Publicado 29/11/2022 07:00 | Atualizado 29/11/2022 13:27
Rio - O advento dos serviços de streaming mudou drasticamente o modo contemporâneo de consumir música. A facilidade de ter acesso a milhões de faixas, dos mais variados artistas, em um só lugar, impulsionou o público a abandonar o hábito de fazer download ilegal de músicas, ocupando memória no disco rígido do computador, do celular, ou ainda nos aparelhos de MP3, que atualmente se tornaram obsoletos. E junto a facilidade de ouvir música, veio a possibilidade de criar sua própria lista de reprodução, as chamadas playlists.
Um comportamento que vem chamando atenção hoje em dia é justamente o hábito de criar playlists. Existe uma enormidade de listas de reprodução disponíveis nas plataformas para os mais variados momentos: estudar, relaxar, dormir, dançar, malhar, pré-balada, pós-balada, e por aí vai. A jornalista Victoria Rohan é uma das pessoas que teve a sua forma de ouvir música transformada pelas playlists e pelos serviços de streaming. Para ela, que trabalha diretamente com cultura e entretenimento no Telas Por Elas, a música tem um poder que vai além do lazer e alcança importantes pautas sociais.
“O que você consome, em qualquer formato e plataforma que seja, vai te afetar e contribuir pro seu repertório de vida, para formar sua personalidade. Tem muita gente que não ouve muita mulher, ou pessoas pretas ou LGBTQIA+. Não tem como isso não ser um sintoma da nossa sociedade que exclui as minorias até nesses momentos de arte, cultura, lazer e descanso, sabe? Playlists temáticas geralmente são assim, com músicas que são um manifesto, um grito guardado ali e que a gente acha que todo mundo deveria ouvir”, destaca Victoria, que também ressalta o benefício das plataformas de streaming terem um vasto repertório, além de darem visibilidade a artistas menos conhecidos.
“A gente paga o serviço e tem acesso a todas as músicas que estão ali, tanto de artista grande que toca em rádio, como do seu amigo artista local que você pode dar uma força, ou mesmo os independentes - nacionais ou internacionais - que não são tão conhecidos. Um mundo de músicas está ali a um clique. Antes era preciso comprar CD de todos os artistas que a gente gostava - ou baixar - e às vezes a pessoa nem tinha dinheiro para comprar todos que queria e poder diversificar o que ia ouvir. Para ser diversificado era só rádio, que nem sempre toca só o que a gente gosta”, afirma a jornalista.
Atualmente, o serviço de streaming de música mais utilizado no mundo é o Spotify. A plataforma tem mais de 82 milhões de canções e 4.7 milhões de podcasts. “Tivemos uma mudança no processo de adquirir a experiência. Se antigamente o consumidor tinha que se deslocar para comprar um CD ou pagar um download para ouvir uma música, por exemplo, hoje o acesso ao áudio de forma geral é uma prateleira infinita dentro das plataformas”, explica o editor de música do Spotify Brasil, Rodrigo Azevedo.
Para o editor, a possibilidade de qualquer usuário se tornar ‘criador de conteúdo’ ao elaborar uma playlist é um dos pontos que vem atraindo tanto os jovens para a plataforma. “Além da oferta de conteúdo, o streaming também propiciou e potencializou o perfil criador dos consumidores. Hoje já não há mais barreiras entre consumo e criatividade. Qualquer usuário se torna um curador quando cria uma playlist. Existem diversos usuários que têm playlists muito populares. São 4 bilhões de playlists no Spotify. Quando um usuário adiciona uma música em uma playlist, ele pode estar apresentando este artista para um público completamente novo, por exemplo. Por isso, o Spotify não apenas é acesso à música, mas uma ferramenta de descoberta de novidades deste universo”, garante.
Rodrigo ressalta que o Spotify atualizou e melhorou um hábito que já era comum entre os ouvintes. “Fãs de música sempre gostaram de compilar faixas por temas com suas favoritas ou como forma de presentear. Desde mixtapes e CD ripados, as playlists se tornaram uma forma mais fácil e legal de expressão. Conforme as pessoas estão mudando seu relacionamento com as mídias sociais para lidar com a vida cotidiana, isso contribui para o sucesso da criação de playlists por usuários. A geração Z, por exemplo, está na vanguarda da cultura, constantemente encontrando novas maneiras de se expressar e construir comunidades. As playlists não são uma seleção fixa de músicas, elas podem sempre ser atualizadas e traduzem comportamentos, humores, visões de mundo e refletem até mesmo a personalidade e a jornada individual de cada um", afirma ele.
“O que você consome, em qualquer formato e plataforma que seja, vai te afetar e contribuir pro seu repertório de vida, para formar sua personalidade. Tem muita gente que não ouve muita mulher, ou pessoas pretas ou LGBTQIA+. Não tem como isso não ser um sintoma da nossa sociedade que exclui as minorias até nesses momentos de arte, cultura, lazer e descanso, sabe? Playlists temáticas geralmente são assim, com músicas que são um manifesto, um grito guardado ali e que a gente acha que todo mundo deveria ouvir”, destaca Victoria, que também ressalta o benefício das plataformas de streaming terem um vasto repertório, além de darem visibilidade a artistas menos conhecidos.
