Mãe e filha foram brutalmente assassinadas em Cabo FrioRenata Cristiane
Publicado 22/09/2023 19:55
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TRANSLADO EM DISCUSSÃO

O translado dos corpos da mãe e filha que foram brutalmente assassinadas em Cabo Frio para a Paraíba, cidade natal delas, virou pauta nos grupos de Whatsapp. Isso porque, apesar do orçamento anual da cidade ser superior a R$ 1,3 bi e o duodécimo da Câmara de Vereadores ser de R$ 26,5 milhões, o gestor da Secretaria de Assistência Social, Pastor Fabrício Valladares, afirmou que a pasta fez de tudo que estava ao seu alcance, mas não tinha como custear o translado interestadual por falta de verba e que não existe qualquer lei que garanta tal ato. A fala gerou uma ampla discussão. Moradores acusaram que a falta de auxílio por parte da prefeitura seria “falta de vontade e competência” de Valladares. Uma ex-funcionária, que trabalhou na pasta durante o governo de Alair Corrêa, enfatizou que, à época, esse tipo de processo era feito e, neste caso, cabia ao pastor buscar parcerias com o governo. Ela chegou a mencionar Dr. Serginho (PL), que, inclusive, é do mesmo partido político da prefeita cabo-friense. Por fim, ela declarou: “Se não tem competência para resolver, solucionar ou buscar parcerias, pede para sair, secretário, porque estar à frente da Secretaria de Assistência Social não é para qualquer um”.
Família apenas conseguiu realizar o translado após vaquinha on-line - Renata Cristiane
Família apenas conseguiu realizar o translado após vaquinha on-lineRenata Cristiane


VAQUINHA ON-LINE FOI A SOLUÇÃO

Apesar da falta d auxílio Prefeitura, a família de Márcia Santos, de 35 anos, e de Lorraine Santos, de 13, conseguiu arrecadar, através de uma vaquinha on-line e com a ajuda de uma TV local da Paraíba, a quantia de R$ 15 mil para o translado. Em contato com a coluna, Thaise Renaly, sobrinha de Márcia, afirma que sua família foi feita de “besta”. Isso porque existiram solicitações por parte de Marcela Gorete, Conselheira da Sociedade Civil que tomou a frente do caso. Marcela conta que pediu ajuda à pasta de Assistência Social em relação ao translado e para custear a vinda de um parente para identificar os corpos, porque os documentos delas foram perdidos. Apesar da insistência, não obteve qualquer ajuda. Com isso, Marcela apenas conseguiu cópias da documentação com a escola onde a menor estudava. Por sorte, isso foi o suficiente para a liberação dos corpos. Esse ponto também alvo de discussões, e, em certo ponto, para mostrar sua atuação no caso, o pastor Fabrício compartilhou um print contendo informações confidenciais das vítimas. A todo momento Valladares enfatizou que não cometeria um crime por pressão dos envolvidos na discussão e, em resposta, Marcela declarou que “crime ele estava cometendo ao compartilhar a documentação de duas vítimas de assassinato”.

Município afirma que fez tudo que estava ao seu alcance para ajudar a famíliaRenata Cristiane

RESPOSTA DA PREFEITURA

O secretário também foi amplamente criticado e acusado de “despreparo” por, conforme os comentários, apenas lidar com um problema na pasta em que atua: a população em situação de rua. Os participantes da discussão pontuaram que a Assistência Social tem que fazer parceria com o governo do estado, para quando acontecer essas eventualidades, já estar preparado e para que a família não dependa de vaquinha para fazer o translado. Em resposta à discussão, o município emitiu uma nota afirmando que prestou toda a assistência para a família das vítimas, tanto em relação à documentação quanto aos demais trâmites para a liberação dos corpos. Informou também que o translado dos corpos ficou sob responsabilidade da família, já que, em Cabo Frio, as Leis Municipais 2.503/2013 e 3.439/2022 delimita o deslocamento em até 150km de distância do domicílio. Em relação a possíveis parcerias com o governo do estado, a prefeitura não respondeu.
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