Pontos emblemáticos do Rio de Janeiro recebem iluminação especialdivulgação Museu do Amanhã
Publicado 30/05/2023 18:00
Publicidade
O dia Internacional de conscientização, 28/6, foi estendido no Brasil, transformando junho como o mês do Orgulho LGBTQIAPN+. O Rio de Janeiro, principal holofote internacional do país e conhecido pela sua diversidade e inclusão, prepara um mês inteiro de atividades específicas. Depois de gestões avessas ao movimento, o Rio luta para recuperar seu lugar como destino acolhedor, tendo perdido, nos últimos anos, espaço para Buenos Ayres (Argentina) e se distanciando dos outros pontos gay-friendly, como Paris (França), São Francisco (Estados Unidos) e Cidade do Cabo (África do Sul). Entre as ações para esse reposicionamento da imagem, está o Circuito Rio de Cores.
"Nosso objetivo é enfatizar a importância de ações que tornem o Rio uma cidade com o turismo LGBT consolidado e que contribua para a construção de uma sociedade mais inclusiva e acolhedora”, sintetiza Roberta Werner, diretora-executiva do Visit-Rio.
Do Leme ao Pontal
Uma das orlas mais famosas do mundo e (en)cantada por Tim Maia no clássico “do Leme ao Pontal” terá os postos de salvamento coloridos pelas matizes da bandeira símbolo desta comunidade. Ainda receberão tratamento visual, temático o Museu do Amanhã e dois guindastes centenários do Píer Mauá.
O projeto “Circuito Rio de Cores” conta com a adesão de 50 estabelecimentos. Além da iluminação especial vão promover ações temáticas, quantidade que cresceu em relação às duas edições anteriores.
Azulejo para demarcar inclusão
Os estabelecimentos participantes serão identificados com placas de azulejos pintadas especialmente pela artista Dani Coatswith para a campanha.
“Ao pensar na luta das pessoas transgênero no Brasil, a palavra que mais vem à mente é inspiração. Cada vez que uma pessoa transgênero se levanta e luta pelos seus direitos, ela inspira outras pessoas a fazerem o mesmo. Por isso, a ilustração do Azulejo do Rio de Cores traz visibilidade a essa parcela da população. A luta das pessoas transgênero não é uma batalha isolada, mas sim uma luta que todos, todas e todes devemos abraçar.”
Aumento das Adesões
Para consolidar sua vocação acolhedora com incentivos a projetos, o Visit Rio (Rio Convention & Visitors Bureau) e a Câmara de Comércio e Turismo LGBT no Brasil promovem o “Circuito Rio de Cores”.       
“O Rio de Janeiro é uma cidade plural e há muito tempo precisava de um calendário de eventos LGBTQIA+ fixo”- explica Andre Loyola, representante da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil”.
Em sua terceira edição, o projeto conta com várias atividades alusivas desenvolvida pelas entidades participantes.
“Estamos transformando uma ideia em ações de fato. Esse evento é muito mais institucional, vendemos uma ideia, um conceito e o respeito, mas o fato de podermos colorir a orla e iluminar pontos turísticos traz a mensagem de inclusão e mais ainda, de amor e que todos merecemos nossos espaços e sermos respeitados. O Rio de Cores, como o nome já diz, é para celebrar todas as cores do nosso Rio de Janeiro!", sintetiza Andre Loyola.
Além de decoração específica, os participantes prepararam um pacote de benefícios como drinks temáticos e eventos inclusivos. Oferecem ainda descontos em passagens aéreas, transfers, vouchers, passeios e hospedagem, além de cortesias de bebidas e refeições.
“Chegar ao terceiro ano do Rio de Cores com aumento do número de parceiros participantes é um orgulho. Isso prova que estamos no caminho certo e cada dia temos mais empresas fomentando o turismo LGBT na Cidade Maravilhosa e também se posicionando com o apoio ao Orgulho LGBT, ou seja, afirmando que cada pessoa precisa se orgulhar de quem é”, pontuou Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil.

Surpresa dos Participantes
A Embaixada Carioca criou um drink exclusivo e personalizado para o mês. O Jo&Joe, empreendimento que recuperou e ocupa o Largo do Boticário, promoverá um talk-show gratuito sobre empregabilidade. O Novotel do Leme prepara uma pool-party para 17 de junho. A casa noturna TAU, em Copacabana e a Galeria Café vão liberar a entrada até meia-noite para todas as festas promovidas em junho. O Rio Scenarium também está preparando uma programação especial para o mês do Orgulho.
“Esperamos que o Rio se torne inspiração para outros destinos, para que a inclusão não seja uma marca apenas de nossa cidade, pois, quando recebemos um turista, muitas vezes ele tem um roteiro combinado e é importante que ele veja esse mesmo movimento em outros locais de todo o Brasil", acredita Roberta Werner.
