Publicado 04/02/2022 16:40
A mais nova alta da Selic (taxa básica de juros), de 9,25% para 10,75% ao ano, anunciada esta semana pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) foi vista pelo mercado imobiliário como uma solução para conter o processo inflacionário do país. Ao mesmo tempo, especialistas alertam que a decisão impacta também nos juros de quem pretende contratar o financiamento da casa própria.
"É importante que a elevação da Selic não impacte muito as taxas de crédito imobiliário, pois dessa forma é possível manter o poder de compra de quem está em busca de financiamento habitacional, instrumento fundamental em um setor tão importante para o Brasil como o imobiliário", afirma Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
Segundo Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), isso acontece porque sempre que a Selic é reajustada, os principais bancos do país costumam acompanhar esse movimento e também aumentam as suas taxas do crédito habitacional, o que pode resultar em parcelas mais caras para o interessado. “Mesmo assim entendemos que esse ciclo de alta está mais para perto de terminar. E com a inflação do país mais controlada este ano, enxergamos um cenário de redução da Selic no final de 2022 e em 2023, o que deve fazer com que os bancos voltem a reduzir as suas taxas, facilitando novamente a compra do imóvel e a contratação do financiamento para milhares de famílias brasileiras”, analisa Saceanu.
Vale lembrar que a taxa do programa Casa Verde e Amarela, por exemplo, varia de 4,75% a 7,66% ao ano mais Taxa Referencial (TR). O prazo de pagamento pode ser de até 30 anos e o valor máximo do imóvel é de R$ 264 mil. Já o subsídio pode chegar a R$ 47.500. Quanto menor a renda, maior o abatimento. A linha beneficia famílias com renda de até R$ 7 mil.
De acordo com a Abrainc, atualmente o crédito imobiliário é o principal impulsionador do setor, que tem papel significativo na geração de empregos, respondendo por 9% dos postos de trabalho, com 6,8 milhões de trabalhadores, e 9% dos impostos recolhidos no Brasil.
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