Eterna mortandade de peixes nas lagoas do Riofoto de arquivo da coluna
Publicado 14/01/2023 11:39
Em meio a eternas promessas nunca cumpridas, as mortandades de peixes nas lagoas do Rio de Janeiro são tão comuns nesta época do ano como as chuvas de verão. Entra e sai administração, privatiza-se em lote o saneamento do estado, mas nada resolve esse eterno problema.
As causas oficiais são sempre as mesmas: queda de oxigenação causada pela combinação dos sazonais dos fenômenos naturais: forte calor e as chuvas torrenciais - que varrem o entorno em direção ao espelho d´água. Isso sem contar com assoreamentos e aterros que impedem a comunicação e o fluxo natural de  renovação das águas e o despejo de esgoto.
Jogo de empurra
Como numa batata quente jogada de mão em mão, ninguém assume a responsabilidade perpassando pelos os órgãos envolvidos. Esse jogo de empurra envolve o INEA – órgão estadual ambiental, a secretaria de Meio Ambiente municipal, a empresa de limpeza e a iniciativa privada.
A Comlurb destacou 20 profissionais para fazer a retirada com puçás (espécie de peneira usada para capturar caranguejo) do espelho d´água, embora deixe claro que está fazendo além de sua esfera, argumentando que a responsabilidade pela gestão ambiental da Lagoa de Marapendi é do Inea e que sua função oficial é apenas retirar os materiais orgânicos quando chegarem a areia das praias ou orlas das Lagoas, rios e canais.
Comlurb
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana removeu também, em apenas um dia, 280 toneladas de gigogas das areias da praia da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Essas plantas aquáticas só proliferam onde há poluição, pois se alimentam desses detritos!
As gigogas foram parar no mar depois que uma eco-barreira instalada no acesso da Lagoa da Tijuca, se rompeu. Ou seja, mais uma decisão reativa e não preventiva, pois não combate para valer o problema original, que é a poluição
O sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá recebe diariamente milhões de esgoto in natura, além de lixo físico jogado em seus cursos d´água e margens.
Falta de Monitoramento

A ausência de um acompanhamento efetivo é tão evidente que acaba sendo assumida inconscientemente pelas próprias narrativas das autoridades, quando justifica que fez a vistoria assim que recebeu a comunicação pelos moradores.
É claro que a troca de informações com a comunidade é importantíssima, mas existe algo de errado nesse protocolo quando as entidades que deveriam prevenir e detectar previamente o problema são as últimas a saber.
O resultado do descaso é que milhares de peixes mortos não apenas na Lagoa, mas se estendendo pelo Canais de Marapendi e das Taxas, numa imagem e cheiro nada agradáveis para os moradores e os turistas que vão visitar o local, que também faz parte do complexo de cartões postais cariocas.
Foi feita a coleta de amostras da água e o exame da qualidade deve sair nos próximos dias para que, baseado nele, possa dar o parecer conclusivo que todo carioca já sabe previamente qual é.

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