Publicado 02/06/2023 13:29
Você já parou para pensar nas condições em que são criados e abatidos os animais que garantem a sua proteína alimentar?
Certamente essa conscientização é um dos principais motivos que fazem elevar as taxas de adesões de vegetarianos e veganos. Mesmo para os que não eliminaram a proteína animal de sua dieta, a exigência de processos menos sofridos é uma cada vez maior.
No Parlamento Europeu estão em curso revisões das leis. De acordo com a pesquisa do Eurobarômetro, 93% dos cidadãos da UE desejam que os produtos importados respeitem os mesmos padrões de bem-estar aplicados na Europa. No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal indicou que 88% dos consumidores brasileiros se importam com as condições dos animais.
Vital para exportação
Entre os europeus, essa conscientização é bem maior. E justamente para esse público que é destinada grande parte da produção da América Latina. Portanto, a adequação dos processos com menor sofrimento não é apenas uma questão de compaixão, mas sim de sobrevivência dos negócios neste segmento.
“A inclusão do bem-estar animal no Protocolo Adicional é um passo crucial, e uma oportunidade única, para estabelecer padrões mais elevados nos países do Mercosul. Se a sociedade civil organizada for ouvida, será possível estabelecer um sistema de produção de alimentos mais sustentável nos países do Mercosul e espelhar as condições de bem-estar animal praticadas no mercado europeu”, afirma Carla Lettieri - diretora Executiva da Animal Equality Brasil.
Mais de 50 entidades da sociedade civil enviaram cartas ao Parlamento Europeu e ao Governo Brasileiro e de países do Mercosul exigindo a inclusão de cláusulas de bem-estar no protocolo do tratado de negociação entre os blocos econômicos. O objetivo é condicionar os contratos comerciais internacionais a um processo menos doloroso em todas as etapas desde a fecundação, passando pela alimentação, criação e o abate. Eles consideram que no atual processo comercial, as cláusulas de bem-estar continuam negligenciadas.
Mais de 50 entidades da sociedade civil enviaram cartas ao Parlamento Europeu e ao Governo Brasileiro e de países do Mercosul exigindo a inclusão de cláusulas de bem-estar no protocolo do tratado de negociação entre os blocos econômicos. O objetivo é condicionar os contratos comerciais internacionais a um processo menos doloroso em todas as etapas desde a fecundação, passando pela alimentação, criação e o abate. Eles consideram que no atual processo comercial, as cláusulas de bem-estar continuam negligenciadas.
“O Tratado entre a União Europeia e o Mercosul foi idealizado há mais de 20 anos, portanto precisa ser atualizado. Em tratados recentes entre a União Europeia com o Chile e a Nova Zelândia, por exemplo, pontos de bem-estar animal foram incluídos. Neste último, excluiu-se das cotas tarifárias a carne bovina de animais criados em sistemas de confinamento" defende Daniel Pérez Vega - do Eurogroup For Animals.
Impactos ambientais e na saúde humana
O aumento exponencial das exportações para os países europeus resulta em impactos ambientais nos biomas e na saúde pública dos países do Mercosul. Ao garantir condições adequadas de criação e abate dos animais destinados ao consumo humano reduz-se automaticamente a disseminação de doenças zoonóticas, que podem ser transmitidas para os seres humanos. Portanto, a inclusão de cláusulas de bem-estar animal e proteção ambiental no tratado é fundamental não apenas para promover o respeito aos animais, mas também para resguardar a saúde dos consumidores dos dois blocos.
Impactos ambientais e na saúde humana
O aumento exponencial das exportações para os países europeus resulta em impactos ambientais nos biomas e na saúde pública dos países do Mercosul. Ao garantir condições adequadas de criação e abate dos animais destinados ao consumo humano reduz-se automaticamente a disseminação de doenças zoonóticas, que podem ser transmitidas para os seres humanos. Portanto, a inclusão de cláusulas de bem-estar animal e proteção ambiental no tratado é fundamental não apenas para promover o respeito aos animais, mas também para resguardar a saúde dos consumidores dos dois blocos.
A união das organizações que assinaram essa carta também representa uma resposta direta às preocupações relacionadas ao desmatamento e às queimadas ocorridas na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado, que têm sido conduzidas para a expansão de pastagens e plantações de grãos, como a soja, utilizados na alimentação dos animais.
Ação Europeia
Essa mobilização teve início em abril de 2022, quando a Animal Equality e o Eurogroup for Animals organizaram a conferência intitulada “Discutindo o Acordo entre a União Europeia e o Mercosul: o papel do bem-estar animal na promoção da proteção ambiental”. Este evento reuniu renomados especialistas, bem como representantes do Parlamento Europeu e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Desde então, reuniões estratégicas são realizadas no Parlamento Europeu, bem como no Brasil para debater essas questões com as organizações da sociedade civil.
Ação Europeia
Essa mobilização teve início em abril de 2022, quando a Animal Equality e o Eurogroup for Animals organizaram a conferência intitulada “Discutindo o Acordo entre a União Europeia e o Mercosul: o papel do bem-estar animal na promoção da proteção ambiental”. Este evento reuniu renomados especialistas, bem como representantes do Parlamento Europeu e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Desde então, reuniões estratégicas são realizadas no Parlamento Europeu, bem como no Brasil para debater essas questões com as organizações da sociedade civil.
Contatos do Colunista Luiz André Ferreira
e-mail: pautasresponsaveis@gmail.com
Twitter: https://twitter.com/ColunaLuiz
Instagram: https://www.instagram.com/luiz_andre_ferreira/
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