Publicado 27/02/2023 07:00
Rio - Após unir-se para pedir a bênção de seus pais com o novo EP "Bença", os integrantes do grupo Filhos da Bahia pretendem levar toda animação do ritmo axé beach para os quatro cantos do Brasil. Formado por Migga, João, Raysson e Zaia — cujos pais são os cantores Carlinhos Brown, Saulo, Tonho Matéria e Reinaldinho, respectivamente —, os músicos contam ao DIA como foi origem de sua união e as perspectivas para o ano de 2023.
Após crescerem em meio a um cenário musical, os integrantes do grupo Filhos da Bahia utilizam a herança cultural de grandes ídolos do axé music como fonte de inspiração, o que coincidentemente os aproxima das obras de seus pais.
"Somos frutos daquilo que nós vemos, do meio em que vivemos. Então, você crescer vendo alguém, uma pessoa importante na sua vida, como um pai, pode ser uma referência para você. Um pai que faz música, vive de música, e faz isso muito bem, com certeza nos influencia. Nós somos, acima de qualquer coisa, muito fãs dos nossos pais", conta Zaia, filho de Reinaldinho.
No final do ápice da pandemia da Covid-19, em 2021, os quatro amigos, que já haviam planejado desenvolver um projeto artístico juntos, decidiram unir-se efetivamente a fim de produzir um trabalho que celebrasse a riqueza da diversidade cultural baiana. "Nos juntamos novamente para fazermos música e celebrarmos a Bahia como um todo, o axé music, que é isso que a gente ama. Queríamos levar alegria para as pessoas novamente", explica.
No final do ápice da pandemia da Covid-19, em 2021, os quatro amigos, que já haviam planejado desenvolver um projeto artístico juntos, decidiram unir-se efetivamente a fim de produzir um trabalho que celebrasse a riqueza da diversidade cultural baiana. "Nos juntamos novamente para fazermos música e celebrarmos a Bahia como um todo, o axé music, que é isso que a gente ama. Queríamos levar alegria para as pessoas novamente", explica.
Segundo os integrantes do grupo, o trabalho em equipe foi fundamental para a idealização e execução do "Bença", seu primeiro EP. O mini-álbum, que é dividido em duas partes — a primeira já lançada em 13 de janeiro e a segunda com previsão de lançamento ainda para este ano — simboliza um pedido de "licença" para perpetuar a história de grandes "pais" da música baiana e levar a cultura do estado para um novo público. O trabalho audiovisual possui músicas inéditas e regravações de grandes sucessos, como "Quero Beijar" de Pepeu Gomes, e "Eva", que conta com a participação de Ivete Sangalo, Ninha, Tonho Matéria, Jhaca, Paulinho da Bahia, Diggo e Filipe Escandurras.
"O grande objetivo [do projeto audiovisual] foi juntar toda a nossa família, ou grande parte da nossa família, da família axé music, da família musical baiana, pessoas que são importantíssimas para nós. As que deu para juntarmos, juntamos, para confraternizar e pedir a bênção ou a 'bença', como a gente fala aqui no popular baiano. Queríamos a bênção dos nossos mentores, pais, familiares e de grandes ídolos do axé", relembra Zaia.
Apesar de inspirados pelos próprios pais, os jovens cantores buscam construir a identidade artística do grupo através de um passeio por ritmos diversos. Motivados pela oportunidade de experimentar inúmeras possibilidades no meio musical, os baianos afirmam que, por agora, não desejam fixar-se em um único estilo.
"Queremos testar as músicas, mais ainda faz parte disso que a gente chama de 'axé beach', o 'pagotrap', essas novidades da Bahia. Estamos mais preocupados com as estratégias a longo prazo do que caber nos moldes da indústria e dos críticos como um todo. Soltamos músicas muito diferentes entre si porque queremos mostrar essa Bahia plural, pois na Bahia você tem uma pluralidade absurda, não é só ser filho do axé, ser filho de Brown, Reinaldo, Saulo e Tonho. A Bahia é tudo. O samba nasce na Bahia, a música nasce na Bahia, até mesmo o Brasil nasce na Bahia. A gente quis ser plural, simbolizar quem somos. Quisemos mostrar tudo isso no EP", pontua o filho de Reinaldinho.
No grupo, o cantor Zaia é o responsável por trazer as referências do estado de São Paulo, com os estilos MPB e samba. Já Raysson traz as influências da percussão baiana, como também as do continente africano e do pagode. Migga é o encarregado pela influência do rock e do reggae; e João traz uma releitura da música pop.
"A gente quer fazer música e não estamos a fim de agradar a todo mundo, sabe? Queremos encontrar aqueles que gostam da nossa arte. Assim como o público do pagode não vai gostar do funk ou um público que goste de MPB talvez não se identifique com outro estilo, existem pessoas que gostarão dos Filhos da Bahia. Dessa forma, estamos aprendendo toda uma musicalidade, passando por vários laboratórios, para achar nosso caminho musical. Sabemos que vamos ouvir muitas coisas das pessoas, dos críticos, mas também que haverá muitas críticas positivas, que podem ajudar a abrir o nosso caminho", reflete Raysson.
Ao falar sobre o futuro, os Filhos da Bahia contam o desejo de formar parcerias com diferentes artistas e, acima de tudo, garantir a alegria dos admiradores. "A gente vai se embolar com todo mundo. Estamos com a casa aberta para quem quiser colaborar conosco. Queremos mostrar outro mundo, fazer feat [colaboração musical] com todos. Agora, em março, já sai um novo feat com Ivete Sangalo", promete o herdeiro de Tonho Matéria.
"Podem esperar tudo isso dos Filhos da Bahia, porque a gente quer brincar. A música é uma grande brincadeira criativa, mas claro, uma brincadeira responsável, pois hoje somos uma empresa, temos família e funcionários que dependem da gente... Mas quando nos unimos, queremos criar e nos divertir", elucida Zaia.
O álbum "Bença" e outros singles já lançados pelos jovens artistas estão disponíveis em seu canal oficial no YouTube e também em serviços de streaming de música, como Spotiy e Deezer.
Reportagem da estagiária Esther Almeida sob supervisão de Tábata Uchoa
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