Publicado 10/02/2024 06:00
Rio - Oito escolas da Série Ouro desfilam a partir das 21h deste sábado em busca da sonhada vaga no Grupo Especial em 2025. O público da Sapucaí e telespectadores vão acompanhar desfiles que homenageiam santos e orixás nesta noite, com a atual campeã da Série Prata, Sereno de Campo Grande, Império Serrano e a Unidos de Bangu. Histórias negras infantis vão passar na Avenida com a União da Ilha, e personalidades serão exaltadas pelo Arranco do Engenho de Dentro, Unidos de Padre Miguel e São Clemente. Com enredo político, a luta do povo por direitos trabalhistas será proclamada pela Em Cima da Hora.
A Sereno de Campo Grande retorna à Marquês de Sapucaí neste sábado (10), segundo dia de desfile do grupo, para homenagear Iansã e Santa Bárbara com o enredo "4 de dezembro", data do festejo para a santa guerreira sincretizada com a orixá dos ventos e da tempestade em Salvador, na Bahia. A Coruja da Zona Oeste será a primeira a cruzar a Avenida. O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Thiago Avis e pelos enredistas Leonardo Antan e Juliana Joannou.
A Em Cima da Hora promete uma ode à luta trabalhista no Brasil. Segunda a desfilar, a Azul e Branco de Cavalcante leva para a Sapucaí o enredo "A Nossa Luta Continua!" desenvolvido pelo carnavalesco Rodrigo Almeida. A escola vai desfilar contra a precarização do trabalho em uma homenagem aos trabalhadores.
Já o Arranco do Engenho de Dentro vai se voltar para sua comunidade e reverenciar a psiquiatra Nise da Silveira. O legado da importante médica para a saúde mental brasileira será destacado com o enredo "Nise - Reimaginação da Loucura". O carnavalesco Nícolas Gonçalves vai desenvolver o desfile centrado no afeto proclamado por Nise e exaltar a história do bairro da escola, onde fica o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira. A homenagem é construída através de um conto ficcional em que a própria Nise viaja no espaço-tempo em três quadros pintados pela história.
Quarta a desfilar no sábado de Carnaval, a União da Ilha do Governador apresenta o enredo "Doum e Amora: crianças para transformar o mundo!". O desfile será inspirado no livro "Amoras", de Emicida, e em outras histórias infantis da literatura negra brasileira, a narrativa é desenvolvida pelo carnavalesco Cahe Rodrigues por meio dos personagens Doum e Amora.
A União da Ilha pretende fazer uma viagem fantástica de olhar infantil e com referências "quanto mais escuras, mais doces". A escola apresenta um desfile antirracista e contra a intolerância religiosa, além de um convite à brincadeira.
Vice-campeã da Série Ouro de 2023, a Unidos de Padre Miguel retorna à Sapucaí em busca do desejado título. A escola da Vila Vintém defende o enredo "O redentor do Sertão", apoiado na figura emblemática de Padre Cícero. A UPM promete apresentar o imaginário místico do povo sertanejo com causos fantásticos, visões e milagres. O enredo pretende unir as histórias de vida do sertanejo com as benfeitorias e obras do padre, resgatando as emoções do povo, tudo isso com magia e espiritualidade.
"É um convite a uma viagem no imaginário místico e popular do Sertão. A narrativa desenvolvida pela escola ilumina as emoções do sertanejo, evidenciando a conexão de suas histórias de vida com as benfeitorias e obra do Padre Cícero", conta o carnavalesco Lucas Milato.
A sexta a desfilar neste sábado, São Clemente, levará para a Marquês de Sapucaí o enredo "Que grande destino reservaram pra você". A preta e amarela aposta as fichas na homenagem ao consagrado compositor de sambas-enredo e fundador da Imperatriz Leopoldinense, Zé Katimba.
"Eu queria que vocês nunca esquecessem de mim. Enquanto a São Clemente existir e eu estiver vivo, eu vou sair na São Clemente", declara o homenageado ao presidente da escola, Renatinho, em vídeo divulgado pela agremiação de Botafogo.
