Publicado 12/12/2023 00:00
Copacabana volta a figurar na tela da TV, não por ser o cenário de uma nova novela, mas sim por se encontrar imersa em caos, desordem e perigo. Gangues circulam pelo bairro, assaltando e espalhando o terror. Não poupam ninguém, pouco importando se as vítimas são mulheres, jovens ou idosos. Saqueiam, agridem e quebram, vandalizando lojas, portarias e até mesmo os ônibus que os transportam.
Em resposta às notícias e vídeos que viralizam nas redes sociais, os governantes correm para anunciar mais policiais e guardas municipais presentes nas ruas. Ótimo, nunca é demais, mas será que a solução está aí? Há efetivo para fazer isso por toda a cidade? Vamos aos fatos.
De acordo com o programa "Segurança Presente", a cada dez detidos neste ano no bairro, sete eram reincidentes. Ou seja, as forças policiais já os tinham detido e fichado anteriormente, mas eles retornaram rapidamente às ruas e à prática do crime. Essa situação é resultado de uma combinação perigosa para qualquer sociedade que queira viver em paz: leis frouxas e uma Justiça conivente. Já se tornou uma expressão comum, dita em qualquer conversa casual: "A polícia prende, o juiz solta". Não é mentira e vale para toda a cidade.
Precisamos urgentemente de um pacto geral para enfrentar a violência, e todos têm responsabilidade nisso. Não é aceitável que a Guarda Municipal gaste tanto tempo lidando com vendedores ambulantes e aplicando multas enquanto, na rua ao lado, um cidadão está sendo agredido. Não é admissível que policiais estejam nas ruas, porém distraídos com seus celulares. Também não é aceitável que um criminoso seja detido repetidas vezes sem ser mantido atrás das grades. Não pode o Supremo Tribunal Federal (STF) dificultar ainda mais a já complexa tarefa das forças de segurança no Rio de Janeiro.
O Estado existe - ou pelo menos deveria existir - para garantir nossa segurança, a de nossas famílias e a de nossos bens, conquistados com tanto esforço. Essa é a sua razão de ser. Embora transporte, saúde e educação sejam fundamentais, sem a confiança de que estamos seguros para trabalhar e viver, nada mais funciona. As pessoas se trancam dentro de suas casas, mudam de cidade ou decidem fazer "justiça" com as próprias mãos - a prova final de que falhamos como sociedade.
Não há missão mais importante hoje no Rio de Janeiro do que restaurar a paz para os cariocas. Resta saber se nossos governantes, tanto eleitos quanto concursados, concordam com essa prioridade.
Pedro Duarte
Vereador (Novo)
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