'Mamonas Assassinas: O Filme' chegou aos cinemas na quinta-feira e conta a história do quinteto de Garulhos, que foi uma das bandas mais populares dos anos 90Edu Moraes / Divulgação
Publicado 02/01/2024 07:00 | Atualizado 02/01/2024 10:31
Rio - Atenção, Creuzebek! "Mamonas Assassinas: O Filme" estreou na última quinta-feira (28) oferecendo aos fãs dos cinco rapazes de Guarulhos a chance de revisitar a curta trajetória de sucesso de uma das bandas mais populares dos anos 1990. Com direção de Edson Spinello, a produção se afasta do fim trágico que o quinteto teve para enaltecer os momentos que levaram o grupo a se tornar um dos grandes expoentes do gênero no Brasil, conhecido pelas letras que misturavam humor e política, embaladas em ritmos para todos os gostos.
O vocalista Dinho Alves é vivido por Ruy Brissac, enquanto o guitarrista Bento Hinoto é interpretado pelo sobrinho, Beto Hinoto. Adriano Tunes e Rhener Freitas assumiram os papeis dos irmãos Samuel (baixista) e Sérgio Reoli (baterista), e Robson Lima surge como o tecladista e percussionista Júlio Rasec.
Para Ruy, o desafio de incorporar o cantor baiano começou em 2016, com o musical biográfico que rodou o Brasil. Agora, o artista celebra a novidade de levar a história para as telonas: "É incrível demais! Mas tem que ir lapidando, porque o teatro é um outro tipo de interpretação, uma outra linguagem", explica o ator, de 34 anos. "Esse foi o grande desafio, na verdade. Tirar aquela atuação grande, deixar mais natural, criar esse lado humano do Dinho. No musical, tinha muito do palco, era sempre muito show. Eu tive que ir pra uma interpretação mais detalhada, o contato mais intenso com a família, pra saber como era o Dinho fora dos palcos", acrescenta.
Já Beto, de 25, se lançou de corpo e alma na responsabilidade de interpretar o próprio tio, a quem não chegou a conhecer, tendo nascido dois anos após o grave acidente de avião que vitimou todos os Mamonas, na Serra da Cantareira, no dia 2 de março de 1996.
"Pra mim, estar fazendo isso hoje é uma honra. Não só de estar fazendo um filme, mas, como família, também me sinto honrado de poder ter o mesmo nome e levar o legado do Bento, a história dele e dos cinco meninos de Guarulhos. Eu acho que é muito importante sempre ter a família no projeto. Muita coisa do filme que a gente usou, como roupas, instrumentos, histórias que foram contadas até na nossa preparação, isso tudo ajudou para que a gente fizesse um bom trabalho", diz o artista, que estreia seu primeiro trabalho de atuação.
Ele ainda enfatiza que todas performances musicais do filme, que vão desde os tempos de Banda Utopia até os "showmícios" dos Mamonas, foram gravadas pelos atores, que dispensaram a proposta inicial de "dublar" as gravações originais. "A gente queria sentir isso, de ligar os equipamentos. Então, pedimos pra que, quando fôssemos gravar cenas de estúdio, palco e shows, a gente pudesse tocar de verdade", conta Beto. Adriano e Rhener, por exemplo, precisaram aprender a tocar o baixo e bateria, respectivamente, para participar do projeto, que inclui os maiores hits do único álbum lançado pelo quinteto, como "Pelados em Santos", "Robocop Gay" e "Money-1406".
Por outro lado, as filmagens do longa foram marcadas por situações misteriosas, segundo conta Robson, 29: "A gente fazia muito ensaio de show, só que nunca tínhamos apresentado pra equipe. E aí, o diretor falou 'quero que a equipe toda veja vocês se apresentando'. A gente foi começar o show e, na verdade, a gente ainda não ia tocar, estava só a música. Quando deu o 'play', veio um trovão: blecaute no quarteirão inteiro. E a gente ficou lá tocando, fazendo o show, tudo, o pessoal assistindo. Fico arrepiado só de lembrar. Quando acabou a nossa apresentação, voltaram as luzes", relata o ator.
Mas Beto afirma que a sensação de estar envolvido em algo maior não se restringiu ao set: "Sempre que eu toco Mamonas, ou faço alguma apresentação relacionada, sinto uma energia sobrenatural, mas uma energia boa, de arrepiar mesmo. Eu acho que contagia o público a gente sentir tudo que os caras fizeram. A gente está passando a mensagem deles de 27 anos atrás e todo mundo respondendo à altura ainda. A gente vê o amor que os fãs têm pela banda", declara.
Depois de longa espera, "Mamonas Assassinas: O Filme" chega para encerrar com muito rock e diversão um ano em que o cinema nacional celebrou as trajetórias de artistas como Gal Costa e a dupla Claudinho e Buchecha. "Eu vejo o filme chegando nesse momento como um grito de alegria e união", comenta Rhener, de 28 anos. "Numa época tão especial, que é o fim de ano, vem Natal, as festas do Réveillon, acho que não tem época melhor pra isso. As palavra que vêm na minha cabeça são união e alegria mesmo, porque é isso que os Mamonas trouxeram pra nós. A gente está aqui de passagem, temos que viver da melhor maneira possível", completa o cantor.
Confira o trailer:
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