Publicado 19/02/2023 17:53
Rio – O Cordão do Boitatá promoveu o seu 17º Baile Multicultural, neste domingo (19), na Praça XV, no Centro do Rio, em uma festa que celebrou a democracia e homenageou Paulinho da Viola, o Centenário da Portela, Milton Nascimento, Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso. A apresentação começou às 9h e terminou por volta das 16h.
O bloco, que tem uma cobra de fogo como símbolo, foi criado em 1996 por estudantes e músicos, e foi um dos responsáveis pela revitalização do Carnaval de rua carioca. Além disso, é reconhecido como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
O baile teve a participação especial de Teresa Cristina, Marina Iris, Moyseis Marques e Marcos Sacramento. Depois o palco foi ocupado pelo tradicional repertório do Boitatá, com marchinhas, sambas e afrosambas, afoxés, maxixes e frevos, e música instrumental.
A artista Teresa Cristina canta há 17 anos no Boitatá, "o tempo que tem esse palco", ela enfatizou. Ela contou à reportagem que o bloco passa por uma situação financeira delicada: "Isso aqui é uma coisa muito séria. A gente está entregando um baile da mais alta qualidade e esse palco não está pago. Isso diz muito sobre o carnaval do Rio de Janeiro. Para mim, o cortejo começa com o Boitatá, o cortejo no domingo antes do Carnaval. Eu fico muito emocionada de ver a entrega das pessoas. Nenhum artista recebe, não tem cachê, nada. A gente luta muito pra pagar os músicos e o palco. Isso diz muito sobre o Boitatá".
"Sobre o sentimento pós pandemia, é um renascimento consciente. Pois a gente que está vivo tem que lembrar de quem colocou a gente na condição de não estar aqui por anos. Sem anistia!", exclamou Teresa Cristina.
O show parado e com palco atrai muitas famílias que prezam por segurança durante a festa momesca.
A atendente de farmácia Carla Rosineide, por exemplo, de 38 anos, frequenta o Cordão do Boitatá há seis por ser um bloco sem preocupações: "É um bloco familiar, onde trago o meu filho, a gente fica parado e nada de ruim acontece".
O show parado e com palco atrai muitas famílias que prezam por segurança durante a festa momesca.
A atendente de farmácia Carla Rosineide, por exemplo, de 38 anos, frequenta o Cordão do Boitatá há seis por ser um bloco sem preocupações: "É um bloco familiar, onde trago o meu filho, a gente fica parado e nada de ruim acontece".
Sobre o sentimento de festejar novamente o Carnaval, Carla afirmou que "é um sentimento de alegria voltar a curtir após a pandemia de covid-19. Ainda não podemos falar que a situação está 100%, mas o tanto que melhorou e a gente está conseguindo voltar a curtir as coisas, vacinados".
Ela se fantasiou de bala Juquinha com a intenção de arrancar sorrisos: "Escolhi por ser diferente, uma brincadeira que transmite alegria", e foi ao bloco com o filho.
Já Alan Castro, de 42 anos, foi vestido de Mangueirense: "Minhas expectativas para o desfile da Mangueira nesta noite são as melhores possíveis. Que a minha Mangueira seja campeã e toque um samba maravilhoso". Ele estava animado também com a retomada do Carnaval de rua: "Tenho os melhores sentimento em ter um Carnaval após a pandemia. Já é tradição vir ao Boitatá, a família Raça está sempre presente aqui", contou o promoter de eventos.
O cantor Robson Sá, vocalista do Lulu Santos, se apresentou pela primeira vez no Boitatá e disse que ficou emocionado com o convite: "Eu tenho o trabalho afro pop, afro beat, sou back vocal do Lulu, envolvido na música, nada mais que o Carnaval ser musical e eu estar presente. Fiquei muito feliz e realizado quando surgiu este convite", afirmou o jovem.
Ele ainda contou que, após três anos sem poder celebrar o Carnaval, o sentimento agora é de "alívio": "É uma sensação de alívio, conforto, vencemos, passamos por isso, muitas pessoas foram embora, mas estamos aqui festejando a vida e festejando o Carnaval, que é o melhor do mundo", celebrou o músico.
O bloco está fazendo uma campanha em seu site para receber doações e garantir o pagamento da estrutura do show e dos artistas: https://www.cordaodoboitata.com.br/
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