Sérgio Guizé destaca mensagem de otimismo de 'Êta Mundo Bom!'
Intérprete do Candinho na novela reprisada na Globo, ator diz que personagem simboliza a leveza e a superação em tempos de pandemia do novo coronavírus
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Publicado 11/05/2020 06:00
Rio - Sucesso no horário das 18h em 2016, 'Êta Mundo Bom!', de Walcyr Carrasco, está no ar na reprise do 'Vale a Pena Ver de Novo', na Globo, num momento em que o país - e o mundo - vive outra realidade. Candinho, vivido por Sergio Guizé, e sua trupe voltam a trazer mensagens de otimismo, leveza e superação, mas agora num Brasil confinado, amedrontado pela pandemia do novo coronavírus. Assim, a célebre frase do inocente Candinho "Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é 'pra meiorá" pode ter novo significado para o espectador.
"Eu espero que a partir disso as pessoas busquem maneiras construtivas de superar este momento", diz Walcyr Carrasco. "Acredito que neste momento a mensagem positiva de 'Êta Mundo Bom' será mais forte, porque todos nós estamos precisando de otimismo".
Autor de outras tramas bem-sucedidas, como 'Chocolate Com Pimenta' e 'Verdades Secretas', Carrasco conta uma história deliciosa em 'Êta Mundo Bom!', com um elenco bem entrosado com seus personagens. Figura central da novela, Candinho é um rapaz do interior que cresceu sem conhecer a mãe biológica. Já adulto, seguindo o conselho do amigo Pancrácio (Marco Nanini), ele parte para São Paulo em busca da mãe (Eliane Giardini), que, quando jovem, precisou abandonar o filho por engravidar sem ser casada. Na capital, em plena década de 1940, ele vive aventuras e enfrenta dificuldades, sempre acompanhado de seu burro Policarpo.
Para Sergio Guizé, o personagem representou a virada na sua carreira. "Candinho é um personagem muito importante na minha trajetória, simples, popular, lúdico e com um bordão carregado de amor e esperança. Me rendeu algumas homenagens, ganhei prêmios", diz o ator. "Esse trabalho com o Walcyr me trouxe em seguida mais dois personagens incríveis. Tive a chance de contracenar com um elenco de primeira, grandes mestres, como Marco Nanini e Eliane Giardini, e trabalhar com o mestre maior Jorge Fernando (diretor, que morreu no ano passado). Ele era incrível, como faz falta", completa.
Guizé lembra que, para viver Candinho, usou várias fontes de inspiração. "Li o conto do Voltaire, 'Cândido ou o Otimismo', e assisti ao filme 'Candinho' com Mazzaropi, que foram referências do Walcyr para escrever a novela. Me inspirei muito em Charles Chaplin e no cinema mudo, e também busquei referências na minha memória afetiva. O personagem, de certa forma, foi uma homenagem à minha avó materna, Maria. Candinho tem muito dela, o sotaque principalmente", diz o ator, que emendou outros trabalhos com Carrasco, nas novelas 'O Outro Lado do Paraíso' (2017-2018) e 'A Dona do Pedaço' (2019), em papéis bem diferentes de seu dócil caipira.
Confinado com a namorada, a atriz Bianca Bin, há mais de um mês, na casa deles em Indaiatuba, no interior de São Paulo, com seus cachorros e "rodeados de silêncio e natureza", Guizé conta que os dois estão aproveitando este período para buscar o autoconhecimento, estudando, pintando, tocando. "A Bianca começou a aprender a tocar violão, tocamos e cantamos juntos, assistindo a séries e filmes", conta.
Ele também tem lido os episódios de sua próxima série, 'Mal Secreto', e se dedicado ao próximo disco de sua banda, a Tio Che. E assistido à 'Êta Mundo Bom!' apenas como um espectador, curtindo mais. "No período de gravação, a gente assiste a um capítulo já pensando no próximo, é outro olhar", explica.
Walcyr Carrasco diz que, se a novela provocar um sorriso, alegria em quem assistir, já se sentirá satisfeito. "Candinho é um personagem de superação, que não se deixa abater pelos problemas", descreve o autor. "Por isso, será forte neste momento, porque todos nós temos uma situação difícil a superar".
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