Príncipe Charles ao lado da passista Pinah da Beija Florfoto de divulgação Beija-Flor
Publicado 09/09/2022 15:32 | Atualizado 09/09/2022 20:37
Êh, Pinah...
A Cinderela negra que ao Príncipe encantou...
Se a Beija Flor for reeditar o samba de 1983 vai ter que alterar o refrão para Rei. O então Príncipe Charles inspirou o enredo após sua primeira visita ao Brasil em 1979. Na ocasião quebrou o frio e rígido protocolo da corte inglesa e não resistiu ao samba. Ainda solteiro, as imagens de sua desengonçada evolução ao lado da passista Pinah, ganharam o mundo. Foi o flagra de uma descontração excessiva que pode ter desagradado a mãe, a rígida Rainha Elizabeth. Sua performance reforçou a expressão popular brasileira: “Tem gringo no samba”, usada quando se refere a pessoas fora do ritmo.
Foi ainda no final dos anos 70 que teve o primeiro contato com a Floresta Amazônica ao ser incluída a visita ao Instituto Nacional de Pesquisas, o Inpa, na agenda oficial.
Depois, voltou mais três vezes, porém, longe dos passos de Carnaval, mas focado nas questões ambientais, temática que, por sinal, ganhou mais evidência nos discursos do monarca depois de ter participado efetivamente do movimento em torno da Rio-92, a mais emblemática conferência sobre o tema já realizada.

Charles pré-Rio-92
A vinda de Charles no ano anterior ao evento foi fundamental para referendar o encontro que reuniu a presença de 179 chefes-de-estado, número nunca mais superado. O Príncipe veio pessoalmente ao Rio de Janeiro como parte da organização da conferência.
E ainda, plantou uma muda de pau-brasil em Aracruz, no Espírito Santo. Cena que foi relembrada 30 anos depois quando, em 2021, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), recebeu uma foto atual da árvore já desenvolvida.
Visita pré-separação de Diana 
Em 91 chegou acompanhado da Princesa Diana, mas a agenda do casal, que se separou cinco anos depois, foi totalmente distinta durante os cinco dias de permanência em solo brasileiro. O atual Rei Charles III visitou o Pará, Brasília e Espírito Santo. Enquanto isso, a “Princesa do Povo” ficou baseada no Rio de Janeiro, além de ter conhecido as Cataratas do Iguaçu. Charles voltou mais duas vezes ao país.
2002- Em março, esteve em Palmas, no Tocantins, onde conheceu projetos ambientais amazônicos e teve contatos com povos indígenas.

2009 - Esta última visita já foi ao lado da atual mulher, duquesa da Cornualha, Camilla Parker Bowles. Já no segundo casamento e bem mais contido, arriscou timidamente alguns passinhos ao visitar uma comunidade carioca, mas nem de longe lembrou a quebra de protocolo do jovem e solteiro Charles com a passista Pinah da Beija Flor. Cumprindo a agenda daquele ano, ainda retornou ao Amazonas.

Charles Ambientalista
Tendo vivido o mais mais longo prazo para assumir a um trono real, Charles, de 73 anos, aproveitou as últimas décadas de espera para encontrar protagonismo na área ambiental. Tem se destacado como ferrenho defensor de cultivos orgânicos e combustíveis renovados.
Já referendado como uma das vozes mundiais mais representativas nas questões sustentáveis, abriu Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, no ano passado, realizada em Glasgow, na Escócia. Em 2020, no encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Charles lançou a Iniciativa de Mercados Sustentáveis, que visa fazer com que os líderes empresariais invistam em operações ecologicamente corretas.
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