Publicado 23/06/2022 10:37 | Atualizado 23/06/2022 21:22
A pressão dos custos dos insumos está adiando lançamentos imobiliários e obrigando as construtoras a refazerem seus orçamentos. Pesquisa realizada com os associados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) mostrou ainda que, em relação aos imóveis a serem lançados, o aumento dos materiais terá impacto entre 6% e 15% no valor destas unidades. O presidente do Sinduscon-Rio, Cláudio Hermolin ressaltou que os preços de venda do setor estão abaixo do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) e que as estimativas de aumento são insuficientes para repor as perdas.
Queda no número de unidades lançadas
Este cenário também se reflete no número de lançamentos no Rio que caiu 18% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo pesquisa encomendada pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ). De janeiro a março de 2021 foram 28 novos empreendimentos residenciais; já nos primeiros três meses deste ano foram 23. Segundo Marcos Saceanu, presidente da entidade, o segmento mais afetado pela pressão provocada pelo aumento dos custos é o econômico, com nove empreendimentos em 2021 e apenas três em 2022.
Unidades usadas ganham fôlego
Como já apresentamos na coluna, a pesquisa do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) revelou que de janeiro a maio de 2022 as vendas de imóveis residenciais apresentaram uma queda de 11,5% em relação ao mesmo período de 2021 no Rio. Com isso, os preços dos imóveis na cidade, sobretudo os avulsos, ou seja, as unidades usadas, voltam a se estabilizar. Para Gustavo Araújo, da imobiliária Apsa, apesar da retração de 11%, o mercado ainda é melhor do que o verificado em anos anteriores. “As taxas de juros subiram, mas os bancos seguraram suas taxas e disponibilizaram mais crédito, impulsionando a compra da casa própria num momento em que muitas pessoas precisaram mudar para imóveis mais adequados. E como as unidades não subiam de preços há anos no Rio, temos agora uma melhor adequação de valores. Não fosse a insegurança gerada com a inflação e o crescimento da Selic (taxa básica de juros), as vendas estariam ainda em patamares mais altos. Acreditamos que melhorando o cenário, as vendas voltam a acontecer num ritmo mais acelerado", analisa Gustavo.
Ele lembra ainda que o momento é bom para o comprador. "Há boas possibilidades de negociações, com os proprietários concedendo um pouco mais de descontos nos imóveis que estão à venda por mais algum tempo. Por conta disso, apenas em maio tivemos um salto de 250% em nossas vendas. Ainda é cedo pra afirmar um reaquecimento do mercado como tendência absoluta, mas por nossa experiência acreditamos que enquanto os juros não subirem tanto nos financiamentos imobiliários, e os preços deixarem de crescer, teremos sim mais vendas de avulsos", diz Araújo.
Ele lembra ainda que o momento é bom para o comprador. "Há boas possibilidades de negociações, com os proprietários concedendo um pouco mais de descontos nos imóveis que estão à venda por mais algum tempo. Por conta disso, apenas em maio tivemos um salto de 250% em nossas vendas. Ainda é cedo pra afirmar um reaquecimento do mercado como tendência absoluta, mas por nossa experiência acreditamos que enquanto os juros não subirem tanto nos financiamentos imobiliários, e os preços deixarem de crescer, teremos sim mais vendas de avulsos", diz Araújo.
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