Pedro DuarteDivulgação
Publicado 12/11/2024 00:00
As grandes obras e reformas do Governo Federal em prédios históricos da cidade do Rio de Janeiro, fundamentais para preservar e valorizar a nossa cultura, estão paralisadas ou em andamento precário. É difícil olhar para ícones como o Palácio Capanema, o Museu de Belas Artes e o Museu Nacional sem perceber a flagrante perda cultural e turística dessas construções. E quem paga a conta de tamanho descaso é a população.
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Esses espaços, além de importantes marcos históricos, são pontos de fomento cultural que poderiam estar atraindo turistas, gerando empregos e dando ainda mais vida à nossa cidade. No entanto, em vez de receberem os cuidados e investimentos necessários para colocá-los no mesmo nível das suas arquiteturas, estão a uma distância enorme de cumprir o papel a que se destinam.
O Palácio Capanema, por exemplo, símbolo da arquitetura modernista e referência no Brasil e no mundo, deveria ser uma casa viva para a arte e a cultura brasileira. Entretanto, o que vemos é uma reforma que, além de se arrastar há dez anos, consumiu pelo menos R$ 58 milhões em um projeto com futuro nebuloso e prazo de entrega indefinido. A obra deveria ter sido totalmente concluída em junho deste ano, porém o prédio foi apenas parcialmente entregue, frustrando expectativas e elevando ainda mais os seus custos.
O descaso se repete com o Museu de Belas Artes, um dos edifícios mais imponentes do Centro Histórico do Rio e guardião dos maiores acervos de arte do Brasil. Previsto para ser reaberto em dezembro de 2021, esse prazo foi estendido várias vezes, até ser prometido novamente para agosto deste ano. O Museu, contudo, permanece fechado, sem nova data de abertura definida. O resultado desse impasse não são só os danos ao turismo cultural, mas também prejuízo financeiro, já que o investimento, inicialmente de R$ 14 milhões, subiu para R$ 17 milhões.
O próprio Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), responsável pela preservação de bens culturais tombados, enfrentou recentemente a mesma situação. A entrega da reforma de sua sede no Rio, marcada inicialmente para agosto de 2023, atrasou um ano.
E não podemos esquecer o trágico incêndio do Museu Nacional, em 2018, como um alerta sobre os riscos da má gestão. A má administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) custou ao país a preservação de um dos mais valiosos acervos de ciência, história e cultura brasileiras. O incêndio do Museu Nacional não foi apenas uma tragédia isolada; foi o resultado de anos de descaso e negligência com manutenção. Não podemos permitir que a história continue pagando o preço pela má gestão.
O Rio de Janeiro possui uma riqueza cultural única, mas é preciso que o Governo Federal também priorize esses valores. Concluir essas reformas não apenas conservará nosso patrimônio, mas também dará um novo fôlego a setores como o turismo e a economia local. Esses espaços merecem ser preservados, mas o mais importante é que sejam devolvidos ao povo carioca e aos visitantes do mundo todo.
A cultura carioca pulsa forte, mas precisa de uma boa gerência. O Palácio Capanema, o Museu de Belas Artes, o IPHAN, o Museu Nacional e tantos outros locais não podem mais esperar. Chegou a hora de tornar presente o passado do Rio de Janeiro!
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