“A gente paga o serviço e tem acesso a todas as músicas que estão ali, tanto de artista grande que toca em rádio, como do seu amigo artista local que você pode dar uma força, ou mesmo os independentes - nacionais ou internacionais - que não são tão conhecidos. Um mundo de músicas está ali a um clique. Antes era preciso comprar CD de todos os artistas que a gente gostava - ou baixar - e às vezes a pessoa nem tinha dinheiro para comprar todos que queria e poder diversificar o que ia ouvir. Para ser diversificado era só rádio, que nem sempre toca só o que a gente gosta”, afirma a jornalista.
Atualmente, o serviço de streaming de música mais utilizado no mundo é o Spotify. A plataforma tem mais de 82 milhões de canções e 4.7 milhões de podcasts. “Tivemos uma mudança no processo de adquirir a experiência. Se antigamente o consumidor tinha que se deslocar para comprar um CD ou pagar um download para ouvir uma música, por exemplo, hoje o acesso ao áudio de forma geral é uma prateleira infinita dentro das plataformas”, explica o editor de música do Spotify Brasil, Rodrigo Azevedo.
Para o editor, a possibilidade de qualquer usuário se tornar ‘criador de conteúdo’ ao elaborar uma playlist é um dos pontos que vem atraindo tanto os jovens para a plataforma. “Além da oferta de conteúdo, o streaming também propiciou e potencializou o perfil criador dos consumidores. Hoje já não há mais barreiras entre consumo e criatividade. Qualquer usuário se torna um curador quando cria uma playlist. Existem diversos usuários que têm playlists muito populares. São 4 bilhões de playlists no Spotify. Quando um usuário adiciona uma música em uma playlist, ele pode estar apresentando este artista para um público completamente novo, por exemplo. Por isso, o Spotify não apenas é acesso à música, mas uma ferramenta de descoberta de novidades deste universo”, garante.
Rodrigo ressalta que o Spotify atualizou e melhorou um hábito que já era comum entre os ouvintes. “Fãs de música sempre gostaram de compilar faixas por temas com suas favoritas ou como forma de presentear. Desde mixtapes e CD ripados, as playlists se tornaram uma forma mais fácil e legal de expressão. Conforme as pessoas estão mudando seu relacionamento com as mídias sociais para lidar com a vida cotidiana, isso contribui para o sucesso da criação de playlists por usuários. A geração Z, por exemplo, está na vanguarda da cultura, constantemente encontrando novas maneiras de se expressar e construir comunidades. As playlists não são uma seleção fixa de músicas, elas podem sempre ser atualizadas e traduzem comportamentos, humores, visões de mundo e refletem até mesmo a personalidade e a jornada individual de cada um", afirma ele.
"O hábito de 'playlisting' é uma ferramenta que os GenZers (forma como são chamados os integrantes da Geração Z) utilizam para criar algo novo, próprio, e também se expressar, expressar seus sentimentos e o que estão passando no momento, haja vista a variedade de nomes de playlists que encontramos no Spotify. Essa geração, em especial, desenvolveu o hábito de criar e compartilhar playlists como uma maneira de contar suas histórias pessoais”, acredita o editor.
Confira algumas das playlists mais inusitadas criadas no Spotify
Tudo Posso no Kpop que me fortalece - Criada por Yasutoki Minomo. É composta por músicas do gênero Kpop, a cada vez mais popular música sul-coreana.
Sertanejo pra sofrer e sentir como é ser corno - Criada por Bianca Cesaro. O nome já diz tudo, né? Sofrência para os apaixonados com coração partido.
Playlist para rebolar a 'raba' como se não houvesse amanhã - Criada por Victória Scarlassara. Lista de músicas para dançar loucamente, como se não houvesse amanhã.
Confira algumas das playlists mais inusitadas criadas no Spotify
Tudo Posso no Kpop que me fortalece - Criada por Yasutoki Minomo. É composta por músicas do gênero Kpop, a cada vez mais popular música sul-coreana.
Sertanejo pra sofrer e sentir como é ser corno - Criada por Bianca Cesaro. O nome já diz tudo, né? Sofrência para os apaixonados com coração partido.
Playlist para rebolar a 'raba' como se não houvesse amanhã - Criada por Victória Scarlassara. Lista de músicas para dançar loucamente, como se não houvesse amanhã.
Playlist para estudar - Criada por Evy. Composta por músicas para quem quer focar nos estudos.
Playlist "Sem Culpa"! (Versão LGBTQIA+) - Criada pelo Telas Por Elas. Reunião de artistas politizados com músicas para todos os momentos do dia.
MPB - Música Preta Brasileira - Criada pelo Telas Por Elas. Para celebrar a pluralidade da música brasileira protagonizada pelos artistas pretas.
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