Felipe Neto é envolvido em polêmica em torno da morte de Marília MendonçaReprodução
Publicado 06/11/2021 19:23 | Atualizado 06/11/2021 19:40
Rio - Após cortejo em carro aberto pelas ruas de Goiânia, o corpo de Marília Mendonça foi enterrado em cerimônia restrita aos familiares, no início da noite deste sábado, no Cemitério Parque Memorial. O carro do Corpo de Bombeiros, que levou o caixão até o loca, foi acompanhado por milhares de pessoas. A morte da cantora, aos 26 anos, comoveu o país e foi notícia ao redor do mundo.
O corpo do tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, que também faleceu no acidente, foi sepultado durante a mesma cerimônia. Os corpos de Marilia e Abicieli chegaram ao aeroporto de Goiânia na faixa das 10h após serem liberados pelo instituo Médico Legal (IML), de Minas, e saíram em direção ao Goiânia Arena por volta das 11h45, chegando por volta das 12h30. Pouco depois das 13h, as portas foram abertas para o público, que formou uma longa fila para se despedir da Rainha da Sofrência.
Ainda no Goiânia Arena, o caixão foi fechado às 16h42. Na sequência, o corpo da artista saiu em cortejo pelas ruas de Goiânia, passando pela Rua 72, BR 153 e GO 020, até chegar ao Cemitério Parque Memorial, onde o sepultamento aconteceu após às 18h.
Últimas homenagens
Pela manhã, entre lágrimas e cantorias, fãs e admiradores formaram fila para aguardar a abertura dos portões às 13h. Estima-se que 100 mil pessoas tenham compareceido ao velório da cantora e compositora.
Eduardo de Sousa, de 17 anos, encontrou amigos, também fãs da cantora, na porta do Goiânia Arena. O choque, para todos eles, ainda não passou. "Marília estava comigo todos os dias. Como vou de bicicleta para o trabalho, sempre costumava colocar as músicas dela durante o trajeto. Ela estava no auge da carreira. Na primeira vez que vi a notícia da morte, não acreditei. A dor foi como se fosse um parente meu", lamentou o jovem.
Com bandeiras do Brasil, vendidas no local, penduradas nas costas como uma capa, fãs simbolicamente tentam representar o peso que Marília Mendonça teve para a música brasileira. "Ela representa o Brasil. Já esteve em todos os estados e nos representou no Grammy Latino", diz Bia Duarte, de 15 anos, que encontrou o amigo Eduardo no local.
Os fãs que aguardam a chegada do corpo demonstram respeito. No local, ainda que a quantidade de pessoas aumente gradativamente a cada minuto, os admiradores falam em tom de voz baixo e aproveitam o momento para conversar sobre o impacto da cantora em suas vidas. Com 34 anos, Camila Ribeiro relatou que, desde que soube do acidente, não conseguiu conter as lágrimas. Sentada em frente ao Goiânia Arena, não foi diferente. "A única coisa que consigo dizer é que cada música dela representa uma fase diferente de minha vida", desabafou.
Legado
Um dos maiores nomes da música brasileira, Marília tinha apenas 26 anos e era a principal representante do sertanejo, o ritmo mais popular no país. Nascida em Cristianópolis e criada em Goiânia, Marília começou a cantar ainda na igreja aos 12 anos de idade, mesma idade em que começou a compor sucessos para outros cantores sertanejos.
Em 2016, atingiu sucesso nacional como cantora com o hit "Infiel". Já em 2019, a cantora lançou o projeto 'Todos os Cantos', que lhe rendeu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Marília furou a bolha do mundo sertanejo e foi admirada por artistas de diferentes gêneros musicais e regiões do país, como Gal Costa e Caetano Veloso.
Acidente aéreo
Marília Mendonça morreu aos 26 anos, na queda de um avião de pequeno porte próximo a uma cachoeira na serra da cidade de Piedade de Caratinga, no interior de Minas Gerais, na tarde desta sexta-feira. Além da cantora, o produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e copiloto da aeronave também faleceram. Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o avião atingiu cabos de uma torre de alta tensão antes de cair. Ninguém resistiu ao acidente.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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