Publicado 06/06/2022 14:28
Rio - A Estação Primeira de Mangueira anunciou, nesta segunda-feira (6), seu novo enredo para o Carnaval 2023, batizado de "As Áfricas que a Bahia canta". A Verde e Rosa voltará para a Avenida com uma narrativa de protagonismo negro e mostrará as construções das visões de África na Bahia a partir de sua musicalidade e instituições carnavalescas negras, destacando o protagonismo feminino nesse processo e as lutas contra intolerância, racismo e fortalecimento da identidade afrobrasileira.
A agremiação abordará passagens da história preta do Carnaval — pouco difundidas nas construções cronológicas da festa, com os cortejos pré e pós abolição da escravatura, os cucumbis e clubes negros, resgatando saberes e práticas ancestrais, as lutas pela inserção e reconhecimento da cultura afrobrasileira carnavalesca; os embates contra intolerância religiosa e racial dos afoxés; as denúncias de desigualdade social pela arte dos blocos afros; a expansão da afrobaianidade pelos cantares do axé.
A agremiação abordará passagens da história preta do Carnaval — pouco difundidas nas construções cronológicas da festa, com os cortejos pré e pós abolição da escravatura, os cucumbis e clubes negros, resgatando saberes e práticas ancestrais, as lutas pela inserção e reconhecimento da cultura afrobrasileira carnavalesca; os embates contra intolerância religiosa e racial dos afoxés; as denúncias de desigualdade social pela arte dos blocos afros; a expansão da afrobaianidade pelos cantares do axé.
Todos esses processos, conduzidos com protagonismo por mulheres pretas, mães, deusas, rainhas que usaram suas "corpas" e vozes contando, louvando e cantando para e por seu povo.
A escola está passando por uma reformulação, após o sétimo lugar no Carnaval de 2022, com 268,2 pontos. No último dia 9, Guanayra Firmino, de 58 anos, se tornou a primeira mulher eleita presidente da Mangueira. Ao lado de Moacyr Barreto, os dois compõem a nova gestão verde e rosa, que fará o triênio 2022-2025.
Nascida e criada no Morro da Mangueira, Guanayra tem ligação com a escola desde antes de nascer: seu bisavô, Júlio Dias Moreira, foi o segundo presidente da agremiação (1935 a 1937). É filha da baluarte e presidente da Velha Guarda da Mangueira, Emergenilda Dias Moreira, a Dona Gilda, e de Roberto Firmino, presidente de 1992 a 19995. Guanayra era vice-presidente da escola e dirige, ainda, a Ala da Comunidade, que criou em outubro de 1992.
Após a confirmação da nova diretoria, a Mangueira também anunciou oficialmente outra novidade: a chegada dos carnavalescos Annik Salmon, de 40 anos, e Guilherme Estevão, de 27 anos, como os responsáveis pelo desfile de 2023. Eles terão a missão de substituir Leandro Vieira, que assinou os seis últimos desfiles da Verde e Rosa e conquistou dois campeonatos do Grupo Especial.
Annik é formada em Belas-Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos últimos dois desfles, foi carnavalesca da Unidos do Porto da Pedra, na Série Ouro. Antes, passou pela Unidos da Tijuca, onde integrou uma comissão de Carnaval. Já trabalhou com nomes como Alexandre Louzada e Paulo Barros.
Guilherme é formado em Arquitetura (também pela UFRJ). Apesar de bem mais novo, já acumula boas experiências. Em São Paulo, fez parte da comissão de carnaval da Leandro de Itaquera. No Rio, foi figurinista e projetista alegórico na União da Ilha, Renascer de Jacarepaguá e Porto da Pedra. Na Império da Tijuca, esteve à frente dos carnavais de 2020 e 2022.
Outra novidade da gestão de Guanayra à frente da Mangueira é a chegada de Claudia Mota, a primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio, como nova coreógrafa da comissão de frente.
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