Publicado 30/08/2022 15:00 | Atualizado 30/08/2022 15:14
Acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro o festival “Virada Cultural Amazônia de Pé”. A expectativa é de que sejam coletadas mais assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular que pretende proteger mais de 57 milhões de hectares.
Se aprovado, grande parte de terras desprotegidas ficam aos cuidados de populações indígenas, quilombolas, comunidades de pequenos extrativistas e viram unidades de conservação da natureza, como garantia de que, através de uma relação harmônica com a floresta, a Amazônia permaneça de pé.
O evento gratuito acontece no próximo domingo entre 10h e 22h. Entre as atrações musicais estão: Geraldo Azevedo, a dupla Felipe e Manoel Cordeiro, Nic Dias, Silvan Galvão, Carimbloco, o rapper BK, entre outros. Trata-se da versão carioca do movimento nacional que acontece em outros pontos do país, entre eles, em Santarém, no Pará, onde é promovido o Festival Manifestar.
Amazônia cada dia mais ameaçada
Uma série de pesquisas mostra que nunca esteve tão ameaçada. A prova é o crescimento desenfreado do desmatamento nos últimos três anos em comparação ao triênio anterior, segundo relatório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. O IPAM aponta que os territórios mais afetados são as terras públicas não destinadas, que são áreas federais sem proteção, que estão à mercê da grilagem. Segundo a Lei nº 9.985 de 2000, essas terras já deveriam ter sido entregues para entidades que podem preservar e o Estado segue ignorando essa obrigação por 22 anos.
Atualmente, são mais de 50 milhões de hectares de terras públicas não destinadas na Amazônia Legal brasileira, área que corresponde a duas vezes o estado de São Paulo que estão sendo invadidas e devastadas. O IPAM conclui, em relatório publicado este ano, que a destinação dessas terras é uma das medidas necessárias para frear o avanço do desmatamento e preservar a floresta.
De acordo com o Imazon, nos últimos 12 meses, a área sofreu o maior índice de desmatamento em 15 anos. Já o último relatório publicado pela revista britânica Nature aponta que 75% do desmatamento da Floresta Amazônica é irreversível. Ou seja, são territórios onde a mata não cresce mais. Nesse ritmo, diz a publicação, vai virar uma savana ainda no século XXI. Já outro periódico conceituado, o One Earth prevê que a mudança de bioma pode acontecer em 30 anos.
Coleta de assinaturas
A campanha foi lançada em maio e, em menos de dois meses, já conta com mais de 15 mil ativistas coletando 1,3 milhão assinaturas ao redor do Brasil e do mundo, como Portugal, França, Alemanha e Estados Unidos. No entanto, para que o projeto chegue até o novo Congresso Nacional, em 2023 e vire lei, são necessárias 1,5 milhão de adesões físicas.
A campanha foi lançada em maio e, em menos de dois meses, já conta com mais de 15 mil ativistas coletando 1,3 milhão assinaturas ao redor do Brasil e do mundo, como Portugal, França, Alemanha e Estados Unidos. No entanto, para que o projeto chegue até o novo Congresso Nacional, em 2023 e vire lei, são necessárias 1,5 milhão de adesões físicas.
O movimento já conta com apoio de 180 organizações entre escolas, aldeias, coletivos e movimento sociais de vários pontos do país. Entre essas instituições, estão o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos - CONAQ, o Comitê Chico Mendes, o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e o Movimento de Mulheres Camponesas - MMC, que assinaram e contribuíram na escrita da lei.
Ao realizar um evento cultural deste porte, a ONG Nossas busca integrar a sociedade ao debate e convidar para a ação através da assinatura no Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP).
“A gente acredita no poder da cultura de transformação social, de movimentar imaginários e atingir diversos territórios. A cultura é capaz de 'hackear' os sistemas e através da voz da cultura a gente pode falar coisas que muitas vezes são censuradas. Historicamente, a cultura tem um papel muito importante em movimentos sociais e políticos”, afirma Helena Ramos, coordenadora de produção e cultura da campanha Amazônia de Pé.
“A gente acredita no poder da cultura de transformação social, de movimentar imaginários e atingir diversos territórios. A cultura é capaz de 'hackear' os sistemas e através da voz da cultura a gente pode falar coisas que muitas vezes são censuradas. Historicamente, a cultura tem um papel muito importante em movimentos sociais e políticos”, afirma Helena Ramos, coordenadora de produção e cultura da campanha Amazônia de Pé.
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