Estudante Denise de Jesus Vitória, de 15 anos, sumiu há 10 dias após sair de casa, em Niterói, para encontrar um suposto namorado que havia conhecido nas redes sociais Arquivo Pessoal
Publicado 14/11/2023 18:40 | Atualizado 14/11/2023 19:04
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Familiares buscam, há 10 dias, pelo paradeiro da adolescente Denise de Jesus Vitória, de 15 anos, que desapareceu após sair de casa, no Ingá, em Niterói, para encontrar um suposto ‘namorado’ que conheceu nas redes sociais. De acordo com a família, Denise foi vista, pela última vez, na tarde do último dia 4, saindo da residência de uma irmã, portando uma mochila com roupas e documentos. A adolescente teria sido levada para Cabo Frio, na Região dos Lagos.
Conforme relatos da família, alguns dias após o sumiço, um homem desconhecido, dizendo ter 35 anos, fez contato com os pais da adolescente. “Ele disse que estava com Denise, em Cabo Frio, e pretendia casar com ela. Nos preocupou o fato de ele não enviar vídeo ou foto, apenas se comunicar por áudio ou mensagem. Falei para ele que estávamos aflitos e que só quería a minha filha de volta”, disse a doméstica Penha Maria de Jesus, de 53 anos.
Agoniados com a demora no retorno e temerosos com as hipóteses de a adolescente ter sido aliciada ou estar em perigo, familiares comunicaram o sumiço à polícia. O caso foi registrado na 76ª DP (Centro) e encaminhado ao Setor de Descoberta de Paradeiros (SDP), em Niterói. A família já disponibilizou as mensagens e conversas do suposto ‘namorado’, assim como as redes sociais da estudante, aos investigadores.
Encontro- O caso do sumiço da jovem Denise Vitória, que cursa o 9º ano em uma escola estadual, em Niterói, também está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar. Conforme a família, o suposto ‘namorado’ teria planejado o encontro e levado a adolescente para outra cidade sem autorização dos responsáveis. Segundo a polícia, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nesses casos, os envolvidos  podem ser indiciados por aliciamento de menores, sequestro, cárcere privado, entre outros crimes.
Informações sobre o paradeiro da estudante Denise Vitória podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou ao Programa SOS Criança Desaparecida da Fundação para Infância e Adolescência-FIA (2286-8337/98596-5296/99400-7704.     
Especialistas alertam sobre aumento de aliciamentos nas redes sociais
Foram registrados 4.289 desaparecimentos de pessoas, de janeiro a setembro deste ano, em todo Estado do Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). De acordo com Programa de Localização e Identificação a Desaparecidos (Plid) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o sumiço de adolescentes chega, aproximadamente, a 30% das ocorrências nas delegacias.Os desaparecimentos decorrentes de aliciamento de crianças e adolescentes pelas redes sociais vêm aumentando, segundo especialistas, sobretudo, pela falta de controle dos responsáveis e o uso indiscriminado da Internet por usuários desta faixa etária.
“Para prevenir as fugas e sumiços por aliciamentos na Internet, estamos realizando campanhas e palestras para alertar pais e responsáveis de crianças e adolescentes sobre o uso indiscriminado das mídias digitais. Reiteramos que a tecnologia é importante para o mundo moderno, contudo, por trás da tela de um computador, celular ou aplicativos de redes sociais têm também uma rede de aliciadores que se aproveitam das vulnerabilidades para inúmeras práticas de crimes”, alerta Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Criança Desaparecida da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).
“Por isso, todo cuidado com relacionamentos nas redes sociais é necessário. Os aliciadores costumam ganhar a confiança das vítimas quando percebem fragilidades nas relações familiares. Portanto, além de dos devidos limites aos acessos à Internet, o diálogo com os filhos é de suma importância para prevenção aos sumiços e fugas de lares”, complementa a psicóloga Carmen Lúcia Cardoso, especialista em atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência.

Aliciamento de menina de 12 anos, no Rio, terminou em prisão
Em março deste ano, o caso de uma menina de 12 anos, levada pelo suposto ‘namorado da Internet’, na porta da escola, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio reacedeu o debate sobre a vulnerabilidade de crianças e adolescentes e os riscos dos relacionamentos nas redes sociais. Um jovem, de 25 anos, foi preso após ser acusado de sequestrar a menina e levá-la para São Luis, no Maranhão, no Nordeste. De acordo com a polícia, há dois anos o jovem se relacionava com a adolescente pelas redes sociais. Ele foi autuado por sequestro e cárcere privado. Após uma semana de investigações, a menina foi resgatada, trazida pela polícia de volta ao Rio e entregue aos pais.
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