Publicado 12/12/2022 10:03 | Atualizado 12/12/2022 10:56
Rio - Considerado um dos maiores nomes do samba em todos os tempos, Osvaldo Alves Pereira, o Noca da Portela, completa 90 anos nesta segunda-feira (12). Morador ilustre do Engenho de Dentro, ele segue compondo a pleno vapor e cheio de projetos.
Com 479 músicas gravadas, muitas delas sucessos nas vozes de Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Nara Leão e outros nomes, Noca é um dos autores do samba-enredo de 2023 da União da Ilha. Já em sua amada Portela não teve tanta sorte dessa vez. Concorreu à disputa do hino do centenário, mas perdeu na finalíssima. Na pandemia, teve uma música feita com Martinho, "Vidas Negras Importam", gravada pelo bamba da Vila.
Agora, prepara-se para o lançamento de "Flores em Vida", um songbook de sua obra com a participação de Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Dudu Nobre e outras estrelas.
O segredo da longevidadeé o amor. "É um privilégio para mim chegar nessa idade. Eu tenho saúde, não preciso andar de bengala ou cadeira de rodas e sou feliz da vida e muito grato. O segredo de viver muito é o amor. Eu me amo, amo a minha família, os meus amigos, a minha Portela querida. Eu sou guiado por esse sentimento", revela o bamba.
Torcedor fanático do Fluminense, Noca começou a compor aos 14 anos, na extinta escola de samba Irmãos Unidos do Catete, onde ganhou seu primeiro samba-enredo, "O Grito do Ipiranga". A composição levou nota dez.
"Desde então, comecei a estudar porque antigamente os sambas eram feitos da História do Brasil. Depois passei a escrever para outras escolas do grupo de acesso", conta. O compositor mineiro também fez história ao vencer dezenas de sambas em blocos como Simpatia é Quase Amor, Barbas, Bloco de Segunda e Cacique de Ramos.
Até bem pouco tempo, no entanto, não havia um registro autoral de um seus maiores sucessos, "Caciqueando", lançado por Beth Carvalho. Quando soube disso, o compositor e produtor musical Ciraninho teve a ideia de criar um projeto para gravar a obra do mestre.
"Este projeto independente cresceu e com a colaboração de músicos e amigos. Hoje estamos prestes a tornar este sonho realidade", festeja Ciraninho.
Agora, prepara-se para o lançamento de "Flores em Vida", um songbook de sua obra com a participação de Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Dudu Nobre e outras estrelas.
O segredo da longevidadeé o amor. "É um privilégio para mim chegar nessa idade. Eu tenho saúde, não preciso andar de bengala ou cadeira de rodas e sou feliz da vida e muito grato. O segredo de viver muito é o amor. Eu me amo, amo a minha família, os meus amigos, a minha Portela querida. Eu sou guiado por esse sentimento", revela o bamba.
Torcedor fanático do Fluminense, Noca começou a compor aos 14 anos, na extinta escola de samba Irmãos Unidos do Catete, onde ganhou seu primeiro samba-enredo, "O Grito do Ipiranga". A composição levou nota dez.
"Desde então, comecei a estudar porque antigamente os sambas eram feitos da História do Brasil. Depois passei a escrever para outras escolas do grupo de acesso", conta. O compositor mineiro também fez história ao vencer dezenas de sambas em blocos como Simpatia é Quase Amor, Barbas, Bloco de Segunda e Cacique de Ramos.
Até bem pouco tempo, no entanto, não havia um registro autoral de um seus maiores sucessos, "Caciqueando", lançado por Beth Carvalho. Quando soube disso, o compositor e produtor musical Ciraninho teve a ideia de criar um projeto para gravar a obra do mestre.
"Este projeto independente cresceu e com a colaboração de músicos e amigos. Hoje estamos prestes a tornar este sonho realidade", festeja Ciraninho.
Sete vitórias na Águia de Madureira
Noca participou dos primeiros anos de atividade do Paraíso do Tuiuti, de São Cristóvão, na década de 1950, época em que morava no Morro do Tuiuti. No entanto, foi na Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira que Noca virou referência.
Disputou 13 finais de samba-enredo, sendo campeão em sete ocasiões, como em 1995, quando a escola foi vice-campeã do Carnaval com "Gosto que me enrosco".
A militância política também sempre foi marcante na vida do compositor, que chegou a ser secretário estadual de Cultura do Rio em 2006.
Para o infectologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, Noca é como se fosse seu mentor.
"Sou parceiro dele há 40 anos e, na verdade, para mim ele é mais do que isso: é um mestre. Não só na arte do samba como na vida também. Ele é um exemplo de vida, resiliência, dignidade, um cara que nunca compactuou com injustiça social e sempre lutou pela população. Embora não seja político, sempre esteve ligado ao sofrimento do povo e interpreta como ninguém as dores, não só as dores de um amor desfeito, não compreendido, mas também as dores daqueles mais vulneráveis socialmente."
Para celebrar as nove décadas, Noca, que em 2022 recebeu o título de doutor Honoris Causa pela UFRJ, receberá amigos em um evento fechado, nesta segunda-feira, na Zona Norte. No último domingo, ele foi homenageado na Feira das Yabás, em Oswaldo Cruz. Na terça-feira, participa do show do Coletivo Sindicato do Samba, no Teatro Rival, com Zé Katimba, que também acaba de fazer 90 anos.
Noca participou dos primeiros anos de atividade do Paraíso do Tuiuti, de São Cristóvão, na década de 1950, época em que morava no Morro do Tuiuti. No entanto, foi na Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira que Noca virou referência.
Disputou 13 finais de samba-enredo, sendo campeão em sete ocasiões, como em 1995, quando a escola foi vice-campeã do Carnaval com "Gosto que me enrosco".
A militância política também sempre foi marcante na vida do compositor, que chegou a ser secretário estadual de Cultura do Rio em 2006.
Para o infectologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, Noca é como se fosse seu mentor.
"Sou parceiro dele há 40 anos e, na verdade, para mim ele é mais do que isso: é um mestre. Não só na arte do samba como na vida também. Ele é um exemplo de vida, resiliência, dignidade, um cara que nunca compactuou com injustiça social e sempre lutou pela população. Embora não seja político, sempre esteve ligado ao sofrimento do povo e interpreta como ninguém as dores, não só as dores de um amor desfeito, não compreendido, mas também as dores daqueles mais vulneráveis socialmente."
Para celebrar as nove décadas, Noca, que em 2022 recebeu o título de doutor Honoris Causa pela UFRJ, receberá amigos em um evento fechado, nesta segunda-feira, na Zona Norte. No último domingo, ele foi homenageado na Feira das Yabás, em Oswaldo Cruz. Na terça-feira, participa do show do Coletivo Sindicato do Samba, no Teatro Rival, com Zé Katimba, que também acaba de fazer 90 anos.
Confira clipe do samba-enredo da União da Ulha de 2023