Brasil e Rio de Janeiro de olho na economia verdefoto de divulgação
Publicado 16/01/2023 22:04 | Atualizado 16/01/2023 22:25
O Brasil e o Rio de Janeiro lutando para retomarem seus protagonismos ambientais. Marina Silva está em Davos (Suíça) destravando o Fundo Amazônia emperrado pelas condutas antiecológicas de Jair Bolsonaro. Representando o presidente Lula no Fórum Mundial, a ministra do Meio Ambiente e seu colega Fernando Haddad – da Fazenda. O Governador Cláudio Castro gasta sola de sapato pelas calçadas de Nova York apresentando projetos e relembrando ao mundo a importância do estado do Rio, que sediou a mais emblemática conferência ambiental, a Rio 92.
Embora em esferas e em continentes diferentes, a missão de Silva e Castro é a mesma: desfazer a má impressão deixada com as porteiras abertas por gestões anteriores, convencer das boas intenções de suas administrações em recolher a boiada que passou pelo descaso de governos passados. 
Prestígio de Marina Silva
Muito respeitada internacionalmente, essa ambientalista histórica foi escalada para abertura do evento onde destacou que o Brasil transita entre o caos deixado pela gestão anterior e o novo ciclo de prosperidade que se reinicia com foco na democracia, combate às desigualdades, respeito à diversidade e a sustentabilidade.
A presença dos dois ministros em Davos tem como determinação convencer a Comunidade Internacional de que é possível construir um equilíbrio entre as agendas econômica e ambiental.
O voo do Castro
Enquanto isso, o governador do Rio, Claudio Castro tem uma semana lotada de compromissos em Nova York buscando atrair o dinheiro verde para investimentos no estado. Assim como Marina Silva, terá que usar de dados e poder de convencimento para seduzir a comunidade de investidores desconfiada pelas enxurradas de denúncias, retrocessos e greenwashing - expressão semelhante ao Fake News, especificamente usada para “maquiagem ambiental” ou “lavagem verde”. 
A peregrinação de Castro e de seu vice e secretário de Meio Ambiente, Thiago Pampolha, segue intensa até sexta feira. Se metade das intenções do Governador se materializar, já deve fazer Castro pagar excesso de bagagem no retorno pelo peso dos acordos acertados.  
Uma das parcerias alinhavadas é com a Nasdaq - segunda maior bolsa de valores dos Estados Unidos, especializada em grandes empresas de tecnologia como eletrônica, informática, biotecnologia e telecomunicações e que vem demonstrando profundo interesse em ampliar seus investimentos rumo a Agenda ESG (sigla em inglês para a convergência Ambiental + Social + Governança). Esse  protocolo de intenções deve ser assinado nesta terça-feira.
Bolsa Verde

Castro também tenta aproximação com a Global Environmental Asset, a Geap e com vários empresários visando criar uma plataforma de negociação de créditos de Carbono e ativos ambientais, a tão propagada “Bolsa Verde”. As propostas e os atrativos  fluminense vão ser apresentados ainda para integrantes da Câmara de Comércio Brasil–Estados Unidos e  investidores do Council of the Americas - conselho que promove o livre comércio e mercados abertos nas Américas.
A comitiva fluminense ainda tem encontro com representantes da XP Investimentos e outros investidores. Claudio Castro ainda vai discutir pautas significativas na sede do Pnuma - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, como: cidades resilientes, mudanças climáticas e Rio 2030. Para encerrar, o governador fluminense vai sextar nos eventos: Retail’s Big Show - o mais importante do varejo do mundo e em feira internacional promovida pela Fecomércio. 
”O Rio de Janeiro está em pleno crescimento. Com as políticas públicas que temos implementado há dois anos, atraímos grandes empresas nacionais e internacionais. Algumas são referências no mundo, como a Amazon, a mexicana Kavak, a indiana EPL, a japonesa Nissan, entre outras. Está previsto um incremento para os próximos quatro anos, e a missão governamental em Nova Iorque é fundamental para garantir a chegada de outras grandes empresas e a geração de renda e emprego para a população” - ressalta Cláudio Castro.
Consórcio Interestadual sobre o Clima
O Rio de Janeiro ainda oficializou sua participação no Consórcio Interestadual sobre o Clima - Consórcio Brasil Verde. A adesão fluminense foi publicada no Diário Oficial. O protocolo de intenções foi assinado pelos governadores dos 26 estados e do Distrito Federal.
Entre as medidas: aumentar a contratação de bens e serviços para o enfrentamento às mudanças climáticas,  intercâmbio de informações entre os estados e as necessidades regionais, ampliar as redes colaborativas e promover a inovação. O Consórcio Brasil Verde foi lançado por diversos governadores durante a 26° Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (COP-26), realizada em Glasgow, na Escócia, em 2021. O objetivo é compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a proteção do sistema climático, de forma justa e ecologicamente equilibrada, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, conservando os biomas, buscando o desenvolvimento de soluções energéticas limpas, dentre outros.
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