Samuel Rosa celebra primeiro disco solo Lorena Dini / Divulgação
Publicado 29/06/2024 06:00
Rio - "Um recomeço, apesar de toda a bagagem (profissional)". É assim que Samuel Rosa define sua nova fase na carreira, agora solo, depois de brilhar como vocalista do Skank durante 30 anos. Com dez faixas inéditas, o álbum "Rosa" chegou às plataformas digitais, na última quinta-feira (27), e é "autorreferencial". Em entrevista ao DIA, o cantor assume o frio na barriga como o desafio profissional e comenta a relação com a nova banda, composta por Doca Rolim (violão e guitarra), Alexandre Mourão (contrabaixo), Pedro Kremer (teclados) e Marcelo Dai (bateria e percussão).
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"Tem sido uma experiência muito boa, dentro daquilo que eu imaginava: de, às vezes, ganhar ares de começo mesmo, aquela sensação de frescor, etapa nova, aquela euforia de namoro novo. A banda, apesar de ser composta por músicos experientes, está toda num misto de paixão e entusiasmo com o trabalho novo. Ainda que seja um projeto solo meu, eu vejo na banda uma sensação de pertencimento", diz Samuel.  "O entrosamento foi incrível, foi muito fluido o trabalho, rápido", completa. 
O artista escreveu 20 músicas no último verão e escolheu dez para compor o disco. "Foi fácil e isso é um bom sinal. Esse disco é um pouco autobiográfico. Escrevi quase metade das letras, todas as melodias são minhas, contei com parceiros maravilhosos. Esse disco me traz juventude, é de afirmação. É mais autorreferente", celebra ele, que escolheu "Segue o Jogo" como a música de trabalho. 
Para "Rosa", Samuel trouxe referência de ídolos como Erasmo Carlos, Milton Nascimento e Jorge Ben Jor. "É um disco bem brasileiro. Não saberia te dizer o que (tirei deles para trazer para o álbum), mas eles estão aqui, acho que recebo esses caras (risos)", explica o cantor, ressaltando que "ninguém vem do nada".
"O artista que fala: 'eu sou o começo de alguma coisa'. É mentira, isso é pura pretensão, não é começo de nada, é uma continuação, adaptação... O Skank não existiria como existiu, se não fosse Erasmo, o Milton e o Jorge. Então, há que se ter respeito e reverência com quem vem antes. Esse disco tem um pouco do Lulu Santos também, mas não sei dizer como, está aí, são as coisas que cresci ouvindo", reflete. 
Samuel garante que os fãs do Skank não vão estranhar o novo álbum, já que traz muito do que já era feito na época da banda. "É o mesmo compositor. Não era minha intenção querer fazer uma ruptura total do Skank, do tipo: 'vou fazer algo alternativo'. Não sei fazer isso. Tenho um limite e esse limite já foi muito testado. Até porque quem conhece a banda, sabe que a gente fugiu o tempo todo da repetição". 
O primeiro show da nova turnê de Samuel Rosa no Rio acontece no dia 9 de agosto, no Vivo Rio, na Zona Sul da Cidade Maravilhosa. "Haverá músicas novas desse álbum, com um repertório já conhecido do público", adianta o músico, que sente o acolhimento dos fãs após sua saída do Skank.
"Não sei o que vai acontecer comigo, com a minha carreira. Tenho sentido que vai dar bom. Estou me sentindo acolhido pelo público. O processo foi muito peito aberto, muito cartas na mesa, não foi uma saída abrupta, traumática e rancorosa, pelo contrário. Todo mundo concordou que a banda ia acabar. Foram 30 anos", esclarece. "Sei que é diferente agora. Eu tenho as rédeas do jogo na minha mão, então, eu respondo pelos sucessos, pelos fracassos, mas é isso que eu queria mesmo", conclui.
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