Apesar de divergências abalarem relações familiares, de amizades e até de empregos, só o amor supera as diferenças políticas

Com uma polarização nunca vista na política brasileira, não faltam relatos de rompimentos de relacionamentos. Muitas discussões e, não raras, passam do campo verbal para o físico. Isso sem falar em acusações, injúrias, ameaças, coações e até demissões. Os desentendimentos acontecem em todos os âmbitos: profissional, familiar, social e virtual. Mas até que ponto essa intolerância com o posicionamento político oposto abala os relacionamentos amorosos?

É o que revela a pesquisa “Amor e Política” enviada a 20 mil usuários do site de relacionamentos Coroa Metade, voltado para pessoas com mais de 40 anos.

“Temos acompanhado amigos que encerraram amizades de toda uma vida por causa da política, de irmãos que pararam de conversar e até de filhos que deixaram de frequentar a casa dos pais. Por isso julgávamos que o posicionamento político, em um momento de tanta divisão no país, fosse ter um peso maior no relacionamento. Mas não foi o que ocorreu”, surpreende-se o diretor do site, Airton Gontow

O resultado aponta que, apesar de toda a divisão existente no País, tanto entre eleitores de Lula quanto entre os de Bolsonaro, apenas uma minoria afirma que não se casaria com uma pessoa que votasse, no segundo turno, em um candidato diferente do seu.

A sondagem foi dividida basicamente em duas perguntas: Como será seu voto no segundo turno? e Você se casaria com uma pessoa que votará em um candidato diferente do seu no segundo turno da eleição? 

Os 1.044 respondentes puderam optar entre “Sim”, “Não”, “Não Tenho Certeza” e “Prefiro não Responder”. Entre os que não se casariam, praticamente empatados: 17,48% entre os apoiadores de Lula e 28,80% entre os de Bolsonaro.
Já para o famoso “sim”, os números apresentam mudanças significativas: 59,54% dos eleitores de Lula se casariam com quem vota no adversário, enquanto um pouco menos da metade, 45,65% dos bolsonaristas, se uniriam a alguém que votará no outro candidato no dia 30 de outubro.

Eleitor de Lula:
Casaria com alguém que votasse em Bolsonaro
Sim - 234 votos – 59,54%
Não – 108 votos – 27,48%
Não têm certeza – 24 votos – 6,10%
Prefere não responder – 27 votos – 6,87%

Eleitor de Bolsonaro
Casaria com alguém que votasse em Lula
Sim – 252 votos – 45,65%
Não - 159 votos – 28,80%
Não têm certeza – 78 votos – 14,13%
Prefere não responder - 63 votos – 11,41%

Já os dados específicos dos cariocas, também indicam uma espécie de empate técnico entre os eleitores dos dois lados quando o assunto é casamento.
No Rio, de quem vota no Lula
41,17% não se casariam com quem vota no Bolsonaro
47,058% se casariam
11,76 não têm certeza.

No Rio, de quem vota no Bolsonaro
45,83% se casariam
25% não se casariam
12,50% não têm certeza
16,66 preferem não responder.

Ao contrário de outros aplicativos do gênero que são mais focados em encontros imediatos e sexo e que contam com usuários de faixas etárias mais baixas, este foca em pessoas mais maduras além de relações mais duradouras, como casamentos. O aplicativo já foi o "padrinho" de, pelo menos, 121 uniões oficiais recentes.

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