Publicado 17/05/2023 15:58
Rio - A escolha do enredo da União da Ilha para 2024 deixou torcedores e componentes bastante entusiasmados. Reconhecida como uma agremiação que gosta de temas lúdicos e de forte apelo popular, a Ilha promete manter suas características, mas adotando um tom mais crítico, já que a proposta, inspirada no livro "Amoras", do cantor Emicida, aborda a luta antirracista e intolerância religiosa.
Empolgada com o anúncio, a rainha de bateria Juliana Souza, que vai para seu terceiro ano à frente dos ritmistas, não esconde a expectativa. "Acho que vamos ter um desfile daqueles, cheio de emoção e representatividade. Todo dia ligamos a TV e somos massacrados com imagens de pessoas brancas chicoteando pessoas pretas na rua. Até quando vamos presenciar cenas horrorosas como estas? Não podemos nos calar, não podemos aceitar. Estou muito feliz com a escolha deste enredo. Tenho certeza que o nosso carnavalesco abordará o tema com o respeito que ele merece", comenta Juliana.
Intitulado "Doum e Amora: crianças para transformar o mundo", o enredo, que é livremente baseado na obra de Emicida e em outras histórias infantis da literatura negra, trará um conto com a presença de dois personagens pretos – Doum e Amora – que, juntos, apresentarão a narrativa do carnavalesco Cahe Rodrigues.
Mergulhada no lirismo, a Ilha propõe uma viagem fantástica pelo olhar da inocência de uma criança enquanto fio condutor para transformar o mundo - de Ibejis a Obatalá.
Ciente do desafio que a escola tem ao lutar por uma vaga no Grupo Especial, Juliana faz questão de exaltar seu carinho pela agremiação. "Eu amo a União da Ilha mesmo antes de ocupar o cargo de rainha de bateria. Esta escola faz parte da minha vida desde que sou um bebê. Fico feliz demais com todo amor e carinho recebido por todos aqui", revela.
Ela também adianta os segredos da preparação. "Pela primeira vez, posso dizer que estou seguindo uma dieta rigorosamente. Não tem doce, champagne, pizza... Além disso intensifiquei os treinos na academia."
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