Setembro: mês de mutirões de limpeza nas praiasfoto de divulgação Greenpeace
Publicado 17/09/2022 14:32 | Atualizado 17/09/2022 14:35
O Dia Mundial de Limpeza de Praia nunca foi tão desafiante como neste ano. Um os principais motivos é que acontece diante da constatação de que a poluição por plástico, um dos principais vilões, é muito maior do que podemos ver. Além daquelas aterrorizantes ondas gigantes formadas pelo acúmulo desse derivado do petróleo, hoje temos a real noção de que esse problema é uma gota no oceano diante de um outro muito maior, que são os microplasticos.
A devastação invisível dessas partículas, que podem levar 400 anos para se decompor, é infinitamente maior. E não fica restrita aos mares e rios. Estão em todos os seres vivos desses biomas e, claro, entre nós seres humanos.
Risco da Bioacumulação
Os estudos ainda incipientes, mas já categóricos de que eles estão presentes nos serres vivos aquáticos, parte deles consumidos por nós. Portanto, também em nossos organismos! E quando ingerimos um animal que está no topo da cadeia alimentar, como peixes maiores, ainda convivemos com o fenômeno chamado de bioacumulação. Isso porque, eles se alimentam de outros menores também contaminados. 
De acordo com o relatório da ONG Oceana de 2021, metade de todos os animais marinhos já ingeriu algum tipo de plástico, sendo que 85% formados por espécies em risco de extinção.
Importância da data
Apesar do problema ser muito maior do que o que podemos visualizar, os mutirões em torno do 17 de setembro não deixam de ser importantes e simbólicos. Sabemos que as montanhas de lixo retiradas pelos voluntários em todo o mundo é apenas um grão de areia diante da realidade do acúmulo de detritos. No entanto, a data marca um espaço significativo para refletirmos e ecoarmos pela mídia e pelas redes sociais esse problema que a humanidade criou e da qual é refém.
O Dia Mundial da Limpeza de Praia, estende por ações agendadas até o final do mês. Trata-se da maior iniciativa global para despoluição do planeta! Vale ressaltar o trabalho de várias entidades pelo mundo inclusive, aqui no Brasil, como a ONG Vozes do Oceano. Eles disponibilizam para a população o  manual da Mares Limpos "Como organizar uma ação de limpeza de praia" através do link
https://ccs2.ufpel.edu.br/wp/wp-content/uploads/2018/09/Como-Organizar-uma-Acao-de-Limpeza-de-Praia-Mares-Limpos-1.pdf 
Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra. Além de sua extensão e diversidade também são grandes produtores de oxigênio e o principal regulador da temperatura do planeta. O tema: Década de Preservação dos Oceanos foi levantado pela ONU devido a sua urgência e gravidade. No entanto, a mobilização não está restrita aos biomas de água salgada. A preocupação com a descontaminação também devem ocorrer em rios, nascentes, córregos, lagos...  

Clean Up The World (CUW) – Limpeza do Mundo 2022
O alerta mobiliza mais de 130 países unindo 35 milhões de pessoas.  Um dos grandes desafios deste ano vem do impacto das milhares de máscaras e luvas devido à pandemia do Covid-19. Grande parte delas estão indo para os oceanos, aumentando a mortandade dos animais marinhos.
Nos eventos em todo o mundo, os resíduos recolhidos serão destinados para instituições de reciclagem. Aqui no Rio de Janeiro, temos várias iniciativas. A Marina da Glória foi transformada num quartel-general das ações. Outra iniciativa importante é o ônibus batizado de “Guardião da Costa” que vem mapeando diversas praias. Outras, como o Mutirão de Ipanema, foi reagendado para esta segunda-feira devido ao receio do  tempo chuvoso por conta dos organizadores.
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