O futuro do Carnavalfoto de divulgação Ana Valéria Gonçalves/Associação escolas Mirins
Publicado 07/02/2023 13:07
Uma das formas de manter o Carnaval + Sustentável é investir na formação de novos foliões e na conscientização das futuras gerações sobre a importância da consciência ambiental e da reciclagem. Graças a essa herança, a cultura popular permanece viva. Muitas escolas de samba mantém as suas alas mirins, apesar de não serem mais obrigatórias pelo regulamento das grandes. Outras subvenciam versões de crianças. Algumas mantém os dois modelos simultâneos de participação dos menores.
Entre as que mantém também suas versões mirins, estão: Mangueira, Salgueiro, Portela e Mocidade entre outras. Ao todo são 16 agremiações juvenis que possuem um dia só seu no principal palco do samba: a Marquês de Sapucaí. Seu desfile encerra o carnaval oficial na tarde de terça-feira dia 21 de fevereiro.
Ao contrário das grandes, não há competições ou ranking de performance. O importante é participar! Os baixinhos também contam com um ensaio técnico, que aconteceu no domingo, dia cinco, onde não faltou animação.

Mirins completam 40 anos
Esse ano estão completando oficialmente quatro décadas desde o desfile da primeira, a “Império do Futuro". No entanto, as alas infantis já existiam desde 1979 que foi decretado como o Ano Internacional da Criança. Além do dia do desfile e do ensaio técnico, "as escolinhas" promovem durante o ano inteiro ações sociais e educativas, como: oficinas, cursos preparatórios, reforço escolar...
"São atendidas entre 30 a 40 mil crianças e jovens até 21 anos em 16 comunidades do Grande Rio", contabiliza Arleson Rezende, professor e diretor de Comunicação da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro.

Ensinando a Reciclagem

Além de formarem sambistas, ritmistas e artistas da confecção do carnaval, as mirins são as que mais trabalham com a reciclagem já que recebem uma subvenção mínima. São míseros R$ 50 mil para ratear entre elas. Esse valor irrisório é praticamente o único recurso já que não cobram pelas fantasias ou por lugares para assistir ao desfile.

“Trabalhamos muito com reciclagem. Seja de tecido, pano e materiais do carnaval. Quando são desmontadas duas alegorias de uma escola grande, você consegue montar pelo menos a metade de uma escola mirim. A reciclagem é mais do que questão ambiental, é a sobrevivência das mirins ganhando vida útil por mais alguns anos entre as agremiações infantis” explica Arleson Rezende.

Bloquinhos
Se estão escasseando os tradicionais bailes matinées em clubes da cidade, vem crescendo progressivamente a quantidade de eventos para menores realizados em shoppings cariocas, assim como o desfile e concentração de bloquinhos pelas ruas e praças da cidade. Um deles acontece no térreo do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, com muito confete e serpentina. As brincadeiras acontecem ao ritmo das marchinhas, maxixes, jongos, lundús - repassando a cultura e a história carnavalesca para as novas gerações.

Entre os mais animados está o “Sem Ribalta” que evolui pela Praça Afonso Pena, tradicional bairro da zona norte carioca. Esse cortejo infantil mistura atrações circenses e momescas embaladas pela bandinha em evolução marcada para a manhã do domingo, 12 de fevereiro.
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O evento ao ar livre terá contação de histórias, malabarista, perna de pau, pirofagista, equilibrista, oficina de máscaras... Entre as atrações, destaque para a apresentação dos palhaços Limachem Cherfem e Linguiça.

“Desde 2017, o bloquinho do Coletivo Sem Ribalta desfila seu cortejo na Praça Afonso Pena. Nos períodos críticos de pandemia, como em 2021, realizamos o evento online com transmissão ao vivo via internet, mas não é a mesma coisa. Agora, em 2023, vai ser uma grande festa para todas as familias”, disse Limachem Cherem, que dá vida ao Palhaço Cherem.

Durante o bloquinho haverá desfile na praça e eleição da Rainha Mirim e Príncipe Mirim Consorte do evento carnavalesco.
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