Rio - A Fundição Progresso deu início, neste domingo, ao projeto "Fundição Verde", que é uma nova filosofia de gestão sustentável. Com isso, a Fundição passa a se dedicar a ser também um espaço inteiramente sustentável e pretende mudar a cara da Lapa, deixando-a mais verde, bonita e integrada.
O marco inicial desta nova etapa do centro cultural foi o Dia da QuebrAção, em que a calçada na frente do espaço começou a ser removida para dar espaço a um Jardim de Chuva, que reuniu arquitetos, urbanistas, agroecologistas, paisagistas e os artistas do Céu na Terra, que abençoaram o momento simbólico com uma apresentação de Bumba Meu Boi.
Jardins de Chuva são sistemas de biorretenção de águas pluviais, que ajudam a minimizar o impacto das chuvas fortes e serão de grande ajuda para evitar os recorrentes alagamentos na região da Lapa. E também funcionam como regulador térmico, ajudando a suportar ondas de calor. No lugar do concreto, até setembro surgirá um espaço verde de 200 metros quadrados. A fachada leste da Fundição ganhará uma grade-escultura de ferro de 93 metros, feita artesanalmente na serralheria da Fundição, que deixará à mostra para a cidade os efeitos práticos desta mudança radical a favor da sustentabilidade.
"A Fundição não é só uma casa de shows. A gente fomenta alegria, capacita as pessoas. Mas sempre cuidamos do lado de dentro da Fundição. Agora, vamos cuidar também do lado de fora com uma obra de fachada, mas cheia de conteúdo. Vamos fazer essa mudança e comunicá-la, com cursos, oficinas, para que a cidade também possa se transformar", explicou o ator e produtor cultural Perfeito Fortuna, que este ano completa duas décadas à frente da Fundição.
Para Cecilia Herzog, paisagista urbana, mestre em Urbanismo e especialista em Preservação Ambiental das Cidades, a construção do Jardim de Chuva da Fundição é um marco. "A partir de agora, aqui existirá um exemplo de alternativa para a cidade. O paradigma do século 21 e trazer de volta a natureza para o convívio urbano, e humildemente aprender com ela", disse Cecília.
"Com o Jardim de Chuva, a Fundição cuida de todo o entorno. É pra gente, pros passarinhos, pros polinizadores. Utilizamos a tecnologia da natureza a serviço da cidade", contou Daniel Gabrielli, do coletivo Organicidade, coletivo idealizador do novo espaço. O arquiteto Pierre André Martin, que ministrou uma oficina colaborativa ao lado de Cecília Herzog para definir o modelo do Jardim de Chuva, faz coro. "Este é um gesto muito nobre. Vamos trazer vida de volta onde não tinha. O homem comeu a floresta para trazer a cidade, e agora traz de volta a floresta para comer a cidade", brincou.
"Com o Jardim de Chuva, a Fundição cuida de todo o entorno. É pra gente, pros passarinhos, pros polinizadores. Utilizamos a tecnologia da natureza a serviço da cidade", contou Daniel Gabrielli, do coletivo Organicidade, coletivo idealizador do novo espaço. O arquiteto Pierre André Martin, que ministrou uma oficina colaborativa ao lado de Cecília Herzog para definir o modelo do Jardim de Chuva, faz coro. "Este é um gesto muito nobre. Vamos trazer vida de volta onde não tinha. O homem comeu a floresta para trazer a cidade, e agora traz de volta a floresta para comer a cidade", brincou.
Fabiana Carvalho, arquiteta responsável pela obra, ressaltou seu caráter colaborativo e educativo. "Estamos acostumados a trabalhar com a cultura da barreira. Aqui, escolhemos trabalhar com a cultura do permeável, é um laboratório vivo construído a muitas mãos, de diversas áreas", disse.
Comentários