Publicado 01/08/2023 17:53
A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) reduziu pela terceira vez a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Construção em 2023, agora para 1,5%. De acordo com o estudo apresentado em coletiva realizada ontem, caso o setor mantenha o percentual estimado ao ano, somente em 2035 o segmento recuperaria o seu pico de atividades alcançado em 2013.
Segundo Ieda Vasconcelos, economista da entidade, a redução na estimativa se deve a alguns fatores: a construção continua colhendo os frutos do prolongado cenário de juros elevados, a demora no anúncio das novas condições do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e a redução de lançamentos nos primeiros meses do ano. “A construção, que cresceu 10% em 2021 e 6,9% em 2022, vai crescer 1,5% em 2023. Isso significa que o setor está colhendo os frutos amargos de uma taxa de juros tão elevada por tanto tempo”, observou Ieda.
E mesmo com a redução na expectativa de crescimento, as perspectivas para os próximos meses são otimistas, pois a decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de aumentar em quase R$ 30 bilhões o orçamento para o financiamento habitacional de 2023, as novas condições do MCMV, e o novo programa de aceleração do crescimento, que deverá ser anunciado este mês, refletem nas projeções positivas do mercado.
“A aprovação do arcabouço fiscal, a tramitação da Reforma Tributária e o aguardado ciclo de redução da taxa de juros em agosto, que pode conter a fuga de recursos da caderneta de poupança, também são fatores que trazem maior segurança e previsibilidade ao setor, contribuindo de forma positiva”, destacou Ieda. Ela lembrou ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou a expectativa de crescimento da economia brasileira de 0,9% para 12,1% em 2023, o que também impacta nas projeções positivas do mercado.
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