Alto poder aquisitivo
Possuindo uma média maior de poder aquisitivo, o consumo das pessoas LGBTQIAPN+ impactam em vários segmentos econômicos. Um deles é o de viagens. Segundo pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Turismo (OMT) e a Associação Internacional de Turismo LGBTQIAPN+ (IGLTA) em 2022, as atividades específica são quatro vezes mais rentáveis do que o convencional.
Em linhas gerais, essa categoria de serviço representa a garantia de acolhimento e segurança a todas as pessoas, independentemente de seu gênero ou orientação sexual. Os destinos chamados gay-friendly apoiam a comunidade, fazendo com que os turistas se sintam protegidos e não passem por situações de constrangimento e violência. Cidades como São Paulo, Paris (França), São Francisco (Estados Unidos) e Cidade do Cabo (África do Sul) têm se destacado na qualidade desse serviço customizado.
O que é Turismo LGBTQIAPN+?
É um nicho do setor com foco nesta comunidade e engloba destinos, prestadores de serviços e estabelecimentos que apoiam e abraçam essas pessoas. Esse segmento oferta produtos turísticos que contam com preparo, infraestrutura e conscientização para atender e proteger essa população.
O principal objetivo desse serviço é garantir respeito à comunidade, aspecto que em alguns destinos do setor tradicional não é priorizado. Alguns lugares e atividades espalhados pelo mundo, ainda oferecem perigos e constrangimento ao público LGBTQIAPN+.
Brasil na escalada da violência
A quantidade de pessoas LGBTQIAPN+ assassinadas no Brasil é assustadora o que o mantém na lista global entre os mais violentos para esse segmento social. Só no ano passado foram registrados 242 homicídios, ou seja, uma morte a cada 24 horas. Isso sem contar os 14 suicídios cometidos por pressão social. O grau de perversidade vai além se contabilizarmos as agressões físicas, as verbais, a violência psicológica, segregações e discriminações. 
“Com relação à diversidade no Brasil, é importante dizer que nós não temos até hoje nenhuma lei que regulamente os direitos da comunidade LGBTQIAPN+ no país. Temos alguns dispositivos isolados que mencionam orientação sexual e diversidade, mas não temos um estatuto, uma regra própria ou leis que protejam a comunidade” – contextualiza Samantha Dufner, mestre em Direitos Humanos e autora do livro “Famílias Multifacetadas”.
Vários países estão mais avançados tanto nas garantias legais como no respeito e no combate à violência. Ao mesmo tempo existem nações muito mais hostis onde a homossexualidade é punida com prisão e até pena de morte.
“Infelizmente, também temos países que, em comparação ao Brasil, são ainda mais atrasados que criminalizam as relações homossexuais com penas corporais, a exemplo de países islâmicos. Infelizmente, também temos países que, em comparação ao Brasil, são ainda mais atrasados que criminalizam as relações homossexuais com penas corporais, a exemplo de países islâmicos” – contextualiza a advogada.
Em contraponto, o Brasil está entre os mais avançados em alguns aspectos. Apesar de não existir uma lei propriamente dita, a regulamentação do casamento homoafetivo foi garantida por uma decisão judicial há cerca de dez anos.
“No Brasil temos apenas uma resolução do CNJ e isso não é uma lei propriamente dita. Essa decisão foi muito importante porque ela abriu precedente para a família homoafetiva. Contudo, estamos absolutamente atrasados com temáticas que envolvem crianças e adolescentes trans, pessoas intersexo e aquelas que se identificam com o gênero neutro”- justifica Samantha Dufner.
Livro com renda revertida
Está sendo lançado nacionalmente um livro concebido por artistas LGBTQIA+, indígenas, negros e representantes de outros grupos minoritários. A renda será revertida para ações humanitárias voltadas para essas pessoas. A estimativa é de arrecadar até R$ 270 mil. A obra contém 30 cartões destacáveis e presenteáveis, com mensagens de autoestima e diversidade para quem ama moda. Em cada um deles, para ilustrar as frases e explicar sua importância, foram escolhidos personagens que têm uma história de luta pela afirmação de seus direitos e sofrem pela falta de representatividade.
“Com o lançamento do livro Por Uma Vida Mais Colorida, queremos inspirar pessoas a se sentirem ainda mais confiantes e empoderadas, enquanto ajudamos o pilar de apoios humanitários do Instituto C&A. Este é um produto social que celebra a união de forças por um mundo com mais diversidade." - comenta Roberta Faria, CEO da Editora Mol.
Cada livro poderá ser adquirido por R$6,99, diretamente no caixa de qualquer loja física da cadeia de lojas.
buser.com.br
https://www.buser.com.br › ... › Transportes › Termos
Publicidade
Leia mais