Estudante Christian de Souza, de 15 anos, está desaparecido há 8 dias, após sair de casa, em Santa Cruz, para ir ao curso de designer gráfico no centro comercial em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio Arquivo Pessoal
Publicado 11/04/2023 19:38
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Há 8 dias, familiares e amigos buscam pelo paradeiro do estudante Christian de Souza Rodrigues Leite Barrilari, de 15 anos, que desapareceu após sair de casa, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. De acordo com a família, o adolescente foi visto, pela última vez, seguindo em direção à sede de um curso de informática, onde cursa designer gráfico, no ‘Calçadão’ de Campo Grande.
Segundo familiares, Christian sofre do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e necessita tomar remédios controlados. Quando saiu de casa, o adolescente vestia camisa vermelha, bermuda jeans rosada, casaco vermelho e tênis marrom. O estudante estava sem aparelho celular e não tinha o costume de ficar fora de casa por muito tempo. A hipótese de ter sofrido um surto não foi descartada.
A possibilidade de aliciamento também está sendo investigada pela polícia, já que o estudante foi visto, há alguns dias, na companhia de um homem desconhecido, de aproximadamente 40 anos, próximo à sede do curso. Colegas do estudante comunicaram à família sobre a presença constante do suspeito nos arredores da escola.
‘Meu filho pode ter sido aliciado’
“Devido ao transtorno, o Christian é muito carente e qualquer aproximação, quando ele permite, é uma forma de interação. Apesar das dificuldades relativas ao autismo, ele se comunica bem com as pessoas, sabe o telefone e o endereço da família. Apenas quando está em crise, ele se fecha, mas não é agressivo. Ficamos sabendo da aproximação desse homem, mas quando o procuramos ele havia sumido também. Meu filho pode ter sido aliciado. Seguiremos nas buscas”, disse, emocionada, a dona de casa Cristiane de Souza, de 42 anos.
Investigações- Devido à demora no retorno, a família comunicou o caso à polícia e iniciou as buscas ao estudante em ruas, praças e hospitais da região. O registro do desaparecimento foi registrado na 35ª DP (Campo Grande), mas, segundo os agentes, deverá ser encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), onde, se necessário, dará sequência às investigações.
Informações- A família do estudante está recebendo amparo psicossocial do Programa SOS Criança Desaparecida, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), que disponibiliza os contatos (2286-8337/98596-5296). Denúncias sobre o caso também podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou à DDPA (2286-8337/98596-5296).
O que é Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
De acordo com especialistas, o TEA reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio. (Fonte: autismoerealidade.org.br).
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