A redução da Selic pode ser o primeiro passo para facilitar o acesso ao crédito imobiliárioFreepik
Publicado 03/08/2023 19:56 | Atualizado 03/08/2023 20:55
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O mercado imobiliário reagiu positivamente à redução da Selic (taxa básica de juros da economia brasileira), que passou de 13,75% para 13,25% ano, de acordo com decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O corte de 0,5 ponto percentual (p.p), o primeiro em três anos, pode começar a trazer fôlego ao setor. Segundo o presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Luiz França, a queda na taxa básica de juros é fundamental para a incorporação imobiliária e a construção civil, já que os financiamentos habitacionais de imóveis de médio e alto padrão são os mais impactados pela Selic. "Além da queda nos juros, é essencial que o Banco Central adote medidas que aumentem a oferta de funding (captação de recursos para investimento) ao setor. Uma delas é a ampliação dos recursos da poupança que são direcionados obrigatoriamente ao financiamento de imóveis dos atuais 65% para 70%", comenta França. A entidade espera que esse seja um movimento continuo de redução e que a Selic possa se estabilizar em um patamar baixo de forma sustentável no longo prazo.
Na avaliação de Renato Correia, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o início do ciclo de queda da taxa Selic é uma notícia muito positiva para todo o setor produtivo, que há muito padece com taxas tão elevadas. “A indústria da construção tem sentido de forma amarga os efeitos dos juros altos e esperamos que esse processo de redução seja continuado para que os investimentos possam voltar a acontecer e gerar cada vez mais emprego e renda no país”, ressalta Correia.
Entidades do Rio de Janeiro também comemoram a decisão. “Há tempos o mercado imobiliário vem apontando a necessidade da redução das taxas de juros, que impactam diretamente na economia do país e no financiamento de imóveis. Acredito que a recente redução da Selic é o primeiro passo para facilitar o acesso ao crédito e, ao mesmo tempo, estimular o crescimento do investimento no setor produtivo”, destaca Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário).
Para Claudio Hermolin, presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro), mais do que o 0,5 ponto percentual, o importante é a sinalização de um ciclo de redução. “Isso vai fazer com que o acesso ao crédito para se obter financiamento para produção, como novas obras, novos empreendimentos e realização de infraestruturas fiquem mais baratos”, prevê Hermolin.
Pedro Wähmann, presidente do Secovi Rio (Sindicato da Habitação), lembra que a taxa de juros é determinante para quem vende a crédito ou toma financiamento. “Essa redução indica uma clara possibilidade de o Banco Central fazer novas reduções, não digo de chegar a uma Selic que havia de 2%, 3 % e sim uma taxa que proporcione confiança ao consumidor tomar crédito, o que incentivará a economia, ainda mais se combinado a outros indicadores como o PIB (Produto Interno Bruto) que prevê crescer mais um pouco do que o esperado”, analisa Wähmann.
Presidente do Creci-RJ (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), Marcelo Moura, enumerou as principais vantagens de uma Selic mais baixa para o setor. Entre elas estão financiamentos mais acessíveis, valorização dos imóveis e estímulo à construção civil. “A queda da taxa Selic é benéfica para o mercado imobiliário. No entanto, é importante ressaltar que outros fatores também podem influenciar o mercado imobiliário, por isso, é necessário analisar o cenário de forma mais abrangente antes de tomar decisões de investimento”, observa Moura.
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