Marquinho Mendes, Janio Mendes, Paulo Melo e Rômulo Gomes Rede social
Publicado 11/10/2024 19:06 | Atualizado 11/10/2024 19:07
Cabo Frio - Passada quase uma semana das eleições municipais, realizadas no último 6 de outubro, e terminadas as comemorações dos vencedores, começa a se desenhar que o comportamento do eleitor mudou sensivelmente de uns anos pra cá e acabou refletindo diretamente no resultado deste ano. Na Região dos Lagos, "os grandes derrotados", em sua maioria, foram os chamados "caciques", os políticos tradicionais, que raramente estão fora da vida pública.
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Marquinho Mendes e Janio Mendes - Rede social
Marquinho Mendes e Janio MendesRede social


CABO FRIO

Em Cabo Frio, Marquinho Mendes (MDB), que já foi prefeito da cidade três vezes, não vingou o quarto mandato antes mesmo do pleito, já que no meio do caminho abriu mão da candidatura - que tinha poucas chances de ser deferida - para apoiar a atual prefeita Magdala Furtado (PV), a qual não se reelegeu. A esposa dele, Kamilla Mendes (MDB), foi candidata a vereadora mas sequer chegou a 300 votos (teve 285). Ou seja, não conseguiu transferir seus votos a nenhuma das duas. Nos bastidores chegou-se a dizer que o objetivo não era eleger a mulher dele, que teria entrado na corrida apenas pra não comprometer a nominata. Mas essa desculpa não colou, afinal de contas, se era pra encaixar uma mulher, porque ele não a encaixou como vice de Magdala? Fez campanha pra mulher na TV, passava bom tempo com ela na rede social, mas de nada adiantou. Flopou. Janio Mendes (PDT) foi outro. Na vida política desde os 22 anos, quando foi eleito vereador e reeleito para quatro mandatos seguidos. Já foi deputado estadual por dois mandatos seguidos (numa das eleições recebeu 22 mil votos) além de ter sido secretário municipal em Cabo Frio e em Búzios. No último pleito, recebeu 795 votos.
Andinho BritoRede social


ARRAIAL DO CABO

Em Arraial do Cabo, a reeleição do prefeito Marcelo Magno (PL) confirmou que Andinho Brito (União), ex-prefeito por dois mandatos consecutivo, dificilmente terá chance a um cargo no executivo novamente. Isso porque a derrota foi um esculacho: recebeu 22,94% dos votos (6.135) contra 75,85% de Marcelo (20.284). Fora que Andinho teve a candidatura indeferida (com recurso) e seus votos não valeram.
Rafael AguiarRede social


BÚZIOS

Em Armação dos Búzios, Rafael Aguiar (PL) não resistiu à força do prefeito reeleito Alexandre Martins (REP). O atual presidente da Câmara, mesmo concorrendo numa coligação bem maior que do adversário, não teve nem metade dos votos do vencedor: recebeu 7.465 votos (28,88%) contra 17.517 (67,77%) do vencedor. O amargo da derrota foi ainda pior com o apoio da família Bolsonaro - representado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) - a Alexandre, que disse em público - virtual ou presencialmente -, algumas vezes, que o apoio era ao atual prefeito. Uma pancada.
Cláudio Chumbinho e BiaRede social


SÃO PEDRO DA ALDEIA

Já em São Pedro da Aldeia, os derrotados foram Cláudio Chumbinho (REP), ex-prefeito por dois mandatos consecutivos, e Bia (PSDB), ex-vereadora mais votada na história da cidade. Até agora, eles nem agradeceram aos eleitores pelos votos e não falaram mais nada desde o último domingo (7). Os dois continuam com suas redes sociais paradas. E olha que eles sempre criticavam e comparavam o governo atual de Fábio do Pastel (PL). Até Chumbinho chegou a confrontar os dados das pesquisas. Lembram-se? Então! Por isso, sofreram uma derrota avassaladora nas urnas. Pastel bateu recorde na votação, totalizando 40.466 votos (76,28%), derrotando Cláudio Chumbinho, que ficou em segundo lugar com 6.322 (11,92%). Bia teve um apoio baixíssimo, ficando apenas em 3º lugar, com 4.967 votos (9,36%). wq2 6
Paulo Melo e Rômulo GomesRede social

SAQUAREMA

Em Saquarema, o atual vice-prefeito, Rômulo Gomes (NOVO), sofreu uma derrota doída nas urnas em relação aos seus adversários, principalmente à prefeita eleita, Lucimar Vidal (PL). Ele obteve apenas 4.143 votos (6,29%). Sua bandeira era criticar o governo atual, diariamente. Inclusive entrou com ação por improbidade administrativa contra a prefeita, Manoela Peres (PL). Não só deu ruim pra ele como também para seu irmão, Roger Gomes (NOVO), que concorria a vereador mas obteve apenas 698 votos, ficando 737 votos abaixo do necessário para retornar à Câmara. Outro que também sofreu uma derrota significativa foi Paulo Melo (MDB), com 7.923 votos (12,03%). Ele fracassou não apenas em sua candidatura, mas também na do seu filho, Marcelo Melo (MDB), que concorria a vereador e obteve apenas 399 votos. O enfraquecimento de Paulo Melo na política de Saquarema ficou claro através dos resultados. De um lado, Rômulo tentou tirar Manoela do governo, mas sem sucesso; do outro, Paulo apenas alfinetou o governo durante a campanha. Ambos foram ladeira abaixo.
Fabinho Sapo, Dr Cláudio Ramos e Márcia Santiago Rede social


MARICÁ

Já em Maricá, a oposição foi completamente derrotada, com uma diferença bastante expressiva. Fabinho Sapo (PL), que era um dos nomes que poderiam tentar algo, acabou sendo derrotado, ficando em segundo lugar com 27.755 votos (22,30%). O PL, até o último momento, queria lançar o vereador Ricardinho Netuno (PL), mas para eles o ideal era que Ricardinho buscasse uma vaga na Câmara, o que ele conseguiu, sendo o segundo vereador mais votado, com 6.152 votos. No entanto, a oposição também se enfraqueceu na Câmara. Apenas Ricardinho e Chiquinho (PL), com 1.260 votos, foram eleitos. Outro nome que não obteve sucesso foi o Dr. Cláudio Ramos (NOVO), que ficou em 3º lugar, com 2.951 votos (2,37%). Já Márcia Santiago (PMB) ficou em último lugar, com 1.984 votos (1,59%). O deputado federal e prefeito eleito, Washington Quaquá (PT), teve uma votação que quase atingiu 100 mil votos, chegando a 91.789 (73,74%). A população reconheceu, segundo pesquisa na época de campanha, que tanto Quaquá quanto Fabiano Horta (PT) fizeram um ótimo trabalho na administração, o que é um ponto positivo. Além disso, Quaquá também teve sucesso em relação aos vereadores eleitos, conseguindo colocar praticamente todos os membros de sua base na Câmara. Derrota esmagadora para a oposição.
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