Publicado 17/11/2023 17:04
A onda de calor que atinge o Rio nas últimas semanas faz com que as pessoas tenham que utilizar cada vez mais o ar-condicionado. E é aí que está o grande alerta, já que com vários aparelhos ligados por lar, é grande a chance de acontecerem sobrecargas na rede e queda de luz, além da conta mais salgada que virá no final do mês. Este é um tema que a coluna já trouxe e que vale a pena relembrar.
Para se ter ideia, segundo pesquisa de distribuidoras de energia, o ar-condicionado é responsável pelo aumento de até 45% no consumo doméstico e comercial nessa época do ano. Uma das recomendações do engenheiro David Gurevitz, diretor da Delphi, é trocar o equipamento antigo por um modelo mais moderno, do tipo inverter, o que pode garantir uma economia de energia elétrica de até 80%. De acordo com ele, estes modelos são capazes de atingir a temperatura desejada mais rapidamente e mantê-la com pouca oscilação de energia.
Além disso, vale observar o tamanho do aparelho. "Quando o ambiente é pequeno, com até 12 metros quadrados, por exemplo, basta um modelo de baixa capacidade. Ele, porém, não deve ser instalado em uma sala mais ampla. Em cômodos maiores ainda é necessário levar em consideração a quantidade de pessoas que o frequentam, assim como os equipamentos existentes, para que seja feito um cálculo correto de carga térmica, e assim dimensionar o ar-condicionado adequado", orienta Gurevitz.
Fernando Santos, arquiteto e diretor da Santos Projetos, complementa que os modelos split oferecem muitas vantagens em relação aos de janela. A principal é o desempenho, pois a troca de calor ocorre na parte de fora do cômodo refrigerado, na unidade condensadora. “No aparelho de janela, as etapas do processo de refrigeração acontecem todos numa caixa única, o que reduz sua eficiência. Um aspecto que contribui para o melhor desempenho do aparelho split é que se faz apenas um furo na parede entre o ambiente interno e o externo para a conexão das unidades evaporadora (interna) e condensadora (externa). Já os aparelhos de janela dependem de um grande vão na parede, que são difíceis de vedar após a instalação do equipamento. Isso causa a perda de ar refrigerado pelas frestas, exigindo mais potência da máquina”, explica Santos.
O arquiteto ressalta ainda que o cálculo da carga térmica a refrigerar do ambiente depende de vários fatores: tamanho, orientação em relação ao sol, tipo de cobertura, tipo de uso, aparelhos eletroeletrônicos em seu interior e quantidade de pessoas que habitam ou usam etc. “Um aparelho subdimensionado vai consumir mais energia para refrigerar um ambiente do que um de maior potência, além de ter sua vida útil muito reduzida. Em residências, as cargas térmicas são muito previsíveis. As lojas especializadas têm tabelas que ajudam no cálculo simplificado e na especificação do sistema e potência mais adequados”, lembra Santos. Para otimizar o uso, confira algumas dicas do arquiteto:
– Durante o verão, em uma situação de uso residencial, em que a demanda maior é durante a noite, os filtros devem ser limpos, no mínimo, uma vez a cada duas semanas. O ideal é limpar semanalmente para evitar alergias.
– Feche bem todas as frestas e não ligue o aparelho com janelas e portas entreabertas para evitar perder o ar já refrigerado.
– Evite o “entra e sai” do ambiente, pois todas as vezes que a porta é aberta, acontece a perda de ar frio. Pode-se notar que frequentemente, ao abrir a porta e sair, o compressor do aparelho é acionado.
– Na fachada mais exposta ao sol, especialmente da tarde, ao sair de casa, deixe as cortinas bem fechadas. Se a insolação for muito forte, pense em aplicar películas escuras ou instalar toldo. Com a carga térmica reduzida, o ar-condicionado vai despender menos potência, e consumir menos eletricidade, para deixar o ambiente em uma temperatura agradável. Além disso, você preserva por mais tempo as cores dos revestimentos (paredes coloridas e pisos de madeira) e tecidos (sofá, cadeiras e roupas de cama).
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