'É Beth Carvalho por Beth Carvalho', afirma diretor de documentário com registros inéditos da sambista

'Andança' mostra o lado cinegrafista da cantora e faz homenagem aos 53 anos de carreira da artista: 'Esse filme é ela'

Documentário 'Andança' revela o lado cinegrafista de Beth CarvalhoDivulgação
Publicado 04/02/2023 07:00
Rio - Conhecida como a madrinha do samba, Beth Carvalho, um dos ícones da música brasileira, está em cartaz nos cinemas com um novo documentário sobre sua vida e carreira. No ano em que a cantora faria 77 anos, não é exagero dizer que o filme "Andança, os encontros e as memórias de Beth Carvalho", que estreou nesta quarta-feira (01), revela uma outra faceta da artista: a de cinegrafista.
Ao longo da obra, a história da carioca é contada a partir de vídeos feitos pela própria sambista em suas sessões de estúdio, bastidores de shows e até reuniões com a família e amigos, incluindo personalidades como Nelson Cavaquinho e Zeca Pagodinho. "Esse filme não é um filme sobre ela. Esse filme é ela", declara a filha única de Beth, a cantora Luana Carvalho, que assina a produção de "Andança". Nas imagens arquivadas em formatos como VHS e K7, a artista revela sua paixão pelo samba, pelo Brasil e, claro, pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Luana ainda destaca que sua mãe era motivada a filmar seu cotidiano por uma mentalidade à frente do seu tempo. "É uma coisa raríssima, que poucas vezes existiu. As pessoas que têm uma consciência prévia da importância da sua própria vida, dos lugares que frequentam e das pessoas que conhecem, a ponto de registrar entendendo que aquilo vai ser história. Nada foi em vão e não tem nenhuma ingenuidade no que ela fez, ela sabia muito bem o que ela estava fazendo", garante a artista.
Ela também faz questão de elogiar o trabalho de Pedro Bronz na direção de "Andança". "Ainda bem que existiu um diretor sensível, um diretor próximo e gentil pra perceber que não existiria um filme sobre ela mais bonito do que o filme que ela mesma conta", explica a única herdeira deixada por Beth, que morreu em abril de 2019, após passar quase cinco meses internada em um hospital do Rio.
A relação do cineasta com a família Carvalho vem desde o berço, já que é filho de uma grande amiga da sambista. Não foi por acaso que o cineasta já tinha conhecimento das 800 fitas em que Beth mostrou seu dia a dia nesses 53 anos de carreira. "A ideia (para o filme) nasce a partir do entendimento da existência desse acervo. A minha mãe foi muito amiga da Beth e eu presenciei ela produzindo as partes familiares e esse acervo dela", relembra Pedro. "Quando vimos que o acervo era, de fato, monumental, a gente falou: 'vamos embora, o filme é isso mesmo, é a Beth pela Beth".
E coube ao roteirista Leonardo Bruno o desafio de organizar cerca de 1,6 mil horas de gravações em um longa de 115 minutos que passam sem que o espectador perceba. "A primeira dificuldade é fazer a seleção dentro desse material interminável, em que a gente achava que tudo era ouro puro, e conseguir reduzir isso pra que coubesse num filme. Essa escolha do que era fundamental estar no filme sobre a Beth foi uma dificuldade imensa porque você pode imaginar tudo que a gente deixou de fora", conta o jornalista, que também é autor da biografia "De Pé no Chão", lançada em setembro do ano passado.
"'Andança' é o olhar da Beth Carvalho sobre a trajetória dela. E é muito interessante porque a gente tem a real noção de que ela sabia que isso que ela estava filmando era histórico. Ela não filmava aquilo à toa. A gente brinca que esse filme foi dirigido, escrito e editado pela Beth, e, agora, vai ser lançado pela Beth, porque talvez seja o filme que ela sempre quis fazer", completa o escritor.
Sem esconder a emoção, Luana Carvalho diz que o resultado final teria agradado sua mãe, que foi responsável por alavancar as carreiras de Jorge Aragão e Arlindo Cruz, entre outros. "Fico toda arrepiada. Eu acho que a minha mãe estaria muito muito mais feliz do que ela sequer poderia imaginar. Porque, realmente, alguém entendeu o que ela estava fazendo pra além da arte, do samba, da música", declara.
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'É Beth Carvalho por Beth Carvalho', afirma diretor de documentário com registros inéditos da sambista