Com autoria do carnavalesco Robson Goulart, a Unidos de Bangu vai apresentar o enredo "Jorge da Capadócia" de olho no acesso ao Grupo Especial, do qual está afastada desde 1963. A escola será a sétima a cruzar a Marquês de Sapucaí nesta segunda noite da Série Ouro.
Este ano, a aposta da escola rumo ao campeonato é o casal de mestre-sala e porta-bandeira Jorge Vinicius e Verônica Lima, que empilha prêmios e notas 10 no quesito. Verônica carrega bagagem da Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha e Império Serrano, por onde foi campeã da Série Ouro de 2022. Após um ano ausente da folia, ela não escondeu a ansiedade de voltar a bailar na Sapucaí.
"Eu queria que vocês nunca esquecessem de mim. Enquanto a São Clemente existir e eu estiver vivo, eu vou sair na São Clemente", declara o homenageado ao presidente da escola, Renatinho, em vídeo divulgado pela agremiação de Botafogo.
Com autoria do carnavalesco Robson Goulart, a Unidos de Bangu vai apresentar o enredo "Jorge da Capadócia" de olho no acesso ao Grupo Especial, do qual está afastada desde 1963. A escola será a sétima a cruzar a Marquês de Sapucaí nesta segunda noite da Série Ouro.
Este ano, a aposta da escola rumo ao campeonato é o casal de mestre-sala e porta-bandeira Jorge Vinicius e Verônica Lima, que empilha prêmios e notas 10 no quesito. Verônica carrega bagagem da Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha e Império Serrano, por onde foi campeã da Série Ouro de 2022. Após um ano ausente da folia, ela não escondeu a ansiedade de voltar a bailar na Sapucaí.
"Estou muito ansiosa para este desfile. O projeto da Unidos de Bangu me cativou, pois é um enredo popular e tenho, ao lado do Jorge, trabalhado muito para que tenhamos uma apresentação à altura. Defendo a nota no quesito desde os 18 anos, tantos desfiles e momentos já vivi, mas parece que vou estrear. É uma sensação única, de felicidade e gratidão para mostrar a minha arte mais uma vez", diz Verônica.
O mestre-sala, Jorge Vinicius, 29, por sua vez, é estreante na Avenida. "O enredo é valente e todos verão uma coreografia forte, como São Jorge e Ogum exigem", afirma.
O mestre-sala, Jorge Vinicius, 29, por sua vez, é estreante na Avenida. "O enredo é valente e todos verão uma coreografia forte, como São Jorge e Ogum exigem", afirma.
Por fim, o Reizinho do Madureira fecha a Série Ouro com o enredo "Ilú-oba Òyó: a gira dos ancestrais". Neste Carnaval, o Império Serrano vai falar de outro império: o do povo Iorubá, o povo Nagô.
"Essa etnia nos deu o culto aos Orixás. Neste antigo império de Òyó havia muitas nações, muitos reinos, e cada um deles cultuava uma divindade: um Deus, um rei ou um fundador daquela região. Esses que cultuavam individualmente cada uma dessas divindades encontram no Brasil, com a diáspora, a formação daquilo que nós chamamos de Candomblé", explica o carnavalesco Alex de Souza.
Para Alex, o grande diferencial deste enredo será representar a relação de cada orixá com sua região. "Essa história vai ser contada como no ritual do Candomblé, o Xirê, que por ordem apresenta cada orixá, não só como uma entidade, mas como o fundador, um rei, alguém que representava uma determinada nação. Todos estão sendo representados", adianta o carnavalesco do Império.
Quem vencer a Série Ouro ganha uma vaga na elite do Carnaval, o Grupo Especial. As últimas duas escolas, por outro lado, caem para a Série Prata. Os desfiles são transmitidos pela BandTV.
Ordem dos desfiles deste sábado (10)
Sereno de Campo Grande
Em Cima da Hora
Arranco do Engenho de Dentro
União da Ilha do Governador
Unidos de Padre Miguel
São Clemente
Unidos de Bangu
Império Serrano
Em Cima da Hora
Arranco do Engenho de Dentro
União da Ilha do Governador
Unidos de Padre Miguel
São Clemente
Unidos de Bangu
Império Serrano
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