Publicado 19/02/2023 10:02
Rio - A cantora Karinah, de 41 anos, será uma das musas da Estação Primeira de Mangueira no Carnaval 2023. A sambista, que recebeu o convite diretamente de Chiquinho da Mangueira, é conhecida por seu trabalho musical voltado para a representação da força e liberdade feminina. Dona do álbum "Por Elas", a artista conta ao DIA sua expectativa para o desfile da escola de samba na Sapucaí, que ocorrerá na madrugada de domingo para segunda, a partir das 3h.
"Eu estou feliz demais! A Mangueira é um sonho de criança, assim como foi cantar na Sapucaí. Me sinto em casa de verdade! É uma responsabilidade, não deixa de ser, mostrar que canto samba, mas que também tenho samba no pé", disse ela, que cantou ao lado de Neguinho da Beija-Flor no desfile de 2022. "Só aceitei por ser um lugar que eu não ocupo de nenhuma mulher ou menina da comunidade", acrescentou sobre o convite.
Natural de Minas Gerais, Karinah conta que sua conexão com o samba começou ainda na infância. Aos 6 anos de idade, a cantora passava os finais de semana na casa de sua madrinha, onde aprendeu os primeiros passos do ritmo através da música "Morena de Angola", de Clara Nunes. Mais tarde, aos 9 anos, a artista se emocionou ao assistir o desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, que levou para Avenida o samba-enredo "Sonhar não custa nada! Ou quase nada", e desde então, nunca mais abandonou os desfiles de Carnaval.
"Eu gostei tanto daquele samba que queria que a escola [Mocidade] ganhasse aquele carnaval de 1992", relembrou a cantora, saudosa. "A minha família sempre teve o hábito de ver os desfiles em casa e a Mangueira era a preferida. Por isso, a Mangueira também me traz lembranças maravilhosas de uma época da minha infância, quando ficávamos reunidos para assistir aos carnavais do Rio, até de madrugada", afirmou.
"Eu gostei tanto daquele samba que queria que a escola [Mocidade] ganhasse aquele carnaval de 1992", relembrou a cantora, saudosa. "A minha família sempre teve o hábito de ver os desfiles em casa e a Mangueira era a preferida. Por isso, a Mangueira também me traz lembranças maravilhosas de uma época da minha infância, quando ficávamos reunidos para assistir aos carnavais do Rio, até de madrugada", afirmou.
Sobre os preparativos para o grande dia, Karinah contou que tem se preparado por intermédio das aulas do coreógrafo Marcelo Chocolate, e no que diz respeito ao figurino, vestirá uma fantasia assinada por Marcell Maia e confeccionada por Michelly X.
"Ela [a fantasia] é baseada no croqui que recebi da escola. Quanto à roupa… está muito calor, não é? (risos) E, como sou do brilho e dos paetês, podem aguardar uma linda fantasia na avenida!", garantiu.
Durante sua relação com a Mangueira e o Carnaval carioca, a cantora também fixou-se como uma das madrinhas do projeto social da escola de samba. O "Programa Social Mangueira" é uma medida voltada para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade econômica, responsável por ampliar o desenvolvimento destes grupos, a fim de garantir-lhes melhores chances no mercado de trabalho.
"Isso me move! Sou uma pessoa próspera e isso é uma das minhas virtudes, digo isso com muita humildade. E, foi um convite da querida Alcione e do Chiquinho da Mangueira. Eles fundaram o Programa Social há muitos anos. O que eu puder retribuir a tantas alegrias que o samba me traz, estarei sempre às ordens", contou.
"Isso me move! Sou uma pessoa próspera e isso é uma das minhas virtudes, digo isso com muita humildade. E, foi um convite da querida Alcione e do Chiquinho da Mangueira. Eles fundaram o Programa Social há muitos anos. O que eu puder retribuir a tantas alegrias que o samba me traz, estarei sempre às ordens", contou.
Por fim, Karinah aproveitou para relembrar a importância da representatividade feminina nos carros de som que atravessam a Sapucaí. Segundo a artista, mesmo que a atitude ainda seja considerada uma "jogada de marketing", representa uma grande oportunidade para fortalecer o empoderamento de mulheres sambistas.
"É ir colocando fim a esse mundo patriarcal, onde só somos prestigiadas se balançarmos o bumbum na avenida ou se fizermos algum sucesso no meio artístico. Investimos pesado principalmente no digital quando entrei com Neguinho na avenida para que as pessoas prestassem atenção no quanto nós, mulheres, cantoras de samba, fazemos a diferença neste lugar e precisamos de reconhecimento, de prestígio. Isso é empoderamento feminino", concluiu a cantora.
Reportagem da estagiária Esther Almeida sob supervisão de Tábata Uchoa
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