Publicado 21/02/2022 10:44
Um grupo de voluntários, nomeado “Todos pelo Pedro”, se mobiliza, há seis dias, nas redes sociais e nas ruas de Petrópolis para encontrar o paradeiro do menino Pedro Henrique Braga, de 8 anos, uma das vítimas desaparecida durante o temporal que atingiu a cidade serrana, na última terça-feira. Há dois dias, o grupo ganhou apoio de bombeiros, mergulhadores, passou a usar barcos e drones para ajudar nas buscas.
Pedrinho estava com a mãe, a dona de casa Rafaela Braga Pereira, de 31 anos, em um dos ônibus levado pelas águas do Rio Quitandinha, na Avenida Washington Luiz. Durante filmagem, gravada por outros passageiros, é possível ver o menino, usando uniforme escolar com a mochila às costas, sobre um dos coletivos, durante tentativa de resgate.
De acordo com familiares, Pedrinho teria sumido, após os dois ônibus se chocarem com a força das águas, durante a enxurrada. A mãe, que havia colocado o filho sobre um dos coletivos, conseguiu ser resgatada com uma corda, alguns metros à frente, após se agarrar a um galho de goiabeira. O menino foi levado pela correnteza e sumiu (veja vídeo abaixo).
“São seis dias de agonia e muita tristeza. Meu neto foi levado pelas águas e ainda não foi encontrado. Minha filha está em estado de choque. Não se alimenta e se ‘mantém em pé à base de remédios’ (sic). Nossa vida parou. Parece um pesadelo! Eles voltavam da escola quando ocorreu o temporal que mudou as nossas vidas”, lamenta, com a voz embargada, a avó de Pedrinho, a cuidadora de idosos Sônia Regina Pinto, de 55 anos, que, em 2001, também vivenciou momentos difíceis, após temporal, quando ficou desabrigada com a família.
‘Ele sonhava ser policial’
Pedrinho cursa o 3º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Terra Santa, no Centro, e segundo a avó, estava no segundo dia de aula “No fim de semana, antes da tragédia, ele disse que sonhava ser policial como o tio. Meu neto era dócil e muito inteligente. Minha vida, agora, é de ir e vir ao Instituto Médico Legal (IML). Ontem à noite, fiquei lá aguardando por notícias e nada! Vamos continuar as buscas. Fica a esperança de ele ter sido resgatado por alguém e levado para um abrigo. O grupo de voluntários continua firme e seguiremos até quando necessário”, disse a avó.
Polícia contabiliza 117 desaparecidos
De acordo com a Polícia Civil, até o fim desta edição, foram contabilizados 176 mortos e 117 pessoas permanecem desaparecidas na tragédia. A Defesa Civil orienta que a população fique atenta aos avisos, já que novos alertas podem ser emitidos a qualquer momento.
Em caso de emergência e trabalho de buscas, devem ligar para o 193 (Corpo de Bombeiros) e 199 (Defesa Civil). Informações relativas aos desaparecidos, o Ministério Público do Rio de Janeiro disponibiliza o telefone: (21) 2262-1049.
O acolhimento das famílias das crianças e adolescentes está sendo feito pelo Programa SOS Criança Desaparecida da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), que recebe denúncias e informações pelos telefones (21) 2286-8337 e (21) 98596-5296.
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