Pedro DuarteDivulgação
Publicado 29/10/2024 00:00
Os cariocas vivenciaram, nos últimos dias, episódios que vêm se tornando cada vez mais comuns na realidade do Rio de Janeiro. Em um saldo lamentável de três pessoas mortas e muitos feridos, assistimos a cenas explícitas de tiroteios entre a polícia e criminosos; trens e BRTs fechados; e baderna promovida por torcedores uruguaios. Parece só mais uma semana rotineira na “cidade da beleza e do caos”, né? Não deveria. A pergunta que quero fazer é: até quando vamos normalizar tudo isso?

Esses episódios, tristes e alarmantes, trazem à tona a crise de segurança que aflige nossa cidade mais uma vez. É uma realidade que clama por soluções definitivas e articulação entre as esferas do Poder Público. No coração dessa questão, está a responsabilidade primária do Governo do Estado na área de Segurança Pública, exercida principalmente pela Polícia Militar, responsável por garantir a proteção dos cidadãos e o controle da ordem. No entanto, é inegável que enfrentar a violência em uma cidade como o Rio demanda mais do que uma ação isolada ou a presença de uma única força.

A experiência de outros países, como a Colômbia, nos ensina que o Estado jamais pode abdicar de sua presença em regiões estratégicas. Ao abrir mão de sua função, gera um vácuo que grupos criminosos rapidamente ocupam, tornando-se muito mais difícil retomar o controle territorial.

Neste contexto, a Prefeitura do Rio tem um papel vital a desempenhar. Embora a Segurança Pública seja função principal do Governo do Estado, as ações municipais são fundamentais para contribuir com o ambiente de segurança. Iluminação pública, conservação e limpeza, além de uma Guarda Municipal bem treinada e armada. Isto é, ao investir na preservação e valorização dos espaços urbanos, o Poder Público municipal reafirma sua presença e oferece à população uma cidade que, aos poucos, recupera seu domínio e segurança.

Todas essas ações demandam um esforço conjunto entre Prefeitura e Governo do Estado, o que não acontece espontaneamente. É necessário que haja um diálogo contínuo, de estratégias compartilhadas e de ações bem articuladas entre as duas esferas. Sem isso, a violência não será combatida de forma eficaz, e os cidadãos continuarão a sofrer as consequências de uma cidade insegura. Os eventos da última semana, na Av. Brasil, escancaram a urgência desse alinhamento, pois o que está em jogo é a vida de cariocas, que buscam apenas seu direito constitucional de ir e vir com segurança.
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