'Andança' mostra o lado cinegrafista da cantora e faz homenagem aos 53 anos de carreira da artista: 'Esse filme é ela'

Documentário 'Andança' revela o lado cinegrafista de Beth CarvalhoDivulgação
Publicado 04/02/2023 07:00
Rio - Conhecida como a madrinha do samba, Beth Carvalho, um dos ícones da música brasileira, está em cartaz nos cinemas com um novo documentário sobre sua vida e carreira. No ano em que a cantora faria 77 anos, não é exagero dizer que o filme "Andança, os encontros e as memórias de Beth Carvalho", que estreou nesta quarta-feira (01), revela uma outra faceta da artista: a de cinegrafista.
Ao longo da obra, a história da carioca é contada a partir de vídeos feitos pela própria sambista em suas sessões de estúdio, bastidores de shows e até reuniões com a família e amigos, incluindo personalidades como Nelson Cavaquinho e Zeca Pagodinho. "Esse filme não é um filme sobre ela. Esse filme é ela", declara a filha única de Beth, a cantora Luana Carvalho, que assina a produção de "Andança". Nas imagens arquivadas em formatos como VHS e K7, a artista revela sua paixão pelo samba, pelo Brasil e, claro, pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Luana ainda destaca que sua mãe era motivada a filmar seu cotidiano por uma mentalidade à frente do seu tempo. "É uma coisa raríssima, que poucas vezes existiu. As pessoas que têm uma consciência prévia da importância da sua própria vida, dos lugares que frequentam e das pessoas que conhecem, a ponto de registrar entendendo que aquilo vai ser história. Nada foi em vão e não tem nenhuma ingenuidade no que ela fez, ela sabia muito bem o que ela estava fazendo", garante a artista.
Ela também faz questão de elogiar o trabalho de Pedro Bronz na direção de "Andança". "Ainda bem que existiu um diretor sensível, um diretor próximo e gentil pra perceber que não existiria um filme sobre ela mais bonito do que o filme que ela mesma conta", explica a única herdeira deixada por Beth, que morreu em abril de 2019, após passar quase cinco meses internada em um hospital do Rio.
A relação do cineasta com a família Carvalho vem desde o berço, já que é filho de uma grande amiga da sambista. Não foi por acaso que o cineasta já tinha conhecimento das 800 fitas em que Beth mostrou seu dia a dia nesses 53 anos de carreira. "A ideia (para o filme) nasce a partir do entendimento da existência desse acervo. A minha mãe foi muito amiga da Beth e eu presenciei ela produzindo as partes familiares e esse acervo dela", relembra Pedro. "Quando vimos que o acervo era, de fato, monumental, a gente falou: 'vamos embora, o filme é isso mesmo, é a Beth pela Beth".
E coube ao roteirista Leonardo Bruno o desafio de organizar cerca de 1,6 mil horas de gravações em um longa de 115 minutos que passam sem que o espectador perceba. "A primeira dificuldade é fazer a seleção dentro desse material interminável, em que a gente achava que tudo era ouro puro, e conseguir reduzir isso pra que coubesse num filme. Essa escolha do que era fundamental estar no filme sobre a Beth foi uma dificuldade imensa porque você pode imaginar tudo que a gente deixou de fora", conta o jornalista, que também é autor da biografia "De Pé no Chão", lançada em setembro do ano passado.
"'Andança' é o olhar da Beth Carvalho sobre a trajetória dela. E é muito interessante porque a gente tem a real noção de que ela sabia que isso que ela estava filmando era histórico. Ela não filmava aquilo à toa. A gente brinca que esse filme foi dirigido, escrito e editado pela Beth, e, agora, vai ser lançado pela Beth, porque talvez seja o filme que ela sempre quis fazer", completa o escritor.
Sem esconder a emoção, Luana Carvalho diz que o resultado final teria agradado sua mãe, que foi responsável por alavancar as carreiras de Jorge Aragão e Arlindo Cruz, entre outros. "Fico toda arrepiada. Eu acho que a minha mãe estaria muito muito mais feliz do que ela sequer poderia imaginar. Porque, realmente, alguém entendeu o que ela estava fazendo pra além da arte, do samba, da música", declara.
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