Rio - De volta ao Carnaval após dois anos afastada por conta de disputas políticas, a Caprichosos de Pilares enfrenta agora outra controvérsia: o grupo pelo qual vai desfilar. Rebaixada para a Série E pela Liga das Escolas de Samba do Brasil (Liesb), a agremiação argumenta ter sido injustiçada e vê em uma nova coalizão, a Liga Independente das Verdadeiras Raízes das Escolas de Samba (Livres), a possibilidade de desfilar na Série B. Criada por insatisfações com a Liesb, a Livres disputa a realização dos desfiles da Série B e alega ter o apoio de sete das 13 escolas que se apresentam na Estrada Intendente Magalhães.
"Vou lutar até o fim com a Livres. A Caprichosos foi impedida de desfilar por não ter ata registrada. Mas isso acontecia desde 2014, com outro presidente, e quando eu entrei a Liesb proibiu. Foi um critério de cunho pessoal, não tem outra explicação", argumenta o presidente da Azul e Branca, Carlos Leandro. A Liesb, por sua vez, defende já ter apresentado os documentos na Prefeitura do Rio que comprovam filiação da maioria das agremiações das séries B, C e D, 29 entre o total de 37.
Em uma reunião na segunda-feira, o prefeito Marcelo Crivella anunciou triplicar a verba para os desfiles da Intendente junto aos diretores da Liesb, um ato visto como a legitimação da liga nos bastidores da folia. "O valor de R$ 3 milhões fica com a liga que tiver o apoio da maioria das escolas da Intendente", destaca o presidente da Riotur, Marcelo Alves. Em nota, a prefeitura informa que reconhecerá a liga com o maior número de filiados de forma oficial. "A Riotur aguarda a entrega de documentação oficial até o fim da próxima semana".
Segundo Carlos Leandro, caso a Livres não seja oficializada, ele tentará reverter a questão judicialmente. "Mas sem desfilar ela não fica, mesmo que seja no Grupo E, se a Justiça assim entender". E apesar desse imbróglio atrapalhar o início das atividades da escola de Pilares, o carnavalesco Bruno de Oliveira, de 32 anos, indicado pelo atual campeão Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira e da Imperatriz, já começou a idealizar o desfile e promete um grande trabalho.
"Vou lutar até o fim com a Livres. A Caprichosos foi impedida de desfilar por não ter ata registrada. Mas isso acontecia desde 2014, com outro presidente, e quando eu entrei a Liesb proibiu. Foi um critério de cunho pessoal, não tem outra explicação", argumenta o presidente da Azul e Branca, Carlos Leandro. A Liesb, por sua vez, defende já ter apresentado os documentos na Prefeitura do Rio que comprovam filiação da maioria das agremiações das séries B, C e D, 29 entre o total de 37.
Em uma reunião na segunda-feira, o prefeito Marcelo Crivella anunciou triplicar a verba para os desfiles da Intendente junto aos diretores da Liesb, um ato visto como a legitimação da liga nos bastidores da folia. "O valor de R$ 3 milhões fica com a liga que tiver o apoio da maioria das escolas da Intendente", destaca o presidente da Riotur, Marcelo Alves. Em nota, a prefeitura informa que reconhecerá a liga com o maior número de filiados de forma oficial. "A Riotur aguarda a entrega de documentação oficial até o fim da próxima semana".
Segundo Carlos Leandro, caso a Livres não seja oficializada, ele tentará reverter a questão judicialmente. "Mas sem desfilar ela não fica, mesmo que seja no Grupo E, se a Justiça assim entender". E apesar desse imbróglio atrapalhar o início das atividades da escola de Pilares, o carnavalesco Bruno de Oliveira, de 32 anos, indicado pelo atual campeão Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira e da Imperatriz, já começou a idealizar o desfile e promete um grande trabalho.
"Sei da responsabilidade, do tamanho que a escola tem, da importância para o bairro. E quero colocar a Caprichosos no lugar que ela sempre esteve e merece, no Grupo Especial", afirma o profissional. Ele começou na folia em 2006, como assistente e figurinista de carnavalesco.
Crítica ao fogo na Amazônia
Em 2020, a Azul e Branco vai reeditar o enredo de 1979, 'Uruçumirim, paraíso tupinambá'. "Se encaixou com o tamanho da escola, é de fácil leitura e pensamos na questão financeira. A Mangueira tinha materiais de estética indígena para doar do desfile passado, foi levado em conta o reaproveitamento", explica Bruno. A marca irreverente da Caprichosos virá no fim do desfile, em uma crítica às queimadas na Floresta Amazônica. "Quero levantar a bandeira da preservação do povo indígena e da demarcação de terras. Chegou nossa vez de cuidar do que os índios lutaram para deixar para a gente".
Crítica ao fogo na Amazônia
Em 2020, a Azul e Branco vai reeditar o enredo de 1979, 'Uruçumirim, paraíso tupinambá'. "Se encaixou com o tamanho da escola, é de fácil leitura e pensamos na questão financeira. A Mangueira tinha materiais de estética indígena para doar do desfile passado, foi levado em conta o reaproveitamento", explica Bruno. A marca irreverente da Caprichosos virá no fim do desfile, em uma crítica às queimadas na Floresta Amazônica. "Quero levantar a bandeira da preservação do povo indígena e da demarcação de terras. Chegou nossa vez de cuidar do que os índios lutaram para deixar para a gente".
O profissional, que já passou por escolas como Mangueira, Viradouro e Salgueiro, auxilia ainda o carnavalesco Renato Lage na criação dos figurinos para a Portela. "O Carnaval é minha paixão de criança. Comecei a estudar por conta própria o desenho de figurinos de agremiações e com 19 anos entrei no meio", pontua. "Sempre tive o olhar para Caprichosos, conheço sua trajetória. A ficha ainda nem caiu que sou o carnavalesco, tem dias que nem durmo, respiro a escola de samba. Foi algo sempre desejado e veio no momento certo", completa Bruno.
Amizade com Leandro
Lançado como carnavalesco pela Caprichosos, em 2015, Leandro Vieira, detentor de dois títulos no Grupo Especial, se tornou um padrinho para a agremiação. "É uma escola que tenho um carinho gigante. O Bruno tem a paixão pelo Carnaval, é um figurinista de mão cheia e tenho certeza que vai fazer um lindo trabalho", detalha Vieira. "Me coloquei à disposição para se ele quiser me consultar, se precisar de sugestões. E consegui centenas de fantasias e esculturas dos desfiles da Mangueira e da Imperatriz. Quero muito ajudá-lo e vê-lo brilhar". Além das duas agremiações citadas, a Viradouro também doou materiais para a Caprichosos de Pilares.
A amizade entre os dois começou em 2012, quando trabalharam juntos na Imperatriz Leopoldinense. "Ele é uma pessoa muito presente na minha vida. Conhecemos a família um do outro, é meu amigo, mais do que o campeão do Carnaval. E Leandro me inspirou a aceitar esse convite, me orientou. Espero ter o mesmo sucesso dele", finaliza Bruno de Oliveira.
Amizade com Leandro
Lançado como carnavalesco pela Caprichosos, em 2015, Leandro Vieira, detentor de dois títulos no Grupo Especial, se tornou um padrinho para a agremiação. "É uma escola que tenho um carinho gigante. O Bruno tem a paixão pelo Carnaval, é um figurinista de mão cheia e tenho certeza que vai fazer um lindo trabalho", detalha Vieira. "Me coloquei à disposição para se ele quiser me consultar, se precisar de sugestões. E consegui centenas de fantasias e esculturas dos desfiles da Mangueira e da Imperatriz. Quero muito ajudá-lo e vê-lo brilhar". Além das duas agremiações citadas, a Viradouro também doou materiais para a Caprichosos de Pilares.
A amizade entre os dois começou em 2012, quando trabalharam juntos na Imperatriz Leopoldinense. "Ele é uma pessoa muito presente na minha vida. Conhecemos a família um do outro, é meu amigo, mais do que o campeão do Carnaval. E Leandro me inspirou a aceitar esse convite, me orientou. Espero ter o mesmo sucesso dele", finaliza Bruno de Oliveira.
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