Marcelo Laham, Roberta Rodrigues, Carol Castro e Marcelo Serrado nas gravações do filme Dois DoisDivulgação
Publicado 16/08/2021 07:00
Rio – Em cartaz com o filme “Dois + Dois”, Roberta Rodrigues faz reflexão sobre as novas formas de relacionamento amoroso e abre o jogo sobre o próprio casamento. O longa de comédia, que marca a estreia do roteirista Marcelo Saback como diretor, traz à tona a prática do swing, ou seja, o intercâmbio de casais. Na história, Diogo (Marcelo Serrado) e Emília (Carol Castro) estão juntos há 16 de anos e vivem uma relação morna, até descobrirem que os melhores amigos, Bettina (Roberta) e Ricardo (Marcelo Laham), são adeptos de uma relação aberta. Eles também aderem à ideia, o que rende muita diversão aos espectadores.
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“O tema ainda é pouco falado por sofrer preconceito, mas a gente caminha para um lugar de respeito, de cada um ter a sua escolha. É um filme que aborda tudo com cuidado. O Sabback é um diretor muito incrível, que teve cuidado com cada cena de sexo, com cada movimento. Essa era uma preocupação dele e de todo elenco: contar uma história que as pessoas se sentissem à vontade, não constrangidas”, diz Roberta, que ainda fala sobre a sua personagem.
“A Bettina é uma mulher muito liberta, bem resolvida e à frente. Ela e o Ricardo se completam, o relacionamento deles é baseado nisso. Em uma cena do filme, eles falam: ‘ó, você pode ficar com outras pessoas, só não pode me trair’. E o que é trair? É esconder. São relações muito do hoje, as pessoas gostam de gente, de todes. E está tudo bem”, pensa a atriz.
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Vida real
A atriz garante que é totalmente diferente de sua personagem porque não se imagina vivendo uma relação aberta. “Eu, Roberta, não tenho nada a ver com a Bettina. Não evoluí espiritualmente para isso. Nunca pensei nisso e não me apetece. Não me acho cafona ou menos à frente porque não curto. Cada um faz a sua escolha. Não sei se conseguiria compartilhar uma relação com duas, três ou quatro pessoas. Minha cabeça não lida bem com isso, de verdade, tanto que sou uma pessoa que tem pânico de traição e brinco que preciso me tratar disso”, revela.
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Apesar das diferenças, Roberta conta que Bettina proporcionou reflexões, além de falar sobre os pilares do casamento com Guilherme Guimarães, pai de sua filha, Linda Flor. “Todo personagem me leva a uma reflexão. A Bettina me fez enxergar que a gente tem de observar o lugar do comodismo e ter um olhar mais cuidadoso com o parceiro. Os relacionamentos, na verdade, estão em mutação todos os dias e o nosso é baseado em cima do respeito e diálogo. Sou muito feliz com o meu relacionamento. O Gui é meu marido, é o pai da minha filha, meu melhor amigo, é a pessoa que eu conto as coisas”, diz.
Desafios
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Para Roberta, gravar o longa foi desafiador por ter que expor o corpo em um momento que não estava tão segura com a autoestima. “Pela primeira vez, tive de focar em malhar. Se tornou um hábito que ajudou minha saúde e virou um lugar de eliminar as energias ruins. A Pri, minha personal, foi fundamental para que eu me sentisse bem no filme porque ela também virou minha psicológica, minha amiga”, lembra.
Ela ainda revela que a parceria durante as gravações deixou tudo mais fácil, inclusive para diminuir a saudade que sentia da família, pois o filme foi gravado em São Paulo e ela vive no Rio. “A Carol Castro eu compartilhamos muito desse momento. A Carol com saudade da Nina e eu, da Linda Flor, a gente ficou muito parceira. E os colegas me deram acolhimento. O Laham é um ser humano incrível, um artista muito completo. O Serrado super parceiro. E com o Sabback foi um encontro de uma energia muito libriana”, conta ela.
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Versatilidade
Além de “Dois + Dois”, Roberta estreou recentemente o longa “L.O.C.A” e a novela “Nos Tempos do Imperador”, primeira inédita da Rede Globo desde o início da pandemia. No ano passado, também gravou o especial da série “Sob Pressão” sobre a pandemia da covid-19. Após quase 20 anos de carreira, ela celebra fazer personagens diversos, sem ter apenas o recorte racial.
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“Sou uma pessoa nascida e criada na favela, mas não posso ser taxada como a atriz preta de favela. Eu sou uma atriz como todas as outras e posso fazer qualquer personagem, sim. A Bettina realmente entra em um outro lugar do que eu tenho feito. Ela é uma mulher bem-sucedida, casada, classe média alta. Fico muito feliz, de verdade, de mostrar uma outra vertente.”, desabafa.
“Tive a oportunidade de fazer o ‘Sob Pressão’. Foi incrível, levo no coração e na caixinha do cuidado. Muita gente duvidou de mim, mas eu peguei essa energia da dúvida, transformei e canalizei para a minha arte. Dei o melhor que eu podia. Foi muito bom, sabe? A gente vê que as pessoas começam a ter um outro olhar sobre você... Eu, uma atriz que estou no mercado há quase 20 anos e que ainda tem de provar que pode fazer seja lá qual for o personagem. É uma reflexão que me dá muitas dores, mas também faz transformar essa dor e indignação em mais”, completa.
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*Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa
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