Diogo Defante une música e comédia ao estrear como cantor no EP 'Robson'Divulgação/Steff Lima
Publicado 17/08/2023 07:00
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Rio - Diogo Defante sabe dar a volta por cima quando o assunto é sua carreira na música. O youtuber de 33 anos ficou conhecido por vídeos de humor na internet e ganhou ainda mais destaque ao levar seu personagem, "Repórter Doidão", para a Copa do Mundo no Catar, no ano passado. Após o sucesso viral nas redes sociais, o comediante encontrou o momento ideal para lançar seu primeiro EP, "Robson", que chegou às plataformas digitais em julho e se transformou na turnê que estreou no Circo Voador, no Centro do Rio, no último domingo.
“Eu estou muito realizado, essas músicas têm muitos anos de vida. ‘Jerry’, que foi a primeira que eu lancei, foi composta há dez anos. Eu cantava com a minha antiga banda de zoeira em shows. E, agora, nesse exato momento da carreira, que tem bastante gente me conhecendo, eu estou conseguindo lançar (as músicas) com uma qualidade f*da, é uma realização muito sinistra”, comenta o humorista, que teve sua experiência em cima dos palcos como baterista da banda emo Let’s Go, entre 2003 e 2012, na cena do rock underground carioca.
No entanto, se engana quem pensa que Defante abandonou a comédia ao entrar no estúdio para gravar as músicas que compôs em parceria com Otto Vaz, que também é ex-integrante da Let’s Go, e Victor Leví, que assina a produção do EP. Seja narrando a tristeza de um pelo pubiano na faixa “Pelo”, ou interpretando a perspectiva de uma planta em “Matinho”, Diogo uniu o melhor de suas habilidades na comédia e na arte para construir uma obra que reflete sua identidade já conhecida em um novo formato.
“O público vai continuar me vendo como humorista, imagino eu. Por mais que eu esteja entrando no mercado da música de cabeça, de forma profissional, acho que nunca vão desvencilhar o comediante. Eu ainda tenho a meu favor a liberdade poética para errar, isso me ajuda a ficar mais tranquilo”, explica.
E, mesmo assim, o artista deixa claro que está levando a iniciativa a sério. “Tudo que eu me proponho a fazer, me dedico pra fazer o melhor. Então, eu estou fazendo preparação vocal, quero estudar mais canto... Já sinto que melhorei bastante durante os ensaios para o show. Mas não tenho muito essa pressão para deixar de ser comediante. Até porque as músicas são de zoeira, me sinto um comediante fazendo um show de comédia, só que mais musical”.
Defante conta que a ideia de produzir seu primeiro EP surgiu durante a pandemia do coronavírus, em 2020, quando iniciou uma série de transmissões ao vivo dividindo a tela com Victor Leví. Não demorou para as sessões musicais se transformarem nas gravações do projeto. No entanto, um obstáculo atrapalhou o processo da dupla, já na fase final de mixagem, quando o HD em que as canções estavam registradas pifou. Com o defeito, todo o projeto foi perdido, mas os fãs se tornaram essenciais ao incentivar o artista a retomar a criação do disco.
“A galera achou que era piada e eu queria muito que fosse, mas não foi (risos). Eu estava nessa ‘bad vibe’. Depois, passou o tempo, a Copa, eu fiquei mais conhecido, e, hoje, eu vejo que foi bom. É daqueles males que vem para o bem mesmo. Acho que, se tivesse lançado naquela época, não teria como fazer show, por exemplo. Não teria a exposição que eu estou tendo hoje. Então, pra mim, está sendo um lançamento no momento ideal, está perfeito”, comemora Diogo.
O alcance conquistado na internet permitiu, inclusive, uma ação inusitada para divulgar o primeiro single do EP “Robson”, quando Diogo Defante passou 12 horas fantasiado de rato em uma gaiola instalada na Av. Paulista, em junho deste ano. “Graças a Deus, com o meu trabalho, eu estou conseguindo ‘reinvestir’ em mim mesmo e fazer coisas que eu gostaria de ter feito quando eu era moleque. Eu não tive essa oportunidade, então, agora, eu estou realizando esses sonhos e, ao mesmo tempo, apostando para que possa dar certo”.
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