fibras passam por um processo de maceração - separação das fibras das cascas - e são processadas para dissolver a goma ou a pectina. A fibra é então separada e novamente transformada. Após o tratamento, as fibras são tecidas em fios finos e longos. Como resultado temos uma malha resistente a raios UV, termodinâmica, forte e durável”, descreve Matheus Menezes.
Vestindo Café
Essa bebida, mundialmente aclamada, produz, em média um milhão de toneladas de borra por ano. Isso equivale a 32 mil carretas cheias de um resíduo que pode ser reaproveitado de diversas formas. Agora, ela está sendo transformada no que chamam de malha coffee aplicada na confecção de camisetas.
“Essa malha é feita a partir da borra de café recolhida das grandes redes de cafeteria. Esse resíduo passa por um processo de secagem, depois é transformado em um concentrado que, com a adição de polímeros, cria fios pelo processo de extrusão. O resultado é um tecido mais resistente, bactericida, anti-odor, com proteção UV e secagem rápida. Além disso, colabora para o direcionamento correto dos resíduos gerados pela indústria”, revela Menezes.
Camiseta de maconha: não é para fumar!
Na fase de liberação em vários países para o uso medicamental e da flexibilização do recreativo, a cannabis também vem, há algum tempo, sendo aplicada na confecção de tênis, bonés e roupas. A marca brasileira também está trabalhando essa fibra em suas coleções.
“Para a produção do tecido de cânhamo, as fibras passam por um processo de maceração - separação das fibras das cascas - e são processadas para dissolver a goma ou a pectina. A fibra é então separada e novamente transformada. Após o tratamento, as fibras são tecidas em fios finos e longos. Como resultado temos uma malha resistente a raios UV, termodinâmica, forte e durável”, descreve Matheus Menezes.
Para muitos, o cânhamo é considerada a fibra do futuro. Possui produção sustentável, utiliza um terço da água gasta para o plantio de algodão e requer menos uso de pesticidas. O grande problema é a resistência por conta da associação com a droga.
Menos lixo e menos química
Ajudar a reduzir a quantidade de lixo no planeta também é um dos objetivos. Para isso, criaram a camiseta ‘less trash’, feita a partir de garrafa PET. A cada produzida, três garrafas deixam de poluir o ambiente. “Para se ter ideia, uma camiseta dessa oferece à natureza 1200 anos livres de PET, já que este material leva, em média 400 anos para se decompor”, afirma Menezes.
Cultivando o futuro
Os clientes da marca recebem junto com os produtos a possibilidade de cultivar um meio ambiente mais sustentável. As tags que acompanham as peças da Linha Eco são plantáveis. Elas são feitas com restos de aparas e papéis reciclados, sendo um produto 100% biodegradável, e claro, com sementes inclusas na produção. Dentre as sementes estão Pimenta Malagueta, Manjericão e Agrião.
Ajudar a reduzir a quantidade de lixo no planeta também é um dos objetivos. Para isso, criaram a camiseta ‘less trash’, feita a partir de garrafa PET. A cada produzida, três garrafas deixam de poluir o ambiente. “Para se ter ideia, uma camiseta dessa oferece à natureza 1200 anos livres de PET, já que este material leva, em média 400 anos para se decompor”, afirma Menezes.
Cultivando o futuro
Os clientes da marca recebem junto com os produtos a possibilidade de cultivar um meio ambiente mais sustentável. As tags que acompanham as peças da Linha Eco são plantáveis. Elas são feitas com restos de aparas e papéis reciclados, sendo um produto 100% biodegradável, e claro, com sementes inclusas na produção. Dentre as sementes estão Pimenta Malagueta, Manjericão e Agrião.
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