Rio - O Só Pra Contrariar comemora 30 anos de existência. Alguns integrantes saíram, o ex-vocalista Alexandre Pires está em carreira solo e o grupo de samba agora é um quarteto, com os integrantes originais Fernando Pires, Luiz Fernando, Juliano Pires e Alexandre Popó. O grupo mineiro festeja o aniversário neste sábado no Vivo Rio (às 21h, com ingressos a partir de R$ 100). Lançam o disco 'O Lado B do SPC' (só com músicas pouco conhecidas do repertório) e avisam que a apresentação será uma celebração da história da banda.
"Todos os artistas tocam músicas uns dos outros nos shows. E a gente faz duas horas de show tocando nosso próprio repertório. Isso é raro no mercado. É algo que vem do respeito e do cuidado que a gente tem com nossa música e com nosso público", conta Fernando, cujo grupo promete hits como 'Depois do Prazer', 'Mineirinho', 'Minha Metade', 'Essa Tal Liberdade', 'Sai da Minha Aba (Bicão)' e outros.
O disco novo, até o momento, só está nas plataformas digitais. Uma realidade bem diferente dos anos 1990, quando os CDs do Só Pra Contrariar chegavam nas lojas de departamentos aos milhares e ganhavam disco de diamante antes mesmo de serem comprados pelos fãs.
"A gente já saía com um milhão de cópias vendidas. E a gente veio do vinil, né? Lembro até hoje quando saiu o disco com 'A Barata', num vinil com capa amarela. E nessa época o LP já estava acabando, já era CD", conta Fernando.
O músico acompanha a nostalgia do pagode dos anos 1990 e acredita que isso tenha a ver com a falta de boas canções para ouvir no rádio. "Por isso é que as pessoas estão ouvindo mais músicas antigas. O público de 30, 40 anos tem que sair mais de casa pra ver shows, o saudosismo tira mais esse público de casa. A gente hoje está refém de um só gênero musical, que é o sertanejo. Nos anos 1990 você teve a explosão do samba, e tinha também o próprio sertanejo, o pop, o rock, o forró. Deve ter muita gente com a minha idade, 45 anos, que se pergunta: 'Pô, mas o que eu vou ouvir?'", diz.
"Na época, brincamos que quando o grupo fizesse 25 anos, a gente ia fazer uma turnê e ele iria voltar", brinca. "Em 2002, ele teve uma proposta para fazer um trabalho solo voltado ao mercado latino. Seria injustiça da nossa parte segurá-lo. Alexandre sempre foi um cara fora da caixinha. Ele é como Pelé, Ronaldinho Gaúcho, um cara diferenciado